Este título serviria para várias pessoas. Entre estas o nosso carismático (?) octagenário Fidel Castro. Ele não morre nunca, mas pelo menos não é mais presidente (oficialmente) de Cuba. É estranho para nós que vivemos em um país com regime democrático, no qual escolhemos nossos representantes (mesmo que escolhas erradas) ver algo assim, em que alguém se perpetua no poder por cinco décadas e sempre é reeleito por ser candidato único. Também têm um partido único em que os representantes nunca discordam de Fidelito senão são mandados direto para o fuzilamento dançar mango.

Acumula-se notícias de cubanos pelo mundo, principalmente EUA, que “sonhavam com este dia”, que “finalmente poderei ver minha família”. Mas como a única liberdade de imprensa aceita na ilha é a propaganda oficial, é noticiado que o irmão de Fidel, Raul Castro, assumirá seu lugar, com nenhuma mudança aparente.

Como não vivemos na ilha e temos apenas opiniões formadas por matérias publicadas na imprensa brasileira, tendenciosamente contrária as idéias do regime cubano, acreditamos que a vida lá seja uma porcaria. Realmente é uma vida miserável, geladeiras apenas com garrafas d’agua, carros do tempo da Guerra Fria, casas com pinturas desgastadas. Mas como saberemos se realmente a vida deles é ruim se eles não podem falar?

Hoje vivemos em uma sociedade consumista, sedentos por produtos e serviços o tempo todo. Isso gera uma instabilidade ou talvez a principal tese para a violência crescente, além do fator cultural. Por isso que em uma sociedade como a cubana a violência não seja tão banal, pelo simples fato de não haver desigualdade social e econômica. Realmente não há desigualdade social.Lá todo mundo é miserável.

Mas o fato principal da conversa é a queda(!) do nosso querido comuna Fidel, com seus discursos longevos (já imaginou Sílvio Santos presidente vendendo carnês do baú p/ Fidel) e que já fizeram escola (vide Hugo Chaves).Mas será que seu regime é tão ruim? Alguns exemplos: a saúde em Cuba é uma das melhores do mundo, com acesso universalizado e gratuito. O esporte é outro bom exemplo, com as práticas esportivas inseridas no currículo escolar já no primário. O resultado é Cuba como a segunda potência olímpica das Américas e dentre as 10 do mundo.

Os problemas são provavelmente maiores. Médicos (30 a 60 dólares por mês) e outras profissões que seriam hipervalorizadas em outros lugares são desmerecidas financeiramente pelo governo de Fidel. Para reformar sua casa é preciso a autorização do Ministério do Interior cubano. Todos os regimes têm defeitos,
talvez acostumados com a democracia acreditamos que seja o menos injusto.

Vejamos outra hipótese. A família Castro realmente acabe e é convocada eleições gerais p/ Presidente e representantes da população (igual ao regime presidencialista brasileiro). Os EUA comandem esta transição. O interesse americano é puramente democrático, com suas empresas de plano de saúde invadindo o país. Acabam-se a universalização à saúde e somente existirá hospitais particulares. Na pior das hipóteses o atendimento público fique igual ao Brasil. Pode acontecer assim? Acho que sim e não só nesta aréa.

Não que eu defenda o regime de Cuba, até porque por mais batido que esteja este discurso, a democracia é menos indolor.Mas Cuba é um país soberano, não têm petróleo p/ os ianques se interessarem por algo na ilha, então deixemos que eles se virem sem nenhuma interferência externa. Há pessoas que dirão que Fidel fará falta. Outros falarão que foi tarde. A verdade é que igual a ele nunca mais veremos. Rejeitar ajuda e aguentar embargo americano por todos estes anos não é para qualquer um. Também que falta faz um MC Donald’s. Qualquer um vive sem.

Agora pergunta pro Fidel se ele vive sem sua riqueza avaliada em aproximadamente 1 bilhão de dólares.E quando perguntaram pra ele por que a população passava fome e ele tão rico a resposta foi:
” Estou guardando p/ uma nova revolução e quem sabe p/ minha aposentaria…”

Até breve. Viva la revolucion, Zapata vive!!!!!!

Danilo Duff