A primeira vez que ouvi, fiquei alguns instantes me indagando sobre aquele som. Era poético, limpo e ao mesmo tempo repleto de informações. Repentinamente um contrabaixo me arrebatou e foi quando corri para o computador pra descobrir de quem era aquela música. Isso aconteceu enquanto assistia o programa De Cara Limpa, do humorista Fernando Caruso no Multishow, cuja trilha tinha me despertado tamanha curiosidade.

Vulgue Tostoi. Era esse o nome do laboratório e a música era Robô. Sim, acho mais adequado chamar o Vulgue Tostoi de laboratório do que de banda. Mas não é simplesmente porque as músicas de Jr. Tostoi e Marcello H parecem ter vindo de um lugar onde novos sons, novas descobertas e novas propostas são concretizadas, mas porque o sentimento é de ter sido transportada pra um universo paralelo, com paredes cobertas de poesia e ilustrações, tal qual pinturas rupestres retratavam histórias e comportamentos.

A banda surgiu em 1997, quando Jr. Tostoi e Marcello H colocaram em prática sua vontade de fazer música buscando o novo. Utilizando tecnologias que surgiam na época, saíram por um caminho sem rota, porém, não sem direção. Convidaram o baixista e técnico de som, Victor Z e surge então em 2001, o disco Impaciência, com o qual viajaram pelo país fazendo shows.

[singlepic id=662 w=250 h=250 float=right] A primeira faixa, Quebra Cara, já é uma porrada na mesa, como quem diz: É hora de se colocar de pé. Onze outras faixas inquietantes deixam os neurônios cem por cento alerta. Entre as doze canções, uma regravação, que poderia não se encaixar num disco, onde autoral assume seu significado mais amplo, mas apenas deixa a obra ainda mais completa com o entorpecente arranjo pra música de Jards Macalé e Waly Salomão: Vapor Barato. “Na época escutavamos muito trip hop e achamos que Vapor Barato tinha tudo a ver com esse estilo. Melodicamente e tematicamente”, afirma Tostoi.

Em 2003 sai o baixista Victor Z e novas parcerias são firmadas, fazendo o “laboratório” Vulgue Tostoi buscar novos experimentos. O segundo disco, Sistema Delirante Amplo e Defasado da Realidade, não decepciona e a sensação é de que agora que se conhece esse universo paralelo, ele ganha mais pausas, mais tempo para exploração, como quem viaja por alguns dias, resolve se mudar de vez e descobrir o que aquele lugar tem pra oferecer nos cantos mais distantes e obscuros.

[singlepic id=660 w=250 h=250 float=right] A vinheta que abre o disco já nos coloca a postos pra essa exploração. Não poderia mensurar cada canção, que são partes totalmente complementares da obra, mas também não poderia deixar de destacar a música que me despertou tanto interesse, Robô, e as que ficaram na minha lista top do player: Exílio, Será Preciso, Ela Pediu Paz, Coliseu, Quando Você Vai Ver, Descontrole e No Bar Rebouças com Morricone. “Foi uma homenagem ao Morricone. Bar Rebouças é um boteco perto daqui do estúdio (Ministereo) onde sempre tomávamos umas. Acabamos citando o bar e Morricone. Sou fã desde sempre do maestro.”

Com influências que vão do Trip Hop à Ennio Morricone, Vulgue Tostoi é um grande convite à exploração da boa música.

Ficou curioso? Então ouça em:

www.myspace.com/vulguetostoi

www.vulguetostoi.com.br

facebook.com/vulguetostoi

www.twitter.com/vulguetostoi

E se quiser, baixe os dois discos:

Impaciência http://rapidshare.com/files/447092826/Impaci__ncia.zip

Sistema Delirante Amplo e Defasado da Realidade http://rapidshare.com/files/275529828/Vulgue_Tostoi_SDADR.320kbps.rar