Seria injusto dizer que “The Flash” é um filme ruim, ok, é uma produção longe de ser ótima, mas a bem da verdade funciona para o público nostálgico; o de cunho fanboy – leia-se DCNauta –; ou para pessoas em que o divertimento basta como uma boa experiência.
O universo cinematográfico da editora DC, capitaneado pela produtora Warner Bros vive uma montanha russa de emoções que transita em poucos bons momentos dentre os muitos que são bem ruins. Posso exemplificar utilizando os dois filmes da Mulher Maravilha, enquanto o primeiro é maravilhoso, o segundo é praticamente uma tragédia.
Alguns motivos me deram esperança em relação a “The Flash”: 1) O diretor Andy Muschietti que tem boas obras como os dois capítulos do horror IT; e 2) O longa-metragem ter como base a Flashpoint (título em português: Ponto de Ignição), célebre saga dos quadrinhos que versa sobre uma trágica aventura que atravessa linhas temporais distintas no multiverso.
O que a informação acima e as prévias não contaram é que o famigerado hype não se traduziu em uma obra consistente. Fato é que a ficção científica ímpar que deveria ser permeada por um drama interessante não passa apenas de uma boa comédia, e acredito que seja injusto colocar os defeitos apenas na conta do roteiro por Christina Hodson ou na direção de Muschietti, acredito que os engravatados da Warner tem uma grande parcela de culpa.
As constantes piadas que irritaram do início ao fim da projeção em “Shazam! Fúria dos Deuses” (2023) funcionam muito bem em “The Flash”. É um ponto positivo, assim como a presença de Michael Keaton e seu Batman oitentista.
Ao apreciar “The Flash”, é preciso saber que o longa tem dois grandes problemas, o primeiro é a necessidade em gastar um tempo gigantesco para situar o espectador, pois o excesso de explicação chega a ser angustiante e infinito, o que deixa tudo muito chato na maioria do tempo; e a outra é o CGI, lugar em que a problemática cereja do bolo se encontra. Mal finalizado, por exemplo, as corridas do personagem tornam-se extremamente enfadonhas, nunca pensei que sentiria sono em ver uma pessoa correndo.
Mas por favor, caso esteja no rol dos que criticam a produção por causa da postura criminosa e errônea de Ezra Miller, chegando ao cúmulo em tecer comentário sequer ter assistido ao filme, saiba que você está muito errado, no meu entender “The Flash” não merece esse nível de discussão, fora que o ator e a própria Warner já estão pagando o preço por essas condutas e ‘cagadas’.
A minha esperança em relação aos rumos do universo cinematográfico da DC está depositada em um nome: James Gunn. Creio que Gunn se desviará da fácil tentativa da Warner em imitar a Marvel, ambas tem suas peculiaridades que podem agradar em cheio os fãs das duas editoras, basta que sigam as peculiaridade inerentes a cada escolha criativa.
Finalizando esta resenha, a cena pós-crédito é muito divertida. Já o “The Flash” em si, se o público for um multiverso, estou situado na dimensão que não curtiu a produção, mas sugiro que assista e tire as suas próprias conclusões.