Como fazer a fórmula durar? No caso da Funfarra, já em sua 97ª edição, a fórmula é garantida criando a diversão. Eu vou assumir uma coisa que vai pegar mal pra caramba. Eu nunca havia ido em uma edição da Funfarra, nem tão pouco no espaço Octopus (Setor de Clubes Norte), nesta primeira ida ao evento, só tenho uma coisa a dizer, a junção dos dois é espetacular.

A festa é cuidadosamente organizada, desde seguranças, bares e indo da cenografia até os Dj e Vj. O espaço Octopus destaca-se como uma boa opção para shows de médio porte, já que em Brasília, espaços para estes eventos são coisinhas ridículas.

As 2h15, já com a plateia vaiando em razão de nenhuma das duas atrações terem ‘dado as caras’ no palco. Marcelo D2 chega e convoca: vamos fazer barulho. Um leque de hits é executado com “Vai Vendo”, A “Maldição do Samba”, “À Procura da Batida Perfeita”, “A Arte do Barulho”, “Gueto” e “Desabafo”.

Em “1967” é hora de contar a história de sua vida e celebrar o amor pelo Flamengo, retribuído de bate pronto por parte do público. “Eu Tive um Sonho”, é uma canção que em minha opinião derruba um pouco os ânimos do show. É a vez de mais quatro do último CD A Arte do Barulho (2008): “Pode Acreditar (Meu Laiá Laiá)”, “Oquecêqué?”, “Ela Disse” e “Meu Tambor”.

A plateia novamente esfervece ao som de “Profissão MC” e “Mantenha o Respeito” com direito a incidental de “Malandragem Dá Um Tempo” de Bezerra Da Silva, entre a música e a incidental, D2 pergunta quem foi nos shows do Planet Hemp em Brasília, que ele foi preso. Surpreso com a quantidade de mãos levantadas, atestando o sim. Marcelo brinca dizendo que a maioria estava mentindo, e que não tinham nem idade na época.

Em pouco mais de 1h30 de apresentação “C.B. Sangue Bom”, “Qual é?” e “Nega do Cabelo Duro” completam o setlist com 17 canções do rapper.

Depois ele se junta ao DJ que o acompanha para apresentar música brasileira de alta qualidade para o público, com um set variado e recheado de Bezerra da Silva, Jorge Ben, Adoniran dentre outros. Infelizmente presenciei alguns reclamando, e taxando como enrolação, não se trata disso, trata-se de MPB pura e verdadeira, precisamente samba de raiz e samba rock. Quem não prestou atenção, perdeu uma pequena aula. #ficaadica

Infelizmente, Marcelo D2 se apresentou apenas com o indispensável Fernandinho Beat Box e o DJ. Curto mais quando é a banda completa. Mas valeu a pena.

Finalizando, não tem como não ‘pagar pau’ para Fernandinho Beat Box. É o cara! E nos diverte demais com seus sons orgânicos reproduzindo música eletrônica e pérolas como “Seven Army Nation” do White Stripes e até “Come As You Are” do Nirvana. Quem não foi, marcou ‘toca’.

Galeria de Fotos:

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Crédito das Fotos: Cristiano Porfírio