No canto direito, com um Nobel de Literatura, 1,682 m de altura e 51,874 kg, ele o grande escritor, e contestador… José “El Mago” Saramago (sacou? Ok a piada foi horrível)…
No canto esquerdo com nocautes em mais de 14 milhões de espectadores nos cinemas do mundo todo, ele que já encantou muitos amantes da sétima arte com trabalhos iguais a “Cidade de Deus” e “O Jardineiro Fiel”, com 1,728 m e 62,516 kg ele o diretor que não só dirige, mas também conduz seus trabalhos, Fernando “Quase Oscar” Meirelles…

Bem, vamos entender algumas coisas antes de tentarmos dissecar (acho que é assim que escreve, não entendo nada de arter bizantina do séuclo XV), os produtos de um desafio deste, que vai ser um filme baseado num livro mil grau total, “Ensaio Sobre a lucidez“.

Eu nunca fui um grande leitor no ensino fundamental (EF) ou no ensino médio (EM), antigo primeiro grau e segundo grau, nossa quanto tempo, ou para quem é mais antigo ginasial e colegial.

Quantos sonhos e manchas nos lençóis

aquelas saias com pregas já causaram?…

Bem quero dizer, hã, hã, esqueça esta parte, não lia muito nesta época, ou não lia quase nada, era uma ameba, como a nossa professora Elaine de matemática fazia questão de nos lembrar frequentemente, fui ler meu primeiro livro na quinta série, “Meu Pé de Laranja Lima” (José Mauro de Vasconcelos), faz tanto tempo que nem lembro da história, depois li algumas outras coisinhas, “O Último dos Moicanos”, “Dom Quixote”, “Uma Rua Como Aquela”, “Escrava Isaura”, “Os Três Mosqueteiros”, mas isto em 4 anos de EF e mais 3 de EM.

Não é nada comparado com um monte de gente que conheço, passava da preguiça a falta de vergonha na cara, mas lia pouco, na Faculdade me cobrei isto e hoje leio razoavelmente. Não como algumas pessoas que conheço que devoram livros em dois dias, mais leio e o melhor, gosto de ler nos dias atuais.

Começava sempre a ler se o assunto me interessava, só que assim perdi histórias incríveis que eu não espera que seria tão boa, analisando só o título ou a capa.

Fora que ainda tem que suportar o estilo dos escritores, sua época e coisas que a minha esposa, que é professora de Literatura (o importante é ter saúde), adoraria explicar, mas eu não…

Sempre achei que escrever era só por letras atrás de letras, formando palavras, que em seqüência formaria as frases…

Lógico, não é só isto, um bom escritor, que não é o meu caso precisa de algo mais.

Existe alguns escritores que são mestres nisto, outros são razoáveis, outros são ruins mesmos, a maneira como escreve ou transcreve suas idéias faz A diferença, com ênfase realmente no “A”.

E quando o miserento (sic), infeliz das costas ocas, frango da oréia lascada (sic), mal-ajambrado do escritor acha que pontuação é para os fracos. Sim existe escritor que pontua da maneira que ele acha que convém, como der na telha do pobre…, e para piorar escreve bem.

E ainda ganha o prêmio Nobel de Literatura, e o pior, este sacripanka (eu quis dizer isto mesmo, não sei o que é, mas minha avó quando fica nervosa com alguém fala isto), ainda ousa escrever um livro Visceral, que é o caso de “Ensaio Sobre a Cegueira“.

Este livro do Saramago é algo que parece uma loucura ou um surto de maluquice aguda de alguém, instantes antes de ter de embarcar em um avião nos aeroportos brasileiros.

Um surto (não a banda), de cegueira começa a assolar Portugal (terra natal do escritor), mas não é uma cegueira comum, é a moléstia da cegueira branca, pois as pessoas ficavam com uma brancura branca (sem pleonasmo), totalmente branco, como leite, sim de vaca, de cabra, do que você quiser, desde que seja um leite alvo, muito alvo, como os personagens fazem questão de enfatizar no livro…

Começa com um motorista em pleno trânsito, pessoa comum, como é a característica do Saramago, falar e escrever sobre pessoas comuns, vai se espalhando como se fosse uma super epidemia (sem nenhuma relação com o filme homônimo, “Epidemia“), os desdobramentos dos episódios são fantásticos, para nós meros mortais, e talvez evidente para um escritor genial como Saramago.

Com riqueza de detalhes, mas sendo objetivo de maneira que chega a ser até “encabulador” para o leitor, como na passagem dos cegos malvados, mas como um bom livro deve ser, não conseguimos parar de ler, ou ficamos chateados quando temos que parar de ler por qualquer motivo que seja.

Com um final que só mesmo El Mago Saramago (tá certo vou desistir desta piada infame e desnecessária), consegue fazer para uma história que começa louca e termina tão louca que se torna lúcida. Talvez por isto teve a continuação com “Ensaio Sobre a Lucidez”, que é para outra postagem, pois ainda não li…

Agora imagina o desafio de um baita diretor em colocar isto tudo na telona e manter a qualidade, sabemos que adaptações são difíceis, que normalmente o livro é melhor, quando não é muito melhor que o filme, mas ele já tirou leite de pedra em “Cidade de Deus“, com atores amadores e sem texto, falas no improviso (pasmem)!!!!!!!!

Fernando já foi cirúrgico em “O Jardineiro Fiel“, não vai decepcionar neste desafio, aguardo ansioso para assistir, sem muito alarde: “é só um filme”, como diria um amigo meu, mas que baita filme…

É esperar para ver! E se possível ler o livro antes!

Salve Todos!