Olá leitores, sou Daiane Alves e estreio no seu NRDR com minha visão sobre a edição 2013 do Porão do Rock, espero que gostem.

Em sua 16ª edição, o Porão do Rock surpreendeu o público. Com uma boa estrutura, o evento contou com praça de alimentação variada, estacionamento bem iluminado e com policiamento, assim como a pontualidade no início dos shows e a diversificação no estilo das bandas foram pontos positivos do festival. Foi interessante os organizadores realizarem pesquisas de opinião junto ao público, inclusive para ter uma noção do que as pessoas gostariam de ver na próxima edição. O ponto negativo foi a falta de lixeiras, não vi uma sequer. Como criar o hábito de não jogar lixo em locais inadequados se há ausência de lixeiras?

Na primeira noite de shows, Os Maltrapilhos foi, sem dúvida, destaque no palco Budweiser. Com seu estilo inusitado e questionador, a banda animou os roqueiros, que abriam rodinhas e demonstravam a essência dos shows de punk. O Alf, agora em projeto solo, mandou muito bem, relembrando sucessos do tempo do Rumbora, como “O ó do borogodó”, “skaô”, e canções novas como “O Sol Saiu” alegrou a galera. A banda Nem Liminha Ouviu, de São Paulo, tocou vários sucessos dos anos 80, deixando a galera nostálgica bem de feliz.

Os Selvagens à Procura de Lei de Fortaleza/CE impressionaram pela maturidade, uma banda nova que é muito interessante, pois unem boas letras e arranjos como poucos.

A apresentação do Capital Inicial, aguardada por muitos, teve um bom setlist. No entanto, os clássicos quando foram tocados tiveram sua versão original modificada. Músicas como “Leve desespero” e “Independência”, por exemplo, tinha um arranjo mais cadenciado. Para o primeiro show no PDR 2013 pelo menos as músicas dos primeiros discos poderiam ser tocadas em suas versões originais, para alegrar o público amante das canções antigas, que rivalizam justamente os adolescentes, fiéis fãs de hoje do Capital. O vocalista Dinho Ouro Preto em certa ocasião afirmou que a seleção de músicas na televisão é bem diferente das tocadas em um festival de rock como o porão. Não pude notar essa distinção. Quando “Natasha” começou a ser executada, percebi que tinha que correr para assistir o Soufly. Esses caras surpreenderam! Sem medo de errar, foi o melhor show da noite. Era mágico ver o público cantando em uníssono clássicos do Sepultura, como “Territory”, “Roots Bloody Roots” e “Refuse Resist”. Como não poderiam faltar as canções do Soufly, estas também foram aclamadas pela plateia.

O Matanza é aquela banda com texto e som adolescente que inclusive muito adulto também se amarra. A banda que fechou a primeira noite do festival apresentou um setlist com canções de todos os discos, agradando a fãs antigos e novos, que permaneciam em grande número e disposição até quase duas da matina.

A segunda noite do Porão abriu bem com Saurios e The Egoraptors, bandas da nova safra do rock da cidade que prometem destaque na sequência de suas carreiras.

O grupo baiano Pastel de Miolos e a brasiliense Galinha Preta foram destaques do palco Budweiser, com identidades próprias, o punk/hardcore teve seu espaço garantido. A vibração do público contagiou ambas as apresentações. Os gaúchos do Krisiun, com um death metal de qualidade com certeza merece muitos elogios, apresentaram músicas do último disco “The Great Execution”. Metal pesado bem elaborado, agradável de ouvir, além de o instrumental ser de alto nível.

Os Paralamas do Sucesso, comemorando trinta anos; pontuais como sempre, foram o grande marco da noite. Fotografias e vídeos antigos exibidos no telão ao fundo do palco contribuíram para a viagem, cada exibição era sincronizada com a canção que estivesse sendo executada pela banda, então os vários hits do grupo ganhavam funcionavam ao vivo como um videoclipe. Impressionante como todos curtem, respeitam e conhecem o trabalho dos Paralamas. Canções como “Cinema Mudo”, “Óculos”, “Vital e sua moto” e “Selvagem” não envelhecem nunca. Canções como “Você” do Tim Maia e “Que País é Este?” de Legião Urbana também não podem faltar, versões que já eram boas e ficaram ainda melhores.

Prefiro fingir que não vi o show do Mark Lanegan, um dos piores que já vi na vida.

O Lobão iniciou o show com um bom atraso, fugindo à regra da maioria das bandas, que primaram pela pontualidade. Mas mostrou ser o velho lobo de sempre, com um repertório cravejado de hits.

Que venha a edição 2104 do festival.

Crédito das fotos: Perfil oficial do Porão do rock no Flickr.