Há exatamente um ano estava no show em SP da turnê
Somewhere back in time tour. Agora veremos a turnê passar aqui por Brasília. Com a aproximação da apresentação histórica da banda na nossa cidade, publicarei uma série de textos sobre os álbuns que representam as canções presentes na turnê.
A turnê Somewhere back in time tour reúne o melhor dos 7 primeiros álbuns da carreira da donzela de ferro (todos os discos da década de 80) e mais o álbum Fear of the dark (o nono da carreira – de 1992). O disco No prayer for the dying ( o oitavo de estúdio) ficou de fora por uma simples razão: é ruim.
Com uma temática diferente de outras bandas, que falam basicamente sobre problemas sociais, sexo e drogas, o Iron Maiden sempre priorizou as letras que falam sobre mitos, crenças, superstições e literatura inglesa. Após a entrada de Bruce Dinckinson no grupo este fato tornou-se mais notório.
No início, com Paul Di’anno nos vocais e um Steve Harris com seus vinte e poucos anos e principal letrista a característica era a rebeldia, as mulheres, temas recorrentes justamente por causa da idade. Passando esta fase (dois primeiros álbuns), começou-se a guinada no estilo de vocal, arranjos e letras. Comprovaremos isto.
Iniciaremos com o primeiro álbum: Iron maiden.
A história do álbum: A primeira formação para gravação deste álbum tem como destaque os vocais de
Paul Di’anno, com seu estilo de vestir bastante similar ao de integrantes de bandas punks do final da década de 70, vocal agressivo, rápido e com peculiar timbre, bem diferente de
Bruce Dickinson, mais agudo e melódico.
A parte instrumental é bem característica do início dos anos 80, com as guitarras com riffs rápidos e o baixo com tom bem grave. Muitas das bandas da época tinham dois guitarristas, e estes eram divididos em guitarra base e solo. Já no Iron nunca existiu esta divisão. O guitarrista Dave Murray – o boneco Chucky – (desde o início na banda) e Dennis Stratton fazia perfeitamente as duas funções, criando assim um som diferenciado de outras bandas.
Como Steve Harris é o principal letrista, também tem opinião decisiva sobre os arranjos da banda, encaixando perfeitamente com sua composição harmônica e letra. Fato que influencia diretamente sobre a inserção ou não de novos músicos na banda, como o caso da entrada do baterista Nicko Mc Brain, que relatarei posteriormente (álbum Piece of maid). E a presença de Clive Burr nas baquetas garantiu uma bateria poderosa e com viradas que acompanhavam a velocidade do baixo de Harris.
Titulo: Iron Maiden.
Ano: 1980
Duração: 37’35’’
Integrantes:
– Paul Di’anno: vocal;
– Steve Harris: baixo;
– Dave Murray: guitarra;
– Dennis Stratton: guitarra;
– Clive Burr: bateria;
Faixas:
1. Prowler: Com riffs de guitarras inconfundíveis e tocada de forma rápida e precisão, abre bem o disco.
2. Sanctuary: Presente apenas na remasterização em CD, foi lançada como single na época.
3. Remember tomorrow: É outro destaque pelo vocal mais coeso de Paul Di’anno e um arranjo mais lento do que o usual em todo o álbum.
4. Running free: juntamente com Iron maiden são os hits deste álbum. A letra lembra bem o ideal juvenil deste início de década (correr livre, sem expectativas, apenas beber e se divertir era o importante).
5. Phantom of the opera: é a musica mais longa do álbum (7 minutos). Começa com um arranjo de guitarras e baixo no mesmo compasso. O baixo de Harris começa a se destacar com estilo próprio, “as cavalgadas” , técnica na qual tocam-se as cordas do baixo alternando os dedos indicador, médio e anelar, com velocidade e regularidade constantes.
6. Transylvania: é a primeira música instrumental gravada pelo Maiden, acordaria até o conde Drácula.
7. Strange world: não gosto muito desta.
8. Charlotte the harlot: Conta a história de uma prostituta. É uma das minhas preferidas deste disco. Tem uma continuação no álbum The number of the beast (música 22 Acacia Avenue).
9. Iron maiden: O maior clássico do álbum, a música título, contando a história do instrumento de tortura que deu nome ao grupo. Tem um dos melhores refrões da banda (“ Iron maiden wants you for dead…”). Indispensável em qualquer apresentação.
Por hoje é isso. Amanhã continuaremos com o segundo álbum Killers.
Abraço a todos.
Danilo Duff.
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