Quando anunciaram a continuação do ótimo suspense sobrenatural “Invocação do Mal” (2013), fiquei com uma pulga atrás da orelha, afinal, adoro filmes de terror e suspense, mas há de convir que nas últimas décadas, os gêneros citados têm sofrido a cada vez mais com produções chochas, pecando principalmente na missão de entregar ao espectador o que deveria ser essencial: o medo! Sendo assim, agora é diferente, prepare-se para ficar aterrorizado em “Invocação do Mal 2“.

Construir uma história que assuste e convença a plateia, realmente não deve ser uma das tarefas mais fáceis, felizmente, o diretor James Wan tem conseguido destaque positivo em vários projetos, como “Jogos Mortais” (2004), “Sobrenatural” (2010) e “Invocação do Mal“, o que lhe garantiu retorno na direção da sequência.

Lorraine Warren (Vera Farmiga)

A grande virtude de Wan em “Invocação do Mal 2“, é maximizar toda a experiência sufocante do antecessor, garantindo sustos em vários momentos da projeção, e o melhor, não são sustos gratuitos. O diretor vai construindo todo o pânico de gelar a espinha, com sutileza e simplicidade, e quando você menos perceber, será tarde demais!

O roteiro é baseado em um caso real de possessão que assombrou uma família na cidade de Enfield (Inglaterra), em 1977. O referido evento de natureza fantasmagórica é até hoje, um dos mais documentados e conhecidamente assustadores de todos os tempos. Abaixo, um vídeo com depoimentos sobre o assunto, apresentando entrevistas da demonologista Lorraine Warren e das irmãs Janet e Margareth Hodgson, que viveram a ocorrência, bem como, do diretor James Wan e dos protagonistas Vera Farmiga e Patrick Wilson, que ajudaram a recriar a história.

Além da documentação abrangente, o script do filme se apoia nas lembranças do casal Lorraine e Ed Warren — interpretados respectivamente por Vera Farmiga (de “Amor Sem Escalas”, série de TV “Bates Motel”) e Patrick Wilson (da série de filmes “Sobrenatural”) —, que fizeram história ao estudar e desvendar casos paranormais que intrigavam o mundo. Os registros do par, também serviram de alicerce para a primeira “Invocação do Mal“.

Janet (Madison Wolfe)

Resumindo, em “Invocação do Mal 2“, o casal Lorraine e Ed Warren viaja até Londres, para ajudar uma mãe solteira com quatro filhos, que vivem em constante ameaça em uma casa assombrada por espíritos malignos. Um dos pontos mais assustadores desta narrativa sobrenatural, é que ele se desenvolve através da filha caçula Janet (Madison Wolfe). A interpretação da menina é exemplar, o que nos faz realmente acreditar que ela está sob a influência do capiroto.

Por ser ambientada na década de 70, a produção apoiada na ótima fotografia de Don Burgess (“Forrest Gump: O Contador de Histórias”), aguça os sentidos, nos fazendo buscar pistas e referências na tela a todo instante, graças a cenários escuros, que em muitos momentos mostram-se insalubres, catalisando nossos medos. O diretor James Wan, também teve a expertise em algumas tomadas de distribuir a tensão em planos aéreos, nos fazendo ter mais compaixão com o desespero das personagens.

Lorraine e Ed Warren, respectivamente Vera Farmiga e Patrick Wilson.

Creio que esta continuação irá superar a bilheteria do primeiro “Invocação do Mal“, que arrecadou 319 milhões de dólares no mundo inteiro, levando-o ao posto de segundo filme de terror com roteiro original de maior bilheteria de todos os tempos, atrás somente do clássico “O Exorcista” (1974).

Assustador, visceral, ágil e envolvente são alguns dos marcadores que eu utilizaria para definir “Invocação do Mal 2“, produção tão Na Rota do Rock, que a sua trilha sonora tem nomes como The Clash, Elvis Presley, The Hollies e Bee Gees, sendo assim, dou nota 8, com louvor.