Com muita ansiedade fui para o show Outras Frequências – II Tributo EngHaw no sábado. Ansioso porque havia combinado com o Kleython Kell que eu iria subir no palco para fazer um quiz presenteando os vencedores com camisetas. Ansioso porque o I Tributo foi muito bom. E, querendo ou não, a entrevista feita com algum dos participantes gerou uma curiosidade sobre a concepção geral.

Casa cheia! Muito cheia! Récorde de público no SESC 504 norte. O ar-condicionado, creio eu, arregou. No camarim, fotos, descontração, Red Bull e ensaios de último minuto… Eduardo Amorim (violão) e Vavá Gomes (Acordeon, que é o nome chique de Sanfona) ensaiavam, pela primeira vez, Refrão de Bolero. Se ficou bom? Aguarde e confira.

O show começou com voz e violão. Kleython Kell, que foi produtor, cantor e aquilo tudo que eu já citei, Eduardo Amorim (violão, gaita e vocal) e Willian Gomes (Teclado) subiram ao palco e iniciaram o show. Depois da primeira música, ou segunda música, não me lembro bem, Thiago Barral (Baixolão) e Sandro Marra (Bateria) entraram pra fazer a competente "cozinha" do show. Júnior Jhons, Marcel Stanlei e Eduardo Amorim revezaram-se nos vocais. Vanessa Soares (violino), Daniela Macedo (voz), Thiago Lourenço (Violão) e o Vavá Gomes (Acordeon) completaram o scratch, sem deixar a emoção cair.

E, falando em emoção, não faltaram momentos emocionantes no show. Kleython Kell tentou explicar a aposentadoria e quase chora. Na hora da entrada de Daniela Macedo, para cantar, e Vanessa Soares, para tocar, a parte masculina da platéia foi ao delírio… hauehauehauehauh…  Kell dedicou música. Thiago Barral dedicou música. Os integrantes da banda presentearam Kell com um quadro pintado com uma figura dele tocando e ele, de novo, quase chora. Se fosse eu, tinha chorado muito. Mas eu não sou muita referência, já que eu chora até em inauguração de supermercado.

A produção do show foi muito boa. Tecnicamente, creio que teremos um bom DVD. Apenas na última música, uma chiadeira da desgraçada apareceu… e, infelizmente, na única música com guitarra, baixo e bateria… coisas da vida.

SET LIST

O show foi, primordialmente, acústico. Para mim, o set list do primeiro foi melhor. Foram mais clássicos nas versões plugadas. Entretanto, nesse show, notou-se uma grande preocupação com o acerto das músicas, sonoridade dos acordes e tal. Talvez minha opinião seja influenciada pelo fato de eu preferir as músicas plugadas. Mas isso é uma outra discussão.

Set Acústico – Bateria, baixolão, vários violões na mão de Kell, teclado e participações.

Força do Silêncio – Lado D dos Engenheiros. Eu não conhecia a música. Muito prazer.
Na Veia – Canção do álbum Dançando no campo minado. Gaita marcante.
Eu não consigo odiar ninguém – Para mim, a melhor música do álbum Novos Horizontes. Versão fiel à original.
3×4 – Uma das melhores canções dos Engenheiros. A melhor do set do show. A que mais me surpreendeu. Música que dá um aperto no coração.
Pose – Participação da Daniela Macedo fazendo a voz que no Acústico foi feita pela Clara, filha do Humberto. Eu não goste da versão do acústico, pois corta os melhores versos da canção original:

"tô fora voodoo, ranço, baixo astral
não vou perder meu tempo brincando de ser mau
não vou viver pra sempre nem morrer a toda hora
como rasgos pré-fabricados num novo-velho blue-jeans

morte anunciada, direitos autorais
pela tv a cabo uma baleia acaba de nascer
nascer pode ser uma passagem violenta
o futuro se impõe, o passado não se aguenta

meninos de engenho, santa ingenuidade
santíssima trindade: sexo, drogas & rock’n’roll

é pura pose
…pois é…
pós-qualquer coisa
…o pior não é isso…
é pura pose
…é dose…
posteridade
…e o pior não é isso…"

Seguir Viagem – Primeira participação de Vanessa "piercing no lábio" Soares. Letra sensacional. Música boa. Versão boa.
Nuvem – violino ainda no palco. Lado B dos Engenheiros. Música do álbum Minuano, que o Cristiano odeia, mas pra mim, é um dos melhores… haueheauheuaheuhe

Até esse momento do show, todas as músicas foram cantadas pelo Eduardo Amorim.

