Desde sempre, produções cinematográficas retratam suas teorias sobre o fim do mundo, esmerando-se para narrar o apocalipse da melhor forma, seja antes, durante e/ou depois. Cada uma destas visões extermina a humanidade na forma que lhe é conveniente, seja por epidemias, ameaças extraterrenas, zumbis ou desastres naturais. A bola da vez é o filme “Planeta dos Macacos: A Guerra” (2017), dirigido por Matt Reeves.

A produção “Planeta dos Macacos: A Guerra” tem a ambiciosa missão de encerrar com êxito a trilogia iniciada por “Planeta dos Macacos: A Origem” (2011), e seguida por “Planeta dos Macacos: O Confronto” (2014), sem delongas, já adianto que a empreitada obteve sucesso.

Esta trilogia serve de pré-sequência para a antiga franquia de Planeta dos Macacos, o fan service conecta-se com sucesso aos outros filmes, especialmente ao que inaugurou e deu nome a saga, estreando em todo o mundo em 1968, protagonizado por Charlton Heston, no papel de George Taylor, astronauta que aterrissa por acidente em um planeta dominado por macacos. A produção causou furor na década de 60 e graças a um roteiro surpreendente e uma maquiagem crível para a época, encanta até hoje.

Ao contrário da saga clássica, a nova trilogia tem a virtude de utilizar muito bem o CGI (computação gráfica), ao invés de ‘fantasias’ e da maquiagem ‘clássica’, escolhas que abrem caminho para a genial interpretação de Andy Serkis, que além de Caesar, já deu vida a outros personagens em composição digital, como o Gollum de Senhor dos Anéis. Está na hora da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas deixar de ser retrógrada e pensar em premiar o rapaz, afinal, de uma forma ou de outra, trata-se de uma atuação.

Em “Planeta dos Macacos: A Guerra”, o roteiro escrito pelo diretor Reeves e por Mark Bomback, retoma o ponto de partida do anterior, no qual os símios buscam proteção contra os soldados liderados por Coronel (Woody Harrelson) um inescrupuloso comandante.

A franquia serve como metáfora, onde muitos acreditam que um dia a natureza irá se rebelar, tomando o lugar daqueles que esgotam os recursos da terra.

Guiado por esta ótica, a rebeldia dos símios faz todo o sentido. No quesito direção, a franquia está bem representada, Reeves que já havia dirigido “Cloverfield” (2008) e “Planeta dos Macacos: O Confronto”, tem demonstrado habilidade para contar histórias, principalmente as recheadas de tensão, qualidade que lhe garantiram o comando no novo Batman, estrelado por BenAffleck.

Falando em tensão, para quebrar um pouco do ‘peso’, o filme utiliza de alguns elementos conhecidos, como um personagem atrapalhado e divertido chamado Bad Ape (Steve Zahn), que garante boas risadas.

“Planeta dos Macacos: A Guerra” é a prova de que ainda podemos ter fé nos executivos de Hollywood, basta que eles tenham bom planejamento e escolham os profissionais certos para cada função.

Confiro nota 8.8 ao filme, que trafega por uma rota deliciosamente pavimentada e tensa. Minha gente, que trilogia é essa? Multiplica senhor!