“Jogador Nº 1”, o filme dirigido por Steven Spielberg, baseado no livro homônimo escrito por Ernest Cline, finalmente está em cartaz. Isso é bom? Olha só, leia agora… 🙂
O mundo do cinema está repleto de diretores que fazem a diferença criando ou recriando histórias que emocionam, assustam e alegram, enfim, que nos marca de várias formas. Apesar da premiada fase com dramas de guerra, o cineasta Spielberg é reconhecido por seu talento em recriar mundos de fantasia e ficção científica, tais como testemunhamos em “E.T. – O Extraterrestre”, “Jurassic Park”, “Indiana Jones”, “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, “Minority Report” e muitos outros. Felizmente, a produção “Jogador Nº 1” é mais um acerto nesta maravilhosa carreira.
Falando em mundos incríveis, “Jogador Nº 1” transporta o espectador para a realidade virtual de OASIS, o lugar onde a magia acontece. Acompanhamos aventuras em um futuro distópico, no ano de 2045, onde as pessoas se conectam para viver outras vidas, buscando alguma dignidade para fugir da dor da miséria, da violência e de outras mazelas. A narrativa se concentra na personagem do órfão Wade (Tye Sheridan), que no mundo virtual sob o nickname de Parzival, se une a Art3mis (Olivia Cooke) e Aech (Lena Waithe) para derrotar o ganancioso vilão Sorrento (Ben Mendelsohn).
Apoiado na mitologia do santo Graal, a produção utiliza da premissa básica da clássica jornada do herói – sofrimento, descoberta, amor e redenção –, para promover uma corrida divertida e emocionante. Podemos dizer que “Jogador Nº 1” é uma aventura que nos leva ao paraíso nerd, conectando pontos que celebram a valiosa cultura pop. É impossível ao final da projeção não sair interessado em assisti-lo novamente, graças a uma overdose de sensações causadas pela chuva de referências permeadas por canções e personagens de filmes e jogos que fizeram a alegria de gerações nas últimas três décadas.
Claro, é preciso dizer que a década de 80 – considerada por muitos a mais divertida de todas –, é a que mais aparece na tela, pois serviu como base para a construção da obra de Cline. Uma das sequências mais sensacionais remete a um filme de horror clássico oitentista, todo o processo envolvido neste conjunto de cenas é tão maravilhoso que dá vontade de aplaudir de pé.
Em relação às questões técnicas, tudo funciona, Spielberg tem o poder de utilizar sua câmera para deixar o espectador íntimo e à vontade com os acontecimentos na tela; posso destacar que os efeitos visuais foram criados com maestria pela Industrial Light and Magic; a bela fotografia de Janusz Kaminski, remete em alguns momentos a outro trabalho com Spielberg, a ficção “Minority Report”; e curiosamente a trilha sonora não foi assinada por John Williams – velho colaborador do diretor –, e sim por Alan Silvestri, que é outro compositor sensacional.
No tocante à trilha sonora – como falei da instrumental acima –, canções escolhidas como “Jump” (Van Halen), “We’re Not Gonna Take It” (Twisted Sister), “Blue Monday” (New Order), “Take on Me” (A-HA), “Tom Sawyer” (RUSH) e “World In My Eyes” (Depeche Mode), além de muitas outras, estão lá para a noooosssaaaa alegria, compondo toda a atmosfera incrível do universo apresentado.
A produção “Jogador Nº 1” consegue feitos incríveis, como fazer transições suaves do mundo real para o virtual, além de utilizar a linguagem cinematográfica para unir gerações, deixando a velha guarda, jovens e adolescentes felizes com o produto final. Gosto também da crítica contra a dependência tecnológica, afinal, olhar nos olhos ainda é fundamental.
Ah, segundo os que leram o livro – ainda lerei – existem diferenças que não atrapalham em nenhuma das duas mídias, as experiências se complementam.
Assista o “Jogador Nº 1” já! De preferência com o maior aparato que o cinema possa oferecer, como o 3D – que neste filme funciona –, maior tela e etc e tal. Nota 8,5!
TRAILER
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