Setlist do show "Chão" de Lenine em Brasília

Sou como o título do novo desenho do Batman, ousado e corajoso. Senão essa resenha do show do Lenine não estaria indo ao ar. Caramba! Que correria “infernal” é essa Juvenal?

Em 28 de março, a sala Villa Lobos do Teatro Nacional, serviu de palco para a turnê de divulgação de Chão, o décimo álbum do pernambucano Lenine. Com ingressos esgotados dias antes do espetáculo, o que testemunhamos foi exatamente um “espetáculo”, digno de um artista que sabe ser experimental sem soar excêntrico e ser pop sem soar chinfrim.

Foi engraçado ver e ouvir o espanto de alguns espectadores para perguntas do tipo: O que aconteceu com a bateria? O álbum Chão concebido ano passado, sem o referido instrumento e demais pares percussivos, explora sensações sonoras durante toda a sua audição, e essas experiências são maximizadas ao vivo, graças a um engendrado trabalho de engenharia sonora. Por exemplo, na canção “Trânsito”, o surround é tão envolvente que parece que você está no meio de uma avenida movimentada. Sensacional!

No palco, apenas Lenine (vocal, guitarra e violão) e os músicos Jr. Tostoi e Bruno Giorgi, responsáveis por compor a imersão sonora com guitarra, baixo, backing vocal e teclados, além de samplers e loops que trocando em miúdos, significam sensacionais efeitos + música para seus ouvidos.

A belíssima cenografia retratada pelo fotógrafo Lucas Formiga

Outra coisa curiosa no palco, além de poucos músicos, é a cenografia. Três lâmpadas iluminam os músicos, e conferem a Lenine um status de professor Pardal – aquele inventor dos quadrinhos -. o rider de iluminação trabalha com tons frios e o chão do tablado é composto por estopas pintadas de cor de barro, fazendo alusão ao álbum Chão. Belíssimo!

A reação da plateia como sempre é a melhor possível. Durante a execução das 22 (vinte e duas) canções e mais a duas que compõem o bis, a galera não se aguenta, tenta se comunicar ao máximo com Lenine, nem que seja apenas para pedir uma canção ou para os tradicionais gritos de ‘lindo’. Ah, essas mulheres!

O cantor se diverte por estar no palco, se diverte com a interação da plateia, enfim, é música e diversão no estado de arte pura! Ao se comunicar com o público, em um momento fala das dificuldades de se projetar e realizar um show completo como esse, chama atenção para questões técnicas, em outro diz que não acredita nos gritos de “lindo” e aproveita para informar que está ali para entreter, que as pessoas pagaram para ouvir música, e não para o ouvir conversando.

Resumindo, se o Chão de Lenine passar por sua cidade, não o perca de vista, pise firme no local da apresentação e curta bastante. Espetáculo recomendadíssimo!

Joel, da Lux Produções e produtor deste espetáculo, pediu para informar que nos dias 12 e 13/04 tem Zeca Baleiro. Demais! Acompanhe no seu NRDR.

Clique aqui para ler a entrevista que fizemos com o mestre Lenine.

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