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A noite de sábado, 05 de abril de 2014, ficará por muito tempo na memória de quem testemunhou a apresentação da banda O Rappa, que finalmente apresentou na cidade a turnê Nunca Tem Fim. O evento que primou pela qualidade da estrutura, do som e do público, é um ótimo exemplo de como deve ser conduzido um espetáculo que vise a diversão. Parabéns a produção!

Na abertura, que ficou a cargo do grupo pernambucano Mundo Livre S/A, a plateia ávida por Falcão e cia, bradando em uníssono ‘O Rappa, O Rappa, O Rappa’, se divertiu com as canções entoadas por Fred 04 e seus companheiros.

Por volta de uma da matina, O Rappa toma o palco de assalto com o poder do som, acordando os pagantes que já demonstravam sinal de cansaço. Vieram “Horizonte é Logo Ali”, “Auto-Reverse” e “Monstro Invisível”.

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O vocalista Falcão, sempre simpático e atuante, interage com a plateia devolvendo todo o respeito e a admiração recebida. Durante a apresentação não faltam discursos contra os absurdos gastos para a realização da Copa do Mundo e do descaso dos governantes com o nosso país.

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Como de costume, o baixista Lauro prazerosamente nos ensurdece com seu baixo entoando o groove grave, Marcelo Lobatinho e Marcos Lobatão dão um clima especial com camadas sonoras em seus teclados e instrumentos malucos e Xandão cada vez mais virtuoso presenteia com notas e acordes milimetricamente dedicados à sonoridade do grupo, tivemos ainda o prazer de ouvir uma versão de “Asa Branca” de Luiz Gonzaga em versão solo.

De Nunca Tem Fim, o novo álbum, além das canções citadas acima (Horizonte e Auto), ainda foram apresentadas “Cruz de Tecido”, “Boa Noite Xangô” – novo single –, “Fronteira”, “Vida Rasteja” e “Anjos (Pra Quem Tem Fé)”, que encerrou a noite com um gostinho de quero mais.

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Como de costume, repetiram a homenagem ao Charlie Brown Jr e seu líder Chorão que faleceu em março do ano passado. Foram executadas “Zóio de Lula”, “Céu Azul” e ”Não é Sério”. Continuando a série covers e versões, tivemos “Súplica Cearense” de Luiz Gongaza, “Hey Joe” de Jimi Hendrix, “Maneiras” de Zeca Pagodinho, “Pais e Filhos” da Legião Urbana e “Everything Changes”, parceria de Falcão com a galera do S.O.J.A.

Do repertório clássico, composições como “Hóstia”, “Meu Mundo é o Barro”, “Homem Amarelo”, “Lado B Lado A”, “Mar de Gente”, “O Que Sobrou do Céu”, “Fininho da Vida”, “7 vezes”, “Meu Santo Está Cansado”, “Pescador de Ilusões”, “Ilê Ayê (Que Bloco é Esse)”, “Me Deixa”, “Rodo Cotidiano”, “O Salto, “Documento” e “Reza Vela” fizeram a cabeça da moçada que acompanha a trajetória da banda.

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A parte técnica continua exemplarmente bem executada, seja pela excelente mixagem de som por Ricardo Vidal, pela linda iluminação de palco ou pela cenografia belíssima, apoiada na técnica de vídeo mapping, que projeta vídeo em ampla escala e é muito bem utilizada no grandioso cenário que lembra containers.

Em 2012, tive o inenarrável prazer de acompanhar duas noites seguidas de shows d’O Rappa na Fundição Progresso no Rio de Janeiro. Confesso que fiquei feliz por ter acompanhado algo tão grande e emocionante, e fiquei com inveja da cidade maravilhosa. Esse sentimento desta vez foi caiu por terra. A apresentação desta noite em cinco de abril, podemos dizer assim, foi histórica. Nada mais que três horas de show. Literalmente, um bálsamo para quem gosta de boa música.

A belíssima cobertura fotográfica ficou a cargo da nossa fodástica colaboradora Karla K.

Obrigado a Wellington Serino por tomar nota do setlist.

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