Solidariedade, humanidade, compaixão. Sentimentos que motivaram o show Fraternidade ao Haiti, que aconteceu nesta quarta-feira, dia 17 de março no Teatro Nacional de Cláudio Santoro, promovido pelo Jardim Botânico de Brasília. Emoção, comoção, felicidade. Foi o que habitou o show aberto por apresentações teatrais e um índio do Alto Xingu.
Sobem ao palco Hamilton de Holanda e Yamandú Costa. Ali não estavam “apenas” o bandolinista e o violonista aclamados no mundo inteiro, estavam artistas que colocaram seu trabalho a favor do bem. E a eles juntaram-se Diogo Nogueira, Moveis Coloniais de Acaju, GOG, Ellen Olléria e banda.
Tamanha era a qualidade, a habilidade dos dois “homens das cordas” que o duo mais parecia uma big band, preenchiam todo e tudo como se daquele violão e bandolim também saísse sons de percussão, metais, piano… Como se já não bastasse essa celebração da técnica e emoção, Diogo Nogueira doou sua voz exuberante, formando então um trio, que honrou o samba de tal maneira que o próprio samba se rendeu ao trio.
Depois do presente oferecido ao público, cederam o lugar à cantora Ellen Olléria e sua banda formada por Felipe Viegas, Rodrigo Bezerra, Paula Zimbres e Célio Maciel. Cheia de swing a cantora não deixou a desejar, cantou com voz potente o orgulho de ser negra e levantou o público do teatro.
Genival Oliveira Gonçalves, ou como é conhecido, e reconhecido, GOG, levou a mensagem da periferia para os ouvidos daqueles que nem sempre voltam o olhar para os que estão à margem. Hip Hop? Sim, Hip Hop, tal qual um alarme, que desperta as mentes dos que ainda não entenderam que “todos somos um”.
É a vez do grupo brasiliense que o Brasil passa a conhecer e admirar: Móveis Coloniais de Acaju. Pisaram no palco já transbordando alegria, que é item presente de suas músicas e shows. Mas dizer isso é praticamente ineficiente diante do que é presenciar a voz grave de André Gonzáles, o naipe de metais formado por Esdras Nogueira, Paulo Rogério, Beto Mejía, Xande Bursztyn, teclado de Eduardo Borém, guitarra de BC, baixo de Fabio Pedroza e bateria de Gabriel Coaracy, numa sinfonia peculiar, no melhor sentido da palavra. Oito membros e mais um. Sim, Hamilton de Holanda voltou a palco e com os “meninos de Brasília” e juntos mostraram que boa música não está na rotulação e sim na essência, no que é feito com verdade.
Finalizando a noite, todos no palco abençoados por Pixinguinha e João de Barro, cantaram Carinhoso, nada mais adequado para contemplar o que foi mais que um ato de solidariedade, foi um ato de humanidade.
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