Neste quinto capítulo da série falarei do álbum que fecha a trinca de ouro do Maiden: o álbum intitulado Powerslave. Este álbum é um primor de técnica e qualidade.
Começando pela capa, com detalhes ocultos, como a inscrição “Indiana Jones was here 1941 (Indiana Jones esteve aqui 1941)” e o desenho de um Mickey Mouse bem tosquinho. Pela primeira vez a banda consegue repetir a formação do álbum anterior. Musicalmente não tem erros técnicos. Bateria, baixo e guitarras bem equalizadas, na mesma amplitude de som do vocal.
O que mais me impressiona em Powerslave são as letras. Além do contexto em que são escritas (seguindo a tendência de falar sobre guerras – Aces high – e literatura – Rime of the ancient mariner), são de uma sincronia incrível com as melodias.
Com 8 canções, talvez seja o álbum com o maior número de hits da história do Maiden (Aces high, 2 minutes to midnight, poweslave, rime of ancient mariner). Embarquemos nesta fábula da escravidão.
Título: Powerslave
Ano: 1984
Duração: 51’01’’

Integrantes:
– Bruce Dickinson: vocal;
– Steve Harris: baixo;
– Dave Murray: guitarra;
– Adrian Smith: guitarra;
– Nicko McBrain: bateria;

Faixas:

1. Aces high: Clássico indispensável em qualquer show da donzela. Abre o disco com riffs de guitarras e a bateria apenas na caixa e prato. Com esta perfeita sincronia a música é reconhecida desde a Groelândia até o Sri Lanka. O baixo é a galopante, juntamente com a voz de Bruce em um dos mais refrões mais empolgantes da história do heavy metal. O instrumental é tão “felomenal” que esqueci de mencionar a letra, que descreve a batalha entre a força aérea britânica e o exército alemão nos céus da Inglaterra durante a Segunda Guerra. Queria ter cabelo grande novamente só para bater começa nesta música!

2. two minutes to midnight: Vão ser f* lá no quinto dos infernos. Adrian Smith e Dave Murray estavam inspirados para criar riffs poderosos como desta música. A bateria segue um ritmo tão rápido quanto na música anterior e o baixo é pesado e perfeitamente audível. Música perfeita e refrão idem.

3. Losfer words (Big’ Orra): Não é todo mundo que gosta de música instrumental. Já teve até amigo meu falando: “Já que você gosta tanto de instrumental, monta uma orquestra sinfônica!”. Pois é! Eu gosto é de música, não disso aí citado. E adoro instrumental (já ouviram YYZ do RUSH? Levanta até defunto). Losfer words não é muito longa (4 minutos) e tem um andamento bem característico, começando com guitarras e baixo no mesmo compasso. Após a introdução tem um belo solo de guitarra e volta com repetições de acordes. Talvez a melhor instrumental já gravada pela banda.

4. Flash of the blade: Uma das faixas preferidas pela minha senhora (dona Daiane Ramone). Realmente é empolgante. Musicalmente esta faixa tem a característica de cada guitarra fazer um papel diferente na composição harmônica. Enquanto uma faz a base a outra produz um solo simples, mas eficiente. Em outra parte da música, enquanto as guitarras se degladeiam, o baixo conduz a base da música. A bateria mantém uma velocidade constante durante toda melodia. O vocal de Bruce lembra bastante aquele utilizado em Piece of mind, com agudos no fim de cada estrofe. Um pouco desconhecida, mas de excelente qualidade.
5. The duellits: Diz-se que a letra é baseada em uma lenda dos séculos 15 e 16 que quem pegasse uma luva jogada no chão por um desafiante lutaria com este até a morte. Aparentemente tb foi baseada em um filme de Ridley Scott. O maior destaque é o vocal de Bruce e as viradas de Nicko na bateria.
6. Back in the village: O ritmo alucinante das outras faixas continua. O baixo é galopante, mas as guitarras são um pouco menos pesadas do que nas outras músicas. A letra tem relação direta com The prisioner , da qual eu gosto bastante (do álbum The number of the beast).
7. Powerslave: A introdução de baixo de Steve Harris é uma das mais bem trabalhadas de toda sua carreira. A música tem o peso certo, com um vocal sombrio e a mesmo tempo melódico de Bruce. O coro de vozes como fundo da música nos remete ao significado da faixa-título. A letra é sobre um rei faraó que tem seu pai morto, e reza a lenda que os mortos são incorporados ao deus egípcio Osíris. Com a morte do pai este rei é dito como Deus vivo na Terra. Por sua vez este se sente refém da crença. Por isso o “powerslave” (escravo do poder).
8. Rime of the ancient mariner: um palavra basta para definir esta música: Excepcional. Com mais de 13 minutos e sem repetir uma única frase, esta canção conta a história de um marinheiro que é amaldiçoado por Deus por matar um albatroz, sendo baseada em um poema do escritor Samuel Taylor Colerige. Composta apenas por Steve Harris, é considerada por este como sua melhor composição. O instrumental é épico, com grandes variações rítmicas e um vocal esplendoroso de B. Dickinson. Magnífico.
Um álbum completo com instrumental pesado e complexo, músicas para todos os gostos. Sem dúvida o auge da capacidade criativa da banda. Chega ao fim os tempos áureos da donzela – não que os próximos dois álbuns não seja bons – mas esta fase é brilhante demais para se conseguir algo próximo.
No próximo post falarei sobre um álbum que é uma verdadeira discórdia entre os fãs: Somewhere in time. Por que a polêmica sobre este álbum? Analisaremos no próximo programa, nesta mesma hora, neste mesmo canal!!
He!He!He!He!
Abraço
Danilo Duff.