Terra de Gigantes + Números – Momento intimista do show. Kell convida ao palco, para violar tocão tocar violão e cantar, Marcel Stanlei, irmão de Júnior Jhons, e, conforme demonstrado no dia, uma espécie de faz-tudo e semi-irmão de Kell. Música igualzinha ao acústico, com a inserção do refrão de Números no meio de Terra de Gigantes.

Daqui pra frente, Júnior Jonhs nos vocais.
Até o fim – Clássica música para mim. Só tem duas músicas que eu prefiro a versão acústica: Até o fim e Era um garoto…
Piano Bar – Uma das músicas que eu mais gosto do Engenheiros. Já cantei ela no ouvido de algumas mulheres. Só não é mais eficiente que Enrosca e Caça e Caçador, ambas do Sr. Fábio "Style" Júnior.
O preço – Kell convida Thiago Lourenço para tocar. Uma "promessa" que fez após o I Tributo. É muita emoção, diria Glória Maria. Música especial pra mim. Foi a primeira música que ouvi do HG3. Kell já tinha me falado que ia tocar. Muito bom.
Rerão de Bolero – Solos de acordeon e guitarras. Pareceu ser uma das músicas mais ensaiadas do show. Porém, presenciei o primeiro e único ensaio, 20 minutos antes do show, entre Vavá Soares e Eduardo Amorim. A melhor performance. Sensacional.
Vida Real – Vanessa Soares retorna ao palco para ficar até o final. Júnior Johns faz um discurso sobre a evolução muscial dos Engenheiros, desde os anos 80 para a atualidade. Concordo com ele. Depois compara com o rock atrasado de protesto da Plebe Rude. Discordo dele, mas entendo, já que ele é um grande fã de Capital Inicial (Piada Interna).
Dom quixote – A única música que se repetiu do primeiro show. A melhor do álbum Dançando no campo minado.
Outras Frequências – A música que dá nome ao show. Não podia faltar.
Faz Parte – Outra música lado B. "Devolva-me o que você levou ou leve-me contigo : perca-se comigo" sensacional! Outra do Minuano.

No intervalo entre Faz Parte e o bis, subi ao palco para fazer um rápido quiz presenteando os acertadores com duas camisetas especiais do show. Por coincidência, os dois acertadores são primos do Kell. Não tenho nada a ver com isso…

Bis

Muros e Grades – Boa escolha da música para o bis. Pena que deu um não-sei-o-que lá num-não-sei-aonde e fez uma barulhada lá. Mas mostrou a força dos Engenheiros com guitarras. Pensei que poderia ter sido feita com todos os músicos no palco… tipo um We are the world… uma grande celebração… não precisava ser tocando… podia ser fazendo coro…  

Uma palhinha do show. Dom Quixote filmed by pai da Dani.

Bem… foi assim o último show de Kleython Kell. Bem… não sei se foi bem assim. Essa é a minha versão. Eu gostei. Por ser acústico, talvez o show não tenha sido empolgante em todo os momentos, mas foi visível a dedicação dos músicos para com o projeto, a preocupação de Kell com a qualidade do evento e eu vou comprar o DVD quando o Kell anunciá-lo no Mercado Livre.

Daniel Farinha

PS1: Quando comecei a escrever o post, não havia ainda tido essa "polêmica" pelo texto do Cristiano. Discordo de várias opiniões dele, mas defendo até o fim o direito dele escrever. Não vou me alongar porque minha opinião está aí em cima. E tenho dito.