Após quase dois anos lutando para chegar aos cinemas, a produção “007 – Sem Tempo para Morrer” — também conhecida como Bond 25 —, finalmente driblou a pandemia e estreia mundialmente. Pela quinta e derradeira vez, o britânico Daniel Craig, protagoniza o papel de Bond, James Bond, espião da agência MI6, encerrando formidavelmente mais um ciclo da franquia de espionagem mais querida de todos os tempos.
Infelizmente, a estreia em tempos pandêmicos impedirá que a nova aventura alcance na bilheteria excelentes números, tal qual “Casino Royale” (2006), “Quantum of Solace” (2008), “Skyfall” (2012) e “Spectre” (2015), que juntos arrecadaram aproximadamente 3.2 bilhões de dólares em todo o mundo.
O sucesso de Craig como Bond, personagem criado pelo escritor Ian Fleming, em 1953, superou todas as expectativas. Quando foi anunciado para o papel, várias críticas foram replicadas: falta experiência para ser protagonista; ele não tem carisma; ou, esse ator é muito feio, não pode interpretar um galã. Provavelmente o britânico não tenha as ferramentas de nomes que já viveram a personagem, certamente Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Sean Connery – na minha opinião o melhor de todos – e tinham seu charme, mas o fato é que Craig entregou um espião mais visceral e inesquecível.
Sem dúvidas “007 – Sem Tempo para Morrer” mantém a qualidade do ciclo Craig, principalmente ao escalar um elenco competente e equilibrado. O tempo em tela de Ralph Fiennes, Naomie Harris, Rami Malek, Léa Seydoux, Ben Whishaw e Jeffrey Wright, valoriza o trabalho conduzido por Cary Fukunaga. O californiano que acumulou cargos de produção e direção em episódios na premiada série True Detective (HBO) e dirigiu apenas um longa em sua carreira, o ótimo Beasts of No Nation (2015), entregou em “007 – STPM” uma experiência grandiosa para os fãs dos filmes de ação e espionagem.
A grandiosidade não se traduz na duração de 2h43, longe de ser enfadonha, e sim que além do elenco e direção citados acima, em aspectos técnicos hipnotizantes e um roteiro que servem ao propósito de narrar uma história repleta de mistérios, além de camadas e desdobramentos inéditos na saga 007.
Trocando em miúdos, “007 – Sem Tempo para Morrer” é um divertimento necessário, com um fan service honesto e a despedida saudosa de uma personagem lendária. Valeu, Craig!
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