Com a estreia de “Barbie” nos cinemas, enfim a espera chega ao fim. Então, o que falar sobre o live action da Barbie, a boneca mais famosa de todos os tempos?

Cinematograficamente falando, temos duas grandes mulheres por trás da obra: Greta Gerwig e Margot Robbie, respectivamente, diretora/escritora e a atriz/produtora que fizeram um grande trabalho; elenco comprometido e carismático, com exceção é claro de Will Ferrell, que em minha opinião só não é mais chato que o tal do Adam Sandler; direção de arte incrível retratada por bons figurinos e cenários; e uma fotografia envolventemente colorida, transformando “Barbie” em um grande sonho forjado a algodão doce. Acredito que o longa-metragem deve figurar entre os indicados a prêmios técnicos na próxima edição do Oscar.

O roteiro em dois momentos aponta por que “Barbie” não é destinado ao público infantil, mas é preciso dizer que estes breves instantes não diferem em nada do que os ‘pequenos’ escutam em casa, escola ou leem nas redes sociais, e como a produção em prol de um mundo melhor para mulheres e no convívio com homens não negocia com costumes errôneos da sociedade, não há problema em infringir uma contraindicação.

Acho louvável que o texto por Gerwig e Noah Baumbach trate em humanizar a boneca, contribuindo para que as pessoas conheçam o trabalho e a linha de produção desenvolvida pela Mattel ao longo dos anos, curiosamente a empresa faz mea culpa em não representar ideais femininos da forma correta, assim como apresentar os brinquedos que foram descontinuados, sobretudo por serem bizarros ou politicamente incorretos.

Falando sob um espectro humano e um aspecto social, o longa-metragem “Barbie” é uma deliciosa e imprescindível declaração sobre igualdade e a necessidade do feminismo, bem como aproveita para colocar em escanteio qualquer discurso contra o patriarcado, padrões estéticos e condenadas imperfeições. Evidentemente não é uma produção indicada para quem enraizou preconceitos e julgamentos, pois a obra em momento algum dá abertura para que pensamentos divergentes se aflorem, e isso não tem nada a ver com a tal acusação de ‘lacração’ e converge com a humanização de direitos que de fato já deveriam ser universais.

Enfim, “Barbie” vale a experiência em uma telona, e por ter um discurso tão necessário e com proposta ilimitada pelo bem coletivo, deveria ser exibido em escolas pelo bem que pode causar principalmente ao servir como mola propulsora para inspirar gerações.