Meu nome é Renan Esteves, fã de rock e estreio como colunista no NRDR escrevendo sobre os 46° aniversário do festival Woodstock, espero que gostem!

Um festival que, certamente, marcou pra sempre uma geração de sonhadores que pediam por um mundo de paz e amor (desculpe o trocadilho hippie), que serviu de embrião para festivais que vimos nos dias de hoje, como Lollapalooza, Glastonburry e Coachella, por exemplo.

Foram três dias cercados de pessoas dos mais diversos estilos, a maioria Americana, é claro, que veio com o propósito de se divertir, curtir a natureza, buscar paz de espírito em si e curtir boa música. Como era a primeira vez de um festival de grande porte como este, foi necessário montar toda uma estrutura, com palcos, lugares improvisados para que o público ficasse hospedado. Inclusive, um dos proprietários do terreno que foi cedido para o evento tinha uma pensão que foi transformada em hotel para que comportasse uma fração daqueles que estiveram no festival, tudo dentro da medida do possível.

Entretanto, houve reclamações e retaliações por parte da cidade pacata de Bethel, localizada no estado de Nova York, que não queria que o festival ocorresse por motivos óbvios, já que todas aquelas pessoas, muito hippies, por sinal, estariam invadindo a privacidade delas com seus hábitos nada tão ocasionais para uma população que não compartilhava nada daquilo. Um detalhe interessante é que o festival seria realizado na pequena cidade de Wallkill, mas os moradores locais não permitiram que isso acontecesse, o que levou o evento para a já citada cidade de Bethel,  localizada a cerca de uma hora e meia de distância.

Segundo o próprio filme chamado “Aconteceu em Woodstock”, lançado em 2009, a idéia partiu de Michael Lang,  John P. Roberts,  Joel Rosenman e Artie Kornfeld,  que financiados por Roberts e Rosemann, disponibilizaram um anúncio no Challenge International Ltd,  no New York Times e no Wall Street Journal. Dois cidadãos chamados  Lang e Komfeld responderam ao anúncio, e os quatro se reuniram para discutir os detalhes. O que era para ser um estúdio de gravação em Woodstock, evoluiu para um grande festival de música e artes ao ar livre.

Com tudo acertado, havia a questão dos preços dos ingressos que na época custavam 18 dólares, se adquirido com antecedência, vendidos em lojas de disco localizadas na área metropolitana de Nova York ou via correio, por meio de uma caixa postal. Se fossem comprados no dia do festival, o ingresso custaria 24 dólares. 186.000 ingressos foram vendidos com antecipação, e os organizadores estipularam um público de 200.000 pessoas. No entanto, o festival tomou grandes proporções a ponto de mais de meio milhão de pessoas aparecerem, passando pelas cercas construídas, o que acarretou para que o festival se tornasse um evento gratuito.

Por meio do documentário “Woodstock 3 Dias de Paz e Música” de 1969, é relatado a completa falta de estrutura, higiene e saneamento básico para um evento que estava comportando pessoas além do previsto. O resultado foi o congestionamento que bloqueou a Via Expressa do Estado de Nova York, pessoas sofrendo com o racionamento de comida, sendo necessário ajuda médica e equipes chegando de helicópteros para abastecer e prestar a total assistência à aqueles que estavam curtindo os três dias de festival.  Houve três casos de mortes relatados pela organização do festival,  a primeira originada por uma provável overdose de heroína , e a segunda por ruptura de um apêndice e a terceira por um atropelamento de trator.  Aconteceram também dois partos, um ocorrido dentro de um congestionamento da Via Expressa de Nova York que ligava ao local do show e o outro em um helicóptero, além de quatro abortos.

Mesmo com todas as adversidades que ligavam o evento a ser predestinado como um verdadeiro fracasso, o Festival Woodstock satisfez as necessidades da maioria das pessoas que compareceram ao evento, apesar de muitas reclamações das pessoas que estiveram presentes lá, como é citado no próprio documentário. Dessa forma, com o intuito de ser um festival com um ideal de paz e amor por um mundo melhor, a excelente qualidade musical prevaleceu e marcou, para a história da música,  como um ambiente de harmonia e atitude desse imenso público que esteve presente nesses três dias de festival.

