O debate sobre o Rock de Brasília na 30ª feira do livro foi excelente, infelizmente, quem é descansado acaba perdendo grandes eventos e a oportunidade de aprender sobre os temas que o cerca. A plateia presente saiu de lá feliz com boas histórias, fotos e autógrafos.

Nota oficial do site do deputado professor Israel, idealizador do Rodas Literárias, sobre o evento:

A história do rock de Brasília foi tema de debate, na noite de ontem (16/11), durante a 30ª edição da Feira do Livro. O evento fez parte do projeto “Rodas Literárias” e teve o deputado Professor Israel como mediador. Fê Lemos, do Capital Inicial, Philippe Seabra, da Plebe Rude e Vladimir Carvalho, cineasta, escritor e diretor do filme “Rock Brasília – Era de Ouro” foram alguns dos convidados que participaram do encontro. Eles falaram um pouco da perspectiva histórica e cultural do movimento que, na década de 80, revolucionou o rock brasileiro.

Com o tema “Brasília, a capital do Rock”, os convidados relembraram o surgimento das principais bandas. De acordo com Fê Lemos, a Colina (local de moradia das famílias dos professores da UnB) foi um cenário muito importante, pois permitiu o encontro de músicos que, mais tarde seriam artistas consagrados, como Renato Russo e André Muller. “A Colina foi o microcosmos de uma classe média intelectualizada, que tinha sede de música”, afirmou. Lemos disse ainda que a Colina era um ambiente universitário e propício a contestação. “Por estarmos vivendo um período de ditadura, debatíamos sobre censura e o momento político que o País vivia. Isso serviu de inspiração para as nossas letras”, considerou.

Entendendo a importância que as bandas Aborto Elétrico, Plebe Rude, Capital Inicial e Legião Urbana, tiveram para o cenário político e para Brasília, o cineasta Vladimir Carvalho resolveu prolongar essa experiência. “Essas bandas se afirmaram como os produtos mais importantes da capital do País, por isso não poderia me furtar em relatar isso por meio do filme”, afirmou.

O deputado Professor Israel acredita que o rock de Brasília foi o que o País produziu de mais original e permitiu influenciar a juventude daquela época. “Talvez hoje os jovens precisem de estímulos, como esses do passado”, avaliou. Philippe Seabra acredita que o rock brasiliense deixou um legado muito importante. “A nossa arma diante da repressão foi a nossa música. Nós não fomos passivos e foi isso que ficou”, disse.

Participaram ainda do debate André Noblat, da banda Trampa Sinfônica, Marcos Pinheiro, apresentador do programa Cult 22, e Marcus Ligocki, produtor do filme “Rock Brasília – Era de Ouro”.

Crédito das fotos: Camila Maxi