Chegou ao fim o 1º Festival das Águas, realizado de 2 a 5 de junho na Concha Acústica, atraindo cerca de 140 mil pessoas e sem registros de ocorrências policiais. Uma festa em prol do meio ambiente, prática de esportes e descontração ao som de variados artistas locais e nacionais.

O festival idealizado por Marcelo Senise e cia, é sem dúvidas um dos melhores já realizados na Capital Federal. A expectativa acerca de uma 2ª edição é gigante! O evento promovido pelo GDF, num esforço conjunto da Caesb, Ibram e as Secretarias de Meio Ambiente, Cultural, Esporte, dentre outros órgãos celebrou a semana do meio ambiente de forma exemplar, concatenando consciência ambiental ao esporte e cultura.

A estrutura suntuosa é mais um ponto a ser elogiado. Dois palcos gigantes, som de qualidade, telão de LED, praça de alimentação, feira ambiental e espaços para práticas esportivas. No quesito dos shows, a democrática escalação deve ser observada com seus múltiplos gêneros musicais – rock, pop, rap, mpb e pagode -, propositada e acertadamente limando sertanejo e axé, o segundo porque não há um evento do estilo musical na cidade que não acabe em confusão. E paz foi o que mais testemunhamos na 1ª edição do evento. Só para se ter uma ideia, no domingo, os portões da Concha Acústica foram fechados às 23h, pois o público alcançou a marca de 80 mil pessoas. No sábado 42 mil pessoas prestigiaram o F.A. Obrigado Brasília!

Dentre as atrações Amplitude, Maskavo, Célia Porto, In Natura, Diboresti, Jorge Aragão, Alceu Valença, Galinha Preta, Titãs, MV Bill, Planta e Raiz, banda H3, NX Zero, CPM22, Skank, Pitty, Ponto de Equilíbrio e Zeca Baleiro. Naturalmente, como em todo festival, me programei para ver os que apostava como destaque, logo abaixo leia sobre a cobertura dos meus escolhidos, e ainda poderá curtir galeria de fotos e setlists. De boa fé, ainda tentei furar o esquema, assistindo com o olhar de curioso Jorge Aragão, NXZero e CPM22, mas não prendeu minha atenção por muito tempo. Queria muito ter visto Zeca Baleiro, mas eu tinha que trabalhar na segunda, foi impossível esperar.

Shows cobertos, não esqueça que logo abaixo tem as respectivas galerias de fotos e setlists.

Alceu Valença: Às vésperas de completar 65 anos no próximo dia primeiro de julho, o pernambucano Alceu continua demonstrando uma jovialidade ímpar. Ao executar 15 hits que espantaram o frio na Concha Acústica, o carismático cantor encantou a todos, até os mais jovens que ainda não conheciam seu trabalho. Impossível ficar indiferente a energia que vem do palco, concatenada a canções como “Dia Branco”, “Táxi Lunar”, “Cavalo de Pau”, “Coração Bobo”, “La Belle de Jour”, “Anunciação” e “Morena Tropicana”. Por fim acompanhamos em uníssono os versos de “Te Amo Brasília”: Se teu amor foi hipocrisia! Adeus Brasília vou morrer de saudade. Se teu amor foi hipocrisia! Adeus Brasília vou prá outra cidade… Antes que alguém reclame, não é rock, mas é música com atitude!

Galinha Preta: Frango Kaos (vocal e guitarra), Bruno Tartalho (baixo), Hudson Hells (guitarra) e Guilherme Tanner (bateria) botaram pra f#d3r em mais uma apresentação. É um ótimo show por vários motivos, seja pelo hardcore competente, maluquices do Frango, ‘rodas de polga’ ou até pelo olhar atordoado na plateia de quem nunca viu ou ouviu e presta atenção para tentar entender o que rola no palco. Como era um evento de cunho ambiental, o Galinha fez sua parte entoando as canções “Saco de Plástico” e “Urso Polar”. Outro ponto inusitado e divertido foi a participação da cantora Célia Porto e do maestro Rênio Quintas na música “Vai Trabalhar Vagabundo”.

Sem esquecer claro das ‘já’ clássicas: “Eu Não Sei de Nada”, “Nóis Tamu Morreno”, “Pára De Rir De Mim”, “Roubaram o Meu Rim” e “Traçado Da Morte”. Além de arriscar uma versão de “Seek & Destroy” do Metallica, pediu que todos divulguem “Padre Baloeiro” o novo clipe da banda (curta a seguir). Sensacional!

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Titãs: A muito tempo sem se apresentar na cidade, a metade do octeto, fez um show inteiro. A banda com os remanescentes Sérgio Britto (vocal, teclados e baixo), Tony Bellotto (guitarra), Paulo Miklos (vocal e guitarra) e Branco Mello (vocal e baixo) esbanjaram fôlego e competência ao lado do baterista contratado Mário Fabre, desfilando hits para todos os fãs e fases dos Titãs por 1h40.

