[singlepic id=186 w=320 h=240 float=left] Geddy Lee e Alex Lifeson, dois amigos de escola, retraídos e com seus próprios problemas familiares. Ao resolverem se dedicar à música, não somente se tornam dois excelentes músicos, como também ‘montam’ o Rush, uma das melhores bandas de todos os tempos. Seria minimalista abordar “Rush: Beyond the Lighted Stage” (2010) apenas como a trajetória do trio canadense, o documentário dirigido por de Sam Dunn e Scot McFadyen, – os mesmos realizadores dos excelentes “Metal: Uma Jornada pelo Mundo do Heavy Metal” (2005) e “Iron Maiden: Flight 666” (2009) – é uma obra inteligente, sensacional e imperdível tanto para os fãs da banda, como também para os apreciadores de rock e de documentários.

Sam Dunn e Scot McFadyen demonstraram em seus dois trabalhos prévios e agora em “Rush: Beyond the Lighted Stage”, o talento indiscutível para contar histórias no formato de documentários. A sensibilidade da dupla ao filtrar e balancear elementos e sentimentos que serão repassados ao público, atestam uma qualidade ímpar.

O filme que pode ser divido em dois momentos: 1) dos ‘perrengues’ vividos por Geddy Lee (vocal, baixo, teclados) e Alex Lifeson (guitarras) na montagem da banda, manutenção e batalha por shows e contratos; e, 2) da entrada de Neil Peart (bateria) no Rush, até os momentos atuais registrados no dia a dia do power trio, flui ‘macio’ e sem momentos cansativos, em sua duração de 1h45, na verdade, gostaríamos até de mais alguns minutos no universo dos canadenses.

Os bastidores são deliciosamente alinhavados pelas experiências e desafios que o trio precisou ‘viver’ e enfrentar, seja nos momentos divertidos e até nas provações que abalaram o grupo em alguns momentos. Como não poderia ser diferente, muita música, letras de canções clássicas esmiuçadas e muitas entrevistas que ajudam a montar o quebra cabeça do Rush.

As entrevistas é outro ponto de destaque, além das tradicionais e históricas conversas com familiares, amigos e parceiros, os diretores reuniram uma série de depoimentos que conferiram ao filme uma dinâmica interessante, em razão de não se dedicar apenas a tradicional ‘rasgação de seda’, mas também expor fatos e situações engraçadíssimas e interessantes. Esses testemunhos vêm de pessoas notórias como Jack Black (ator), Matt Stone (criador da série South Park), Sebastian Bach (ex-Skid Row, hoje caricato e parecendo uma tia desengonçada), Les Claypool (ex-Primus), Tim Commerford (Rage Against The Machine e ex-Audioslave), Billy Corgan (Smashing Pumpkins), Kirk Hammett (Metallica), Vinnie Paul (Pantera), Mike Portnoy (Dream Theater), Trent Reznor (Nine Inch Nails), Gene Simmons (Kiss) e Zakk Wylde (Black Label Society e ex-guitarrista da banda de Ozzy Osbourne).

O prêmio de melhor filme no Festival de Tribeca deste ano, realizado em Nova York, atesta que os 42 anos do power trio de rock progressivo estão bem delimitados e representados em “Rush: Beyond the Lighted Stage”. Super recomendado, espero que seja lançado em breve em Blu-ray e DVD!

A sessão de cinema foi uma grata surpresa, além da ‘película’ em si, podemos somar nesta conta, os reencontros com os amigos do mundo rock de Brasília e a energia que tomava conta da sala de projeção, desde as interjeições de alegria e felicidade que tomaram conta da plateia no início e durante a exibição, aos merecidos aplausos no fim. CLAP! CLAP! CLAP! CLAP!

Assista abaixo, o trailer de “Rush: Beyond the Lighted Stage

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