O mundo recebe neste mês de maio, do diretor australiano George Miller, um presente cinematográfico: o longa-metragem “Furiosa: A Mad Max Saga”. O spin-off da saga Mad Max retrata a origem da personagem homônima que despertou interesse em 2015 com “Mad Max: Estrada da Fúria”.

Em a “Mad Max: Estrada da Fúria”, Miller encantou público e crítica com uma produção incrível em todos os sentidos, e partindo desse parâmetro, a história de “Furiosa: A Mad Max Saga” atrai os mais diversos espectadores, sejam fãs, curiosos e por que não, os desconfiados? Os cofres da Warner vão sorrir, pois a bilheteria ‘gorda’ está garantida.

O diretor dividiu “Furiosa: A Mad Max Saga” em cinco capítulos para auxiliar na construção das etapas na vida da personagem, contribuição de um ótimo roteiro que esmiúça o desenvolvimento da criança até a vida adulta, sempre destacando a obstinação e a força de uma figura feminina fascinante.

Precisamos falar do duo de atrizes Alyla Browne e Anya Taylor-Joy, para que respectivamente interpretam Furiosa em suas fases de crescimento psicológico e físico. O talento das duas impressiona, nos fazendo acreditar em cada uma das etapas da personagem. O cast é muito escolhido, além das garotas, podemos destacar o vilão caricato interpretado por Chris Hemsworth e também de outros atores como a ex-modelo Charlee Fraser e de Tom Burke.

O primoroso trabalho de direção e técnico faz das 2h30 de duração um acontecimento único, em que se torna impossível sentir incômodo, passando tão rápido que eu toparia pelo menos mais uns 40 minutos na vida de Furiosa.

A imersão do espectador no mundo árido e violento de Mad Max é instantâneo e duradouro graças a um visual primoroso, incríveis posicionamentos de câmera e uma nitidez exemplar, que dá prazer em contemplar a cada cena proposta pelo diretor, onde Miller não comete o erro em inventar novas ideias para o universo que ele criou, apenas preenche lacunas e maximiza a experiência, prova disso é o prova disso é o cuidado meticuloso nas cenas de ação, em que o público é tragado para mais uma sequência espetacular de perseguição.

Interessante lembrar que o trailer, que apresentava efeitos especiais e maquiagem de qualidade questionável, nenhum desses defeitos faz parte do produto que está sendo exibido nos cinemas.

Como em toda franquia é natural que os diretores criem uma indexação para interconexão com as obras prévias, neste caso, Miller não se contenta apenas em presentear os fãs com um fan service gratuito, o diretor ousou em brindar a plateia para presentear o público com características únicas presentes ao longo de toda a saga, onde é possível testemunhar a brutalidade, vilões caricatos, perseguições bem engendradas e um visual fantástico, qualidades marcantes que são únicas e pertencem separadamente a cada um dos quatro filmes da saga.

Facilmente poderia escrever um parágrafo inteiro para ilustrar melhor a afirmação acima, mas facilmente cairia na armadilha do spoiler, sendo assim, delego aos fãs a oportunidade em conectar cada característica aos respectivos. Quer tentar?

Desde que me entendo por gente, ao acompanhar debates sobre Mad Max, era impossível não traçar um paralelo entre a ficção na tela e o destino real do mundo. Infelizmente, a tragédia ambiental no Rio Grande do Sul desnudou que a violência, intolerância, extremismo e negacionismo ilustram todos os espectros apresentados na obra.

Enfim, “Furiosa: A Mad Max Saga” é mais um daqueles filmes que de preferência deve ser visto na maior tela disponível e se possível revisto várias vezes. Obrigado, Miller, você é o cara!