Iron Maiden: Somewhere back in time tour – O show!

A donzela de ferro está de volta ao Brasil nesta que é considerada a melhor turnê deste
o retorno de Bruce “Willis” Dickinson a banda. Mais uma vez o N.R.D.R. esteve presente em um dos maiores espetáculos deste planeta. A dupla heavy metal Daiane Ramone e seu fiel capataz Danilo Duff acompanharam o show de São Paulo, no Parque Antártica .

Mas antes de falarmos no show citaremos as preliminares (eh,eh,eh!!!!!). Como não poderia deixar de ser a viagem para SP foi um pouquinho cansativa, não bebemos cervejas (porque só tinha Itaipava) e a comida estava acima do esperado (exceto por um bolo na parada em Cristalina que estava lá na noite de sábado quando iamos e ainda estava lá na segunda). Queríamos dormir, mas como se o melhor da viagem era aguentar Sepultura e coisas do gênero na cabeça (Mercyful Faith! , King Daimond!!!, Thancred!!!!!!!!!). Meu Dues tudo pelo Iron.

A nossa jornalera headbanger Daiane parecia que estava indo a uma excursão da terceira idade. Levou tapa olhos, cobertor, livro do Nietzsche (nossa!!!) e até pantufa. Mas nem tudo são flores. Em um das paradas, em Pirassununga,com tóneis de 51 a perder de vista tivemos a visão do inferno. Eram 9:00 da manhã de domingo, dormindo tranquilos ainda ouvindo Dark Tronic, Burzzun e outras bizarrices quando de repente aparece um ônibus com torcedores do Corinthians. O povinho feio e sujo, por isso foram apelidados de gambás. Chegaram fazendo bagunça, gritando “curintias, nu vô ti abandona”. Me perguntei, até porque perguntar para Daiane não adiantaria, o que aquelas criaturas estavam fazendo ali. Lembrei-me que tinha clássico Palmeiras x Corinthians naquele domingo no Morumbi. Era melhor eu esconder minha camisa do São Paulo, porque já tinham aberto a porta do zoo, já tinha gambá e porco, faltava os bambis.

Para completar alguns policiais que acompanhavam estes torcedores perceberam que dois rapazes bem intencionados do nosso ônibus estavam portando Cannabis sp, talvez para uso terapêutico ou medicinal e os prendeu. Foram mais de duas horas de atraso para a chegada a SP. Sorte que o nosso guia era um cara muito gente boa e foi atrás destes moleques.

Decorridos os fatos vamos a SP. Chegamos na praça da República por volta das 14:30 com uma baita fome. Tentei recorrer ao famoso churrasquinho grego, mas fui alertado por alguns andarilios locais que nem o mais faminto do cachorrinhos da praça degustava um deste. Fui obrigado a comer no Mc Donalds, algo impessável da minha antiga vida de luta contra o mundo capitalista. Mas como quase tudo em SP é ruim nem o Mc Donald’s escapou.

Vamos ao show. Como tudo no Brasil começa depois e no ingresso marcava 20:00 fomos para a fila somente às 5 da tarde. Por um milagre a fila foi respeitada, então conseguimos entrar 6:00 no estadiozinho do parmeirinha. O tempo estava limpo e claro. Mas como o Iron têm pacto com o tranca-rua poderia até chuver. Realmente chuveu por 5 minutos entre a banda de abertura e show principal. Foi na verdade um chuva salvadora para refrescar o verão paulistano.

Mas voltando ao horário nós já estavamos preocupados porque acreditavamos que o show iria
começar lá pelas 10, 11 da noite. E de um domingo. Mas surpreedentemente o show de abertura começou as 19:00. Era a filha do dono do Iron , o baixista Steve Harris, Lauren Harris. Pop fraco,
sem novidades, nem parece filha de quem é. Foi uma das únicas mancadas da organização do evento colocar uma cantora pop para abrir um show da banda divisora de águas do hard para o heavy metal. Lógico que a galera não caiu e dá-lhe cerveja no palco. Pelo menos o show terminou cedo, por volta das 19:30.