Curiosidades sobre o festival:
Alguns artistas importantes da época recusaram convites pelos mais diversos motivos:
The Beatles: O site woodstockstoriesss.com.br apresenta duas alternativas para a recusa dos Beatles. A primeira é que os organizadores teriam entrado em contato com John Lennon, e ele disse que a banda só tocaria se a Plastic Ono Band de Tókio, banda, inclusive, de sua esposa Yoko Ono, na época, também pudesse se apresentar. O site afirma que a explicação mais inverossímil é que Lennon queria tocar, mas sua entrada nos Estados Unidos a partir do Vietnã foi bloqueada pelo presidente Truong Tan Sang. De qualquer forma, os Beatles estavam prestes a se separar, e inclusive não tocavam ao vivo fazia três anos, desde agosto de 1966.
The Doors: considerado como uma alternativa, cancelou sua aparição no último momento, já que  de acordo com o guitarrista Robbie Krieger, eles recusaram pois pensaram que aquela seria mais uma “imitação de segunda categoria do Monterey Pop Festival”, mais tarde se arrependendo da decisão. Outra hipótese foi a de que o vocalista Jim Morrison estaria inseguro quanto a se apresentar frente a públicos maiores. Por sua vez, o baterista John Densmore compareceu ao festival, e no filme pode ser visto no palco durante a apresentação de Joe Cocker.
Led Zeppelin: chegou a ser convidado, mas de acordo com seu empresário Peter Grant: “Fomos chamados pra tocar em Woodstock e a Atlantic gostou da ideia, assim como nosso promoter nos EUA, Frank Barsalana, mas eu disse não, pois em Woodstock seríamos apenas mais uma banda”. Ao invés disso, o grupo embarcou em uma bem-sucedida turnê de verão, tocando naquele mesmo final de semana no Asburi Park Convention Hall em New Jersey.
Jethro Tull: recusou o convite, de acordo com Ian Anderson, pois seu empresário lhe disse que haveria montes de drogas, prostituição e hippies. Embora a banda não tenha se apresentado no festival, sua música foi tocada pelo sistema sonoro de utilidade pública. No filme, durante entrevistas com os organizadores (quando eles discutem quanto dinheiro estão perdendo com o evento), as canções “Beggar’s Farm” e “Serenade to a Cuckoo”, do álbum War, podem ser ouvidas ao fundo.
The Byrds: foram convidados, mas escolheram não participar pensando que Woodstock não teria nada de diferente dos outros festivais musicais que estavam acontecendo naquele verão. Também estavam preocupados com o cachê, de acordo com declarações do baixista John York: “Estávamos indo pra um show e Roger McGuinne chegou e disse que um cara estava organizando um festival no norte de Nova York, mas que naquele ponto já não estavam mais pagando as bandas. Ele perguntou se queríamos ir, e todos responderam, “Não, queremos descansar’. Não fazíamos ideia de como aquilo seria. Estávamos esgotados, e também cansados daquela coisa de festivais. Então recusamos, e perdemos o melhor festival de todos”.
Bob Dylan: estava negociando para tocar, mas desistiu depois que seu filho ficou doente. Ele também estava insatisfeito com o número de hippies acampando perto de sua casa, no local onde o festival ocorreria originalmente.
Joni Mitchell: estava agendada para tocar, mas cancelou, pois seu empresário temia que ela perdesse uma participação no programa de TV The Dick Cavett Show.
The Moody Blues: apareceram no primeiro pôster de divulgação do evento, mas desistiram de participar após agendarem um show em Hong-Kong naquele mesmo final de semana.
Outras edições do Woodstock foram criadas. A primeira foi em 1994, para comemorar o aniversário de 25 anos do evento, que contou com bandas como Green Day, Red Hota Chilli Peppers, Metallica, Aerosmith, Nine Inch Nails e os cantores Peter Gabriel, Carlos Santana e Joe Cocker. Em 1999, foi realizada a última edição do evento, que ficou marcada pela total violência e tumultos causados pelas bandas Limp Biskit, Kid Rock e Insane Clown Posse.

Fontes tiradas do site Wikipédia.

Trinta e duas apresentações foram divididas em três dias, conforme a seguinte ordem:
Sexta-feira, 15/16 de agosto de 1969:
– Richie Havens
– Swami Satchidananda
– Sweetwater
– The Incredible String Band
– Bert Sommer
– Tim Hardin
– Ravi Shankar
– Melanie
– Arlo Guthrie
– Joan Baez
Sábado, 16/17 de agosto de 1969:
– Quill
– Keef Hartley Band
– Country Joe McDonald’s
– John Sebastian
– Santana
– Canned Heat
– Montanha
– Grateful Dead
– Creedence Clearwater Revival
– Janis Joplin com a The Kozmic Blues Band[8]
– Sly & the Family Stone
– The Who
– Jefferson Airplane

Domingo, 17/18 de agosto de 1969:
– The Grease Band
– Joe Cocker
– Country Joe and the Fish
– Ten Years After
– The Band
– Blood, Sweat & Tears
– Johnny Winter e seu irmão, Edgar Winter
– Crosby, Stills, Nash & Young
– Paul Battlefield Blues Band
– Shami-Na-Na
– Jimi Hendrix / Gypsy Sun & Rainbows*
* O show do Jimi Hendrix foi terminar por volta das 11h10 da manhã de segunda feira, fora do previsto que era para terminar por volta da meia noite, devido a uma forte tempestade que atrasou grande parte do show no decorrer da tarde de domingo.