Na última terça-feira (04/11) fez-se história. Barack Hussein Obama foi eleito o primeiro presidente negro da história estadunidense. A cobertura da imprensa mundial foi maciça, tanto que as principas emissoras de rádio e tv mandaram seus “melhores” jornalistas. Foi evidente o entusiasmo da imprensa brasileira com a vitória de Obama, fato só não observado em países com proximidade maior pelo lado republicano, como Japão e Israel. Esta eleição foi marcante pricipalmente por envolver um candidato negro que tinha chances reais de chegar a Casa Branca.
Os principais analistas e especialistas dizem que o mundo está e será melhor com Obama. Eu acho que o mundo será melhor porque estaremos também sem o Bushinho. Para os brasileiros não haverá grandes diferenças. Talvez até piore as relações comerciais envolvendo, por exemplo , o etanol brasileiro.
Historicamente os democratas são mais protecionistas com seus agricultores do que os republicanos. Estes sim adoram e entendem é de petróleo. Já que não exportaremos etanol pro EUA, podemos diversificar nossa carteira de produtos. Talvez mangas, porque de mangas eu entendo e estamos na época. Quem não acreditar pergunte ao Daniel Farinha.
Falemos sério. Voltando a eleição americana, a importância foi dada pricipalmente porque Obama é negro. Acredito que isto não deveria ser levado como relevância. Deveria ser observada a conduta ética durante a campanha, seu caráter, carisma e índole, e não seu tom de pele. E ele demonstra que têm todas elas. Mas vivemos no Brasil, onde foi eleito um presidente da República apenas com o nível primário de escolaridade.
Obama é formado em direito por Havard. Será que um diploma garante se um político será melhor que o outro que não o possua ? Não, mas ajuda. Mas além do grau de escolaridade que influencia uma candidatura como a de Obama, o fator principal para os americanos votarem nele era também a cor da pele. Diferentemente de nós braileiros, mixigenados e com uma população negra maior que a americana, somente eles sabem o que é a segregação na sociedade americana.
Como brasileiro e distante da disputa, tenho uma visão talvez equivocada da situação, mas é bastante provável que muitos eleitores votaram no democrata para “redimir” os erros do passado em relação a população negra (13% da população). Os eleitores do canditado derrotado John McCain, majoritariamente são brancos, dos estados mais ruralistas, conservadores e protestantes. Obama, além de ser negro, vêm com idéias que contradizem o “american way of life”, é a favor do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo, e provavelmente, relacionará melhor com o “eixo do mal” (Irã, Coréira do Norte e mais alguém que não lembro, mas que fabrica bomba atômica).
Como disse nas primeiras linhas fico feliz pelo mundo em se livrar de Bush. E eleger Obama, ainda que indiretamente (não falei do processo eleitoral americano, confuso e atrasado, fica pra próxima). Cito alguns filmaços que não tiveram tanta repercussão na mídia e bilheteria, mas sintetizam toda essa história.
O primeiro é Farenheit 9/11, de Michel Moore, filme documentário no qual é explicitado os motivos pelo qual o governo dos EUA (vide George W. Bush) tiveram todos os recursos para impedir os ataques de 11 de Setembro de 2001, mas não fizeram. Umas das cenas mais hilariantes e quando Moore mostra através de um close de câmera uma pasta com informações da CIA que uma organização terrorista preparava um ataque aos EUA. Quando um de seus assessores entregam a pasta p/ Bush, e ele simplesmente a coloca embaixo do braço e continua seu joguinho de golf durante suas férias em seu rancho no Texas. Esta cena demostra o quanto despreparado era para dirigir o país mais importante do mundo.

O segundo filme é Mississipi em chamas, com Gene Hackman e Willem Dafoe, que conta a estória de dois agentes do FBI que investigam a morte de alguns jovens negros na racista Mississipi dos anos 60. O filme retrata também que as famílias negras não podiam sequer frequentar a igreja e em bares deveriam ficar no fundo do estabelecimento e separados dos brancos. Sem contar a Ku Klux Kan (KKK), seita racista homofóbica e xenófoba retratada no filme. Dois excelentes filmes que demostram o que é viver nos EUA.

Por isso que a eleição de Barack Obama traz tanta esperança para o mundo. Que ele consigua mudar esta relação entre os próprios americanas e que nas próximas eleições não seja lembrado apenas como “o primeiro presidente negro dos EUA” e sim como alguém com mais competência p/ gerir uma nação.
Aguardemos e torcemos por ele.
Abraços Danilo Duff.