Do repertório de 27 canções, quatro vieram do último CD, Sacos Plásticos (2009), “Amor por Dinheiro”, “Antes de Você”, “Porque Eu Sei Que é Amor” e “Deixa Eu Entrar”. Além de dois covers “Aluga-se” (Raul Seixas) e “É Preciso Saber Viver” (Roberto Carlos) e das 21 restantes, músicas que já fazem parte do nosso inconsciente, como “Diversão”, “Epitáfio”, “Cabeça Dinossauro” e por aí vai. Em “Família” e “Polícia”, respectivamente foram executadas de forma incidental “Panis Et Circenses” (Os Mutantes) e “Acorda Maria Bonita” (Volta Seca). Um setlist só sucesso!

Fico muito feliz de saber que o pulso ainda pulsa. Ano que vem promete, a banda que irá comemorar 30 anos de carreira, deve rodar o país acompanhada dos ex-integrantes Arnaldo Antunes, Charles Gavin e Nando Reis. Expectativa enorme, que 2012 chegue logo!

Skank: Anunciada para o festival aos 45′ do segundo tempo, os mineiros que representam com propriedade o pop rock nacional, comemoraram com o mar de gente na concha acústica a apresentação de 20 anos de carreira. Infelizmente Samuel Rosa e cia, não tiveram o benefício dos Titãs, que encerraram uma das noites do Festival das Águas, e tiveram que se contentar com apenas uma hora para apresentar sua infinidade de sucessos.

Das 14 canções escolhidas, três covers foram executados, duas por suas versões já estarem institucionalizadas no setlist “É Proibido Fumar” (Roberto Carlos) e “Vamos Fugir” (Gilberto Gil) e a terceira “Loirinha Bombril” (Os Paralamas do Sucesso) que o vocalista dedicou a banda da cidade. Não é bem assim, a formação d’os Paralamas é fluminense, mas amamo-los como se fossem da cidade, não é mesmo?

Samuel Rosa estava animado como sempre e feliz por tocar em um festival diverso que não tem música sertaneja como no resto do país. E completou desejando felicidade à Brasília por ser uma cidade rock n’ roll. Não se esquecendo de elogiar o excelente público e a estrutura do evento que deixou a plateia perto dos artistas. Falando em público próximo dos artistas, Samuel se irritou com os pedidos constantes de palheta e mandou eu não consigo chupar cana e assoviar ao mesmo tempo, não posso dar a palheta enquanto ainda estou tocando. Espera que no tempo certo eu dou pra vocês. Pena que foi curto, mas foi demais!

Pitty: A soma público + artista + palco = proximidade, elogiada por Samuel Rosa foi um problema para a balzaca baiana logo nos primeiros minutos de sua apresentação. Os fãs começaram uma cruzada de invasão e a Pitty deu logo um piti, dizendo algo do tipo viemos aqui fazer um show legal, nos preparamos,  estamos animados, se vocês subirem no palco podem pisar e estragar alguma coisa e não vai ter o show. Traduzindo p*##@, eu vim aqui para tocar, e não para ficar sendo agarrada por fãs enlouquecidos, se me encherem o saco, dou uma de Renato Russo e vou embora.  Dependendo da frase, politicamente correta ou não, ela estava com a razão.

No decorrer do show, buscando o melhor ângulo para fotografar, acabei me posicionando no meio do Roxa/DF, fã clube da cantora na cidade. A animação era espetacular, mas o que me chamou a atenção, é que a Pitty soube fazer seus fãs comprarem a ideia da música “Máscara”: Mesmo que seja bizarro, bizarro. Mesmo que seja estranho, seja você! Essa relação da Srta. Priscilla Leone com a evidente diversidade de estilos, idade e letrinhas de gênero sexual de quem a idolatra é interessante e deve ser celebrada. Poucos artistas atingem uma gama tão variada.

A apresentação que servia de suporte para a divulgação do CD/DVD “A Trupe Delirante no Circo Voador” (2011), foi empolgante. O setlist de 15 canções, uma espécie de Greatest of Hits of Pitty, encerrou a parte rock da segunda noite do Festival das Águas com dignidade. #TenhoDito

P.S.: No repertório da Pitty também teve um cover “Se Você Pensa” (Roberto Carlos). =)

Finalizando, já que o post ficou gigante, a gafe da noite ficou para o NXZero, que disse que adorava Os Raimundos, ia tocar e tal e mandou um Ô Ô Ô Ô Ô my brother – “Rodo Cotidiano” (O Rappa). Já ouvi falar em analfabetismo, mas analfamusiquismo nunca. Os caras se superam negativamente. Sempre!

Já fui questionado várias vezes qual foi meu show preferido. Poxa, é muito difícil elencar, para não ficar em cima do muro vou chutar que o Top3 ficou com Titãs, Skank e Pitty. Mas qualquer ordem que envolva o trio será bem quista. Sem esquecer é claro do Galinha Preta.

Obrigado Wellington Serino mais uma vez por ajudar nos setlists enquanto eu fotografava.

Abração a todos e divirtam-se com o bônus abaixo.

Galeria de Fotos e Setlists dos Shows comentados acima

OBS: Você acessa cada página das galerias clicando nos referidos números.

Alceu Valença

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Galinha Preta

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Titãs

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Titãs Setlist Concha Acústica, Brasília, Brazil 2011, Sacos Plásticos

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Skank

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Skank Setlist Concha Acústica, Brasília, Brazil 2011, Multishow ao Vivo No Mineirão

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Pitty

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Pitty Setlist Concha Acústica, Brasília, Brazil 2011, A Trupe Delirante