blairwCom estética documental, o primeiro “A Bruxa de Blair”, nos idos de 1999, conseguiu atrair uma atenção incrível a nível mundial. A produção que em sua trama narra a saga de três estudantes de cinema, Heather Donahue, Michael C. Williams e Joshua Leonard, por Burkittsville, Maryland (EUA), no intuito de produzir um documentário sobre a fábula da bruxa da cidade, custou a bagatela de US$ 60 mil e faturou praticamente US$ 250 milhões. Um grande negócio!

Outro mérito, em tempos em que a internet apenas engatinhava, o site oficial de divulgação (www.blairwitch.com) recebeu mais de 20 milhões de visitas, detalhe, apenas na semana de estreia. Imagine a curiosidade ao redor do mundo de que o desaparecimento dos jovens era verdade, aguçada por uma campanha de marketing perfeita.

A “Bruxa de Blair”, continuação que chega aos cinemas nesta semana, acertadamente ignora “A Bruxa de Blair 2 – O Livro das Sombras” (2000) e mantém o conceito found footage. O filme explora a história do jovem James, irmão de Heather, que consegue no Youtube pistas valorosas sobre o paradeiro da irmã desaparecida nos eventos da primeira produção.

Como toda história de horror, James tem a ajuda de alguns personagens nesta cruzada, afinal, não existe terror sem o infortúnio imputado a várias pessoas. Trocando em miúdos: o povo tem que morrer minha gente. #NãoTenhoComoProvarMasTenhoConvicção

A produção tem algumas virtudes, como o uso de novíssima tecnologia, que nos aproxima do ‘fator’ realidade, e o roteiro que se saí bem ao atribuir leveza em vários momentos graças a boas piadas. Bem, meus elogios em relação a “Bruxa de Blair” se encerram por aqui.

O filme dá um sono danado, graças a personagens sem carisma; a claustrofobia funciona mais em ambiente externo do que interno; e a câmera ‘acelerada’ na cara dos atores, que deveria representar o horror, transmite uma sofrência flácida, que faria o cantor Pablo corar de vergonha.

Dentro da casa da bruxa, percebemos fortes luzes externas, e quando a feiticeira aparece, tive a impressão que trocaram a figura da vilã pagã por um chupacabras. Nada tira da minha cabeça que aquilo é um E.T. e não uma pessoa atormentada pelo passado, que resolveu se vingar de quem faz uma visita sem aviso a sua área domiciliar.

Nos momentos em que os personagens descobrem que se passaram dias, dentro de poucas horas, tive o mesmo pensamento durante a projeção. Que sofrimento minha gente, durante 1h30, a impressão é que fiquei dentro daquela sala de cinema por 45 dias.

Para os fãs do original de 1999, “Bruxa de Blair” é imperdível, uma continuação com ótimos momentos. Já para quem quer apenas se aventurar no cinema, divertindo-se por algumas horas, procure outra opção, pois a produção é chata a dar com pau, o segundo pior filme do ano, conseguindo ser pior que “Warcraft”.

Transitando em estrada esburacada, “Bruxa de Blair”, ou de bleargh, merece nota 2.0 pelo esforço, mas qual esforço mesmo?

Trailer

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