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Post com resenha + vídeo + setlist + fotos.
O que esperar de um show uma banda com 30 anos de carreira? Experiência, profissionalismo, muitos hits e a capacidade ímpar de “incendiar a plateia. Correto? O checklist da apresentação, infelizmente nos faz constatar que nos dois últimos quesitos, o Simple Minds deixou um pouco a desejar.
E o pior? O público, ou a falta dele, se não foi a causa principal destes problemas, foi um bom catalisador. É uma vergonha para Brasília, a cidade que visivelmente assumiu uma posição de destaque no mercado internacional de shows, tenha recebido um público estimado em 1.500 pessoas para uma apresentação de um grupo mundialmente reconhecido.
A apresentação do Simple Minds foi assim, digamos de passagem, morna. Os fãs, claro curtiram o desempenho de Jim Kerr e Cia, principalmente os que não presenciaram o show dos caras em janeiro de 1988, pelo extinto festival Hollywood Rock. Do setlist que em média tem umas 20 canções, tivemos apenas 15, faltam figurinhas carimbadas como “Ghostdancing”, “Gloria”, “New Gold Dream” e “Neon Lights”. Pelo menos tivemos o prazer de ouvir as clássicas “Mandela Day”, “Don’t You (Forget About Me)” e “Alive and Kicking”.
A banda é competente, praticamente a formação original do grupo com Jim Kerr (vocal), Charlie Burchill (guitarra) e Mel Gaynor (bateria), completada por músicos de apoio, Eddie Duffy (baixo) e Andy Gillespie (teclados) e acompanhados por uma talentosa backing vocal chamada Sarah Brown. Qual ingrediente teria faltado para uma apresentação memorável? Seria mesmo o público ou apatia da banda? Nunca saberemos.
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Jim “Raul Gil” Kerr
O vocalista Jim Kerr – que está a ‘lata’ do apresentador Raul Gil – interage bem com a plateia. Em “Don’t You (Forget About Me)” durante o coro do público disse: – Vocês estão cantando bem, assim, vou ser demitido. Quase ao final da apresentação que durou uma média de 1h30 prometeu o que não vai cumprir, dizendo algo do tipo: – Essa não será a última vez que Brasília verá o nosso show. Em outros dois momentos, pediu para ver todos os braços para cima, solicitação atendida por gatos pingados, ou o ‘povo’ está com o inglês atrasado e não entendeu, ou simplesmente resolveu ignorar o pedido, já que o nível de animação não era das melhores.
Acredito que valeu a pena, eu mesmo curti e a geração que acompanha a banda desde os anos 80 também, mas ficou aquela sensação de que eu ‘pularia’ alguns faixas, reservando a energia apenas para as grandes canções.
Antes que esse post fique ainda mais chato, apenas um adendo, note que em todos os flyers de shows internacionais, em nenhum deles tem patrocínio. As produtoras estão bancando essa nova onda na cidade, enquanto o setor público e privado não faz a parte deles, que é patrocinar e/ou apoiar. #seliga
Uma amiga me ligou umas duas horas antes do show e perguntou: – Cris, aonde você está? Respondi: – Nilson Nelson para ver o Simple Minds. Ela: – Ah, nem vou, R$ 80 é caro demais! Como diriam no Twitter #choquei. Precisamos aprender a valorizar as coisas, sempre torcemos para que bandas ‘gringas’ viessem tocar na nossa cidade, e agora que definitivamente está acontecendo, não rola esforço, e o pior, ainda vem com um discurso mesquinho sobre valor. #pareomundoqueeuquerodescer
P.S.: Foi bom curtir o show em companhia de Bruna Marques @brunakmarques e ‘seu par’, Luciano Lima @papofirme e ‘seu par’, Roger Fragoso @saotres e Flavio Avila @fcavila.
Vídeo:
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=trYbzyszQ3s[/youtube]
Filmei a clássica “Don’t You (Forget About Me)”.
Lamentável um público tão pequeno para uma banda tão importante. Curti muito o som deles nos anos 80 e lembro vivamente os momentos em que rolava “Don’t You Forget About Me” na discoteca que frequentava em Foz do Iguaçu. Obrigado Cristiano por filmar essa música e compartilhar conosco.
Concordo em parte com a sua análise, mas creio que os motivos do esvaziamento do show pelos fãs ocorreram por outros fatores, tais como a má divulgação do show, pois um dos ícones dos anos oitenta ser ignorado de forma tão vil pela mídia. Somando-se a isso os promotores do evento não possibilitaram aos fãs a compra dos ingressos por cartão de crédito ou débito, tudo tinha que ser “in cash”, o que de certa forma, contribuiu para que o evento ficasse lotado de cambista do lado de fora vendendo no final, cada ingresso por setenta reais, ou seja, abaixo do que a meia custou. Fico triste por Brasília ser desrepeitada dessa forma, mas parece ter gente que gosta disso, pois assim pode justificar a ida das grandes bandas para o eixo Rio/São Paulo.
Lamento profundamente também pelas cenas dantescas e lamentáveis que presenciei, gente na parte mais próxima e cara do show, simplesmente, não só ignorarem os pedidos do vocalista, mas também darem as costas para o mesmo; fora os banheiros do Nilson Nelson que eram impenetráveis….vergonha, essa palavra resume tudo. O show foi maravilhoso, quem estava na parte da pista ovacionou, dançou, participou e cantou junto. Parabéns, Cristiano pelo vídeo.
Estava louca para ir, mas não consegui arranjar companhia. Nem meu pai consegui convencê-lo a ir comigo, quem tanto curtia essas bandas na adolescência. Não sei se esse preço é realmente muito caro para curtir bandas com tanto prestígio. Mal pude acreditar nessa pequena quantidade de público. Sinto-me envergonhada como brasiliense por reclamar tanto que os grandes shows não chegam até aqui e quando entramos na rota não sabemos dar valor. Sortudos foram aqueles que viveram sua adolescência no auge dessas grandes bandas como Simple Minds, A-Ha, Tears for Fears entre outras. Só eles sabiam o que era curtir um rock de verdade.
Quem é Simple Minds no jogo do bicho?