A expectativa aumentava a cada indivíduo que adentrava ao palco. Até parecia que era o primeiro show de nossas vidas. Entrava o técnico de som e a galera começava a bagunça, entrava a tia do cafezinho e o pessoal ovacionava. Mas vamos ao que interessa, porque senão ninguém irá ter paciência de continuar lendo. Inicialmente marcado para às 20:00, como tudo no Brasil, o show só começou às: 20:07. Isto mesmo às 20:07, apenas 7 minutos de atraso oficial. Isso que é pontualidade inglesa. E os caras ainda pediram desculpas pelo atraso.

O show começa com imagens nos telões do avião air bus da banda saindo da Inglaterra e aterrisando no Brasil, sendo pilotado pelo comandante Bruce Dinkinson com um número do voô bastante sugestivo: 666. As imagens mostram eles saindo da aeronave e indo diretos para o palco tocar Aces High, música de abertura do álbum Powerslave com Bruce “Willis” Dickinson num vocal abaixo da expectativa, não por culpa dele, mas sim pelo local, que não favorecia uma boa acústico do som, com o volume das guitarras mais baixas do que o próprio baixo. Até comentei com quem já foi em no Rock in Rio. Lógico que comparar a aparelhagem do show do Rio com esse é covardia, mas a qualidade do som estava muito ruim. Até para nós que somos oreiras neste quesito. Se o som foi o ponto baixo o ponto alto foi o set list com músicas apenas da fase de ouro da banda (do primeiro – Iron Maiden – ao nono álbum – Fear of the Dark). O último álbum não teve o impacto esperado e o público esperava os maiores clássicos então o set list foi perfeito. Destes 9 álbuns citados só não tocaram do Killers (que é um disco bom) e No prayer for the dying (franquíssimo).

O mais impressionante são os cenários desta turnê. A cada música muda-se o cenário, adequando-se ao tema de um álbum. Como a turnê é sobre o álbum Somewhere in time esperava-se apenas o cenário futurista com Eddie vestido de justiceiro do tempo. Mas o que vimos foi um palco com Eddie carregando a bandeira inglesa no hit The tropper, um fundo de palco escravista na música Powerslave e Eddie manipulando o demônio em The number of the beast.

O momento mais esperado de cada show do Maiden é a entrada do Eddie no palco. Como cada turnê têm uma temática diferente, ficamos sempre na expectativa para o próximo figurino. No único show do Iron que eu tinha ido, no Rock in Rio, Eddie entrou na música The evil that men do como um monstro(!) bisonho. Nesta turnê esperava-se que incluissem novamente esta música no set list, já que é a predileta do Bruce. Mas voltando as origens Eddie, entrou no palco como o vingador do futuro, com aproximadamente 3 metros de altura e com uma metralhadora atirando na platéia. A música: a clássica Iron maiden.

O maior momento do show, não para mim, mas para a platéia foi Fear of the dark. Realmente é uma música única, tanto que até quem não conhece fica chocado com a reação do público (perguntem ao Tibério e ao Daniel o que acharam quando tocou no ônibus a caminho do Rock in Rio). Na minha opinião o momento sublime foram dois. O primeiro foi na terceira música Revelations, que representa a primera música que aprendi (ou não) a tocar, tanto que nos ensaios do Diário Oficial Renê e eu tentavamos inserir no set da banda, mas o pessoal não tinha paciência para tanto. E o derradeiro momento foi em The number of the beast que ao contrário do que os leigos em Iron Maiden imaginam não fala em envocar o cramunhão e sim na supertição que o número 666 provoca no imaginário alheio. Fechando o show tocaram umas das melhores Hallowed by the name, fizeram o bis com mais 3 músicas e pronto. Show terminado às 22:00 em ponto pontualidade inglesa. Ótimo horário para acabar, principalmente tratando-se de um domingo.

Finalizando pedimos desculpas pela demora na publicação deste post. Tentamos colocar alguns vídeos com um celular durante o show, mas a qualidade ficou ruim. No you tube têm excelentes vídeos.Confira http://br.youtube.com/watchv=%20XaPIoaxSVBk&feature=related

Ao lado a comprovação da presença do N.R.D.R. no evento.

P.S.: Posteriormente mandaremos as notas fiscais de hospedagem, transporte e alimentação para o editor chefe do blog nos ressarcir.

Equipe N.R.D.R.: Danilo Duff e Daiane Ramone.