Atualmente Hollywood adora as franquias e remakes, quando estes projetos dão certo são sinônimos de grana fácil. Apostando neste oásis, a Twentieth Century Fox leva aos cinemas mais um filme com uma das figuras mais feias e cultuadas de todos os tempos, o alienígena conhecido como o Predador.

Ao estrear em 1987, o original tornou-se um clássico de ação com uma boa pitada de ficção científica. De lá pra cá, a criatura aportou em mais três filmes, cada um mais capenga que o outro, felizmente o tempo de exemplos ruins chegou ao fim.

Para começo de conversa, vamos falar de Shane Black, um sujeito bem relacionado no mundo do cinema; Black dirigiu “Beijos e Tiros” (2005), “Homem de Ferro 3” (2013), “Dois Caras Legais” (2016) e agora o novo “O Predador”; escreveu o roteiro dos quatro “Máquina Mortífera”, deste Predador e de alguns outros como “Deu a Louca nos Monstros” (1987) e “O Último Grande Herói” (1993); curiosamente vale lembrar que o diretor/escritor também se aventurou como ator e atuou como o militar Hawkins na produção original da franquia.

O roteiro escrito pelo próprio Black e por Fred Dekker entrega uma aventura ágil, repleta de galhofa e que busca dissecar mais um pouco os propósitos destes alienígenas. Revisitar este universo não é das missões mais fáceis, pois os fãs da obra de 1987 são muito exigentes, felizmente a obra de Black e Dekker – sem piadinhas com o trocadilho – tem mais acertos que erros.

O bom humor é uma fórmula utilizada de forma precisa, embora exagerado em alguns momentos, encaixa na proposta apresentada por Black. Se o propósito do filme é reciclar um clássico introduzindo novos elementos, o diretor tem a vida facilitada por um ótimo elenco: Boyd Holbrook como o líder; Olivia Munn em um papel feminino com mais protagonismo e menos clichês; Jacob Tremblay um garotinho talentoso e carismático; Sterling K. Brown um bom vilão; e completando o time, Thomas Jane, Keegan-Michael Key, Trevante Rhodes, Alfie Allen e Augusto Aguilera, formam um divertido bonde de loucos.

A produção tenta fazer um link com o primeiro e segundo filme, mas a lembrança fica apenas em uma frase e na trilha sonora de Henry Jackman que repete o tema composto por Alan Silvestri em 1987. Graças ao fator nostalgia e alguns detalhes, “O Predador” de 2018 acaba servindo como uma ‘continuação’ para “O Predador” de 1987. Curiosamente o ator Arnold Schwarzenegger foi convidado para fazer uma ponta e recusou o papel.

Em relação ao original, a história inverte um pouco os papéis, enquanto em um os militares são caçados pelo alienígena, desta vez eles precisam ir à ‘caça’. O filme de Black extrapola em alguns momentos os limites da violência gráfica, chega a lembrar das produções de terror recheadas em sangue e tripas. Particularmente gostei, mas tem muita gente incomodada.

Aliada a ótimos efeitos visuais e incríveis efeitos sonoros, a produção que não passava credibilidade, principalmente por causa dos trailers, acabou acertando e só não leva uma nota mais alta por causa do final desnecessário. Acho que ninguém nunca disse ao diretor que menos é mais.

Confira sem medo em 3D e de preferência em um cinema que tenha uma boa qualidade de som.

Na rota com atitude, principalmente por estraçalhar com vontade ozinimigo e fazer a gente se divertir, confiro nota 8.0.

TRAILER