O remake de “Cemitério Maldito” que estreia nos cinemas Brasil afora é uma produção corajosa, além de adaptar o livro de Stephen King, lançado em 1983, ainda precisa conviver com as comparações em relação ao clássico dirigido por Mary Lambert, que chegou às telas exatamente há três décadas.

O que significa essas crianças mascaradas na floresta?

Recriar o trabalho literário de King para o cinema não é tarefa das mais fáceis graças a imaginação ímpar e a inserção de muitas descrições em cada camada, sendo assim, tanto os roteiristas quanto os diretores sofrem para transportar os ‘mundos’ criados pelo autor – um baluarte do horror e suspense – para a linguagem audiovisual, uns acertam, muitos erram e outros, mesmo com altos e baixos conseguem uma posição de destaque.

Dirigido por Kevin Kolsch e Dennis Widmyer, o novo “Cemitério Maldito” transita entre o normal, o bom e o ótimo de forma linear. Cada ato é cuidadosamente estudado pelo diretor ao se encarregar da função de formatar e transpor as ideias que serão exibidas nas telas, a partir do roteiro escrito por Jeff Buhler, que tem como base o argumento de Matt Greenberg e o livro de King. O problema é que ao se debruçar nas etapas de apresentação, complicação, clímax e desfecho, algumas escolhas abrem precedentes para um debate e talvez isso não agrade a todos os espectadores.

Família Creed

Caso você não conheça a história, vamos lá: fugindo da rotina pesada das grandes cidades, a família Creed muda-se para a pequena cidade de Ludlow, ao invés da paz, encontram as dores em uma comunidade que vive à sombra de um cemitério amaldiçoado.

A cruzada do protagonista Louis Creed (Jason Clarke) versa sempre em cima dos limites e escolhas, e mesmo que você conheça a obra de King ou tenha assistido ao antecessor, este remake possui em seu cerne alterações interessantes.

Capiroto Cat

O novo “Cemitério Maldito” busca dialogar com os mais diversos fãs do universo do terror. O problema é que essa pluralidade somada a discussões de cunho familiar, sobre o caminho da fé, os limites da moralidade e a dor do luto faz com que o filme se perca em alguns momentos.

Particularmente gostei muito do resultado, mas é fato que a expectativa atrapalhou um pouco, sem dúvidas o meu erro será o mesmo cometido por muitos, vale alertar, “Cemitério Maldito” é ótimo, mas a produção está longe de ser deliciosa, assustadora e grandiosa quanto “IT: A Coisa” (2017), que também além de remake, trata-se da adaptação de uma obra de Stephen King.


Mesmo desviando pouco da rota, “Cemitério Maldito” convence e cumpre o papel de entreter, confiro nota 7.0.

Em relação à homônima canção tema, escute abaixo as duas versões, primeiro a original dos Ramones, que também foi responsável pelo sucesso do filme, e a do remake, executada pela banda californiana Starcrawler e tire sua conclusão.

Pet Sematary por Starcrawler
Trailer “Cemitério Maldito” (2019)