Nesta quinta (17), estreia nos cinemas em todo o país o longa-metragem encabeçado pelos atores Tom Holland e Mark Wahlberg, trata-se de “Uncharted – Fora do Mapa”, versão live action para o badalado jogo homônimo exclusivo dos consoles de videogame da marca Playstation.

Logo abaixo, o nosso colunista Vinícius Porfírio traça um paralelo entre o filme e o jogo, incluindo algumas curiosidades, confira ao fim desta resenha.

A produção “Uncharted – Fora do Mapa” começou a se desenhar em 2008, quando o produtor Avi Arad deu uma declaração que estava trabalhando para a Sony na referida adaptação cinematográfica. Até as filmagens se iniciarem em março de 2020 – e pararem novamente por causa da COVID-19 –, foram vários percalços e falta de consenso no processo criativo, culminando na troca de diretores e escritores; o ator Mark Wahlberg, que interpretaria o protagonista Nathan Drake, foi substituído pelo ‘menino’ Tom Holland, para assumir o papel de Sully, o mentor de Drake; e, y otras cositas más.

Com o cronograma definitivamente reestabelecido em julho de 2020, a produção volta aos trilhos e após quase dois anos têm mais uma missão, refutar a máxima de que filmes baseados em jogos definitivamente não produzem boas adaptações. Será que conseguiu?

Digamos que além da ‘maldição’ de cunho geek, “Uncharted – Fora do Mapa” tem concorrentes de peso para efeito de comparação, afinal, como apresentar em fotogramas uma caça ao tesouro após “Goonies” e a consagrada franquia “Indiana Jones”? É um segmento dos filmes de aventura que tem muitos exemplos, mas pouquíssimos acertos.

Preciso dizer que “Uncharted – Fora do Mapa” não é ruim, longe disso, decepciona em algumas escolhas que não irei citá-las, pois não divulgo spoilers, apenas direi por exemplo, que o ator Antonio Banderas tem participação subvalorizada. Desperdício total na escalação de um nome consagrado do cinema.

Já que toquei no assunto atuação, tanto Tom Hollande Mark Wahlberg, quanto as atrizes Sophia Taylor Ali e Tati Gabrielle não se destacam como deveriam, porque além do roteiro escrito por Art Marcum e Matt Holloway não contribuir, a direção de Ruben Fleischer, também não ajuda. Vale dizer que a carreira de Fleischer na cadeira de diretor tem seus altos e baixos, ao estrear em longas apresentando qualidade no excelente “Zombieland” (2009), decepcionou ao apresentar defeitos em “Venom” (2018). Posso dizer que “Uncharted – Fora do Mapa” é uma junção dessas virtudes e desvirtudes.

As grandiosas cenas de ação têm seus pontos positivos e negativos, os efeitos especiais desandam em alguns momentos e os furos no roteiro são visíveis, tal qual lutas travadas por longos períodos sem a intervenção local de quaisquer grupos de segurança, sejam profissionais ou policiais.

Por fim, “Uncharted – Fora do Mapa”, é uma boa sessão da tarde, e será melhor apreciado sem alimentar qualquer nível de hype, serve ao seu intuito, curta em conjunto com a sua pipoca e divirta-se!

Os jogos por Vinícius Porfírio

Nos jogos a franquia teve seu primeiro jogo publicado em 2007, teve seu desenvolvimento liderada pela veterana, na indústria dos jogos, Amy Hennig. O nome da Amy aparece nos agradecimentos especiais, nos créditos. Durante o filme, o ator e dublador original do protagonista Nathan Drake nos games, Nolan North dá as caras em uma pequena aparição. E a logo da Naughty Dog (desenvolvedora dos games) aparece num adesivo colada na caixa do jovem Nate no filme, servindo de easter eggs.

No filme causa estranhamento com as escolhas dos envolvidos, sendo inevitavelmente comparadas com os games. Mas isoladas, sem comparações, também não funcionam tão bem. A personalidade do Nathan Drake parece que foi fragmentada entre os personagens no longa-metragem, o carisma do personagem fica meio distante, ao contrário nos jogos. Tom Holland não sustenta o envolvimento do personagem com o público, às vezes nem por sua culpa. Direção, roteiro e as comparações com a obra original parecem contribuir com os insucessos do filme.

As comparações podem ser benéficas, como a ideia de narrativa inicial, entre o filme e o jogo Uncharted 2 – Among Thieves, de mostrar um momento no meio do caos, para após ir desenvolvendo até chegar naquele ponto na história. Embora a cena escolhida no filme, a do avião, foi influenciada pela cena do terceiro jogo, Uncharted 3 – A Drake’s Deception. O filme acertas nesses curtos momentos.

O jogo Uncharted 4 – A Thief’s End será lançado numa coletânea junto com o spin off da franquia Uncharted – Lost Legacy no PC e para PS5. A trilogia inicial continua exclusiva dos consoles Playstation. Mas o ponto de destaque, é que momentos importantes do filme, foram abordados somente nesse quarto jogo. Embora os altos e baixos, a franquia está aí à disposição dos fãs de longa data e dos novos potenciais fãs, para ser prestigiada.