Os Titãs acabam de lançar Sacos Plásticos, seu 16º disco, contabilizando aí os álbuns ao vivo. Sacos é um trabalho diferente que busca chamar a atenção dos velhos fãs e angariar novos. A proposta de reciclar o trabalho da banda é bacana, provavelmente não tenha alcançado o ápice em razão da escolha do produtor Rick Bonádio, entre os artistas produzidos por ele estão Rouge, Charlie Brown Jr., Tihuana, LS Jack, CPM 22, Dogão, Fresno e Nx Zero, então, tenha medo, muito medo!
Sacos Plásticos é um bom disco embora as vezes soe irregular e pasteurizado, falta por exemplo a fúria das baquetas de Charles Gavin. Criar a pólvora é algo que as bandas procuram, mas os alquimistas ao falharem, acabam criando farinha de trigo, que só tem utilidade somada a outros ingredientes, neste caso, leia repertório. Sacos pode engrossar o setlist variado que os Titãs possuem.
Faixa a faixa:
01. Amor por dinheiro (Sérgio Britto e Tony Bellotto): A melhor canção do álbum, uma ode contra à ganância. Os Titãs com a excelente pegada dos anos 80 no vocal de Sérgio Brito.
02. Antes de você (Paulo Miklos): A dependência do amor. Primeira música de trabalho. Rockzinho básico, no estilo do produtor Rick Bonádio. Vocal de Paulo Miklos.
03. Sacos plásticos (Branco Mello e Paulo Miklos): A faixa título é uma das mais fracas do trabalho. A letra parece sobra do cd Tudo ao mesmo tempo agora (1991) e abusa dos recursos eletrônicos. Vocal de Branco Mello.
04. Porque eu sei que é amor (Sérgio Britto e Paulo Miklos): Baladinha bonitinha com um quê de Nando Reis, sei que a banda não vai gostar dessa comparação, mas parece. Vocal de Paulo Miklos.
05. A estrada (Tony Bellotto e Sérgio Britto): Outra que busca o status 80 da banda. Interessante! Vocal de Branco Mello.
06. Agora eu vou sonhar (Sérgio Britto): Outra com influências eletrônicas, sem grandes novidades. Vocal de Sérgio Brito.
07. Quanto tempo (Tony Bellotto): Um reggae que nos remete ao início dos Titãs. Básica. Vocais de Branco Mello e Sérgio Brito.
08. Deixa eu sangrar (Sérgio Britto): Outra baladinha que não acrescenta novidades. Vocal de Sérgio Brito.
09. Problema (Liminha, Paulo Miklos e Arnaldo Antunes): Pense nas contribuições do Arnaldo na banda + base eletrônica, quase um funk. Soa estranha mas, é legal. Vocal de Paulo Miklos.
10. Não espere perfeição (Branco Mello e Sérgio Britto): Um rock que justifica quando há queda criativa no álbum, não espere perfeição. Vocal de Branco Mello.
11. Quem vai salvar você do mundo? (Sérgio Britto): Não será por falta de baladas que faltará espaço no dial das rádios. Bacana. Vocal de Sérgio Brito.
12. Múmias (Paulo Miklos): Momento Kraftwerk do Titãs. É tão surreal que o resultado acabou ficando legal. Brinca com os bordões da música brasileira e seus cacoetes, realmente a música é tão antiga quanto as múmias. Vocal de Paulo Miklos.
13. Deixa eu entrar (Tony Belloto, Andreas Kisser e Sérgio Britto): Ótima música, lembra a fase de Titanomaquia (1993). Outro destaque positivo e participação de Andreas Kisser. Vocais de Paulo Miklos, Branco Mello e Sérgio Brito.
14. Nem mais uma palavra (Sérgio Britto e Branco Mello): Outro reggae, apenas bacana. Vocal de Branco Mello.
A Rota tem alguns buracos mas dá para viajar, para quem gosta da banda vale a compra do álbum. Nota 6,5
Leia uma resenha sobre a carreira dos Titãs já publica no N.R.D.R. (Parte 1) (Parte 2).
Ficha Técnica:
Branco Mello: voz solo
Tony Bellotto: guitarra
Paulo Miklos: guitarra e vocais
Sérgio Britto: teclados, escaleta e vocais
Charles Gavin: bateria
Rick Bonadio: baixo e piano
Direção Artística e de repertório: Rick Bonadio
Produzido por Rick Bonadio
Gravado no Midas Estúdios de dezembro de 2008 a abril de 2009 por: Renato Patriarca, Lampadinha, Paulo Anhaia e Giu Daga
Mixado no Midas Estúdios por Rick Bonadio
Projeto gráfico:
Concepção (Arte e Projeto): Sérgio Britto
Direção de Arte: Sérgio Britto e Rogério Fries
Design Gráfico: Rogério Fries
Finalização: Rogerio Fires
Fotos: Silmara Ciuffa
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