Mesmo gripadaço tive que ir ao cinema neste FDS para assistir duas estréias.

Cloverfield é muito bacana e não é pioneiro, afinal, câmeras tremendo já nos foram apresentadas na Bruxa de Blair, outra comparação com a Bruxa é o hype criado em torno dos filmes graças a Internet, assim como Serpentes a Bordo. Mas acho que comecei errado a falar de Cloverfield, porque Bruxa de Blair é um bom exemplo de como não se deve fazer um filme, Serpentes a Bordo é um trash de 1ª qualidade que teve a sorte de contar com Samuel L. Jackson e Cloverfield não é ruim, longe disso, provavelmente o que atrapalhará sua cotação pessoal em relação à película será sua proporcional expectativa, assim aconteceu comigo.

A perspectiva em nos aproximar das personagens deixando o monstro apenas como pano de fundo é ótima, a fotografia que lembra uma filmagem caseira é interessante, os atores fazem bem o seu trabalho e como todo filme de ação tem que ter sua mentira, neste, a mesma é difícil de engolir, me diga, que filmadora caseira filma mais de 10 horas na mesma fita e sem acabar a bateria? Essa é uma autêntica filmadora Tabajara.

O diretor Matt Reeves já colhe frutos pelo seu trabalho, várias propostas começam a pipocar na sua mesa, inclusive já acertou para 2009 a continuação que será trabalhosa, porque se ele continuar com a mesma idéia vão dizer que faltou imaginação e se optar por algo mais acadêmico será acusado pela falta criatividade.

A história? Nova Iorque pela milésima vez é destruída e acompanharemos a saga pela sobrevivência das personagens com uma câmera em punho. Dica: Se você é dos que enjoam fácil, assista antes comer algo, ou o treme treme vai te deixar meio de bucho embrulhado.

Vá com fé, a rota é bem pavimentada, longe de ser Anhanguera (São Paulo) merece um belo 7,5.

Sweeney Todd, O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet me deixou um problema sério para administrar, eu sou um cara que odeio musicais, e esse é quarto deles que me amarrei, os outros foram: South Park, Moulin Rouge e Estranho Mundo de Jack (este escrito e produzido por Tim Burton). Tá certo, como todo musical tem suas partes (canções) chatas, mas nada que atrapalhe a diversão.

Tim Burton é o cara, sem sombras de dúvidas, tem uma filmografia sensacional e como todo gênio é amado ou odiado. Sweeney Todd é seu quinto trabalho em conjunto com Johnny Deep (Edward Mãos de Tesoura, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, A Fantástica Fábrica de Chocolate e a Noiva Cadáver) que resulta em uma simbiose perfeita!

A parte técnica ultimamente nos filmes de Tim tem sido um espetáculo à parte, trilha sonora, fotografia, montagem e etc, funcionam como um relógio suíço. As três indicações ao Oscar para melhor Ator (Johnny Deep), Direção de Arte e Figurino são merecidas, mas minha torcida mesmo fica para o prêmio de Ator; Academia, não deixe o velho Johnny, mesmo com bons concorrentes (Daniel Day-Lewis, George Clooney, Tommy Lee Jones e Viggo Mortensen), de mãos abanando, por favor!

O demoníaco barbeiro busca vingança contra o crápula Juiz Turpin (Alan Rickman), que não faz inveja alguma ao Juiz Nicolau Lalau e o ex-Senador Roriz, que o bota em cana só para se apossar de sua família. O elenco de apoio é excelente, destacando-se aí a bela performance da horrosa Helena Bonham Carter que ajuda Sweeney em sua trajetória íntima em busca de sangue.

Filmão em todos os sentidos, eu recomendo, na rota, sem desvios, sensacional, merece nota 9,0 por ser um musical, senão, seria 10.

RODAPÉ: Está passando quase despercebido nos cinemas o filme O Gângster, dirigido por Ridley Scott (Blade Runner, Gladiador, Alien só para citar alguns) e brilhantemente protagonizado por Denzel Washington (Frank Lucas) e Russell Crowe (Detetive Richie Roberts), conta a história do primeiro negro a passar a perna na máfia e criar sua própria distribuição de drogas e do detetive honesto que persevera fazendo uma das maiores prisões de todos os tempos. Filmão de primeira e muito sacaneado pelos membros da Academia de Hollywood por ter abocanhado só duas indicações ao Oscar (Direção de Arte e Atriz Coadjuvante (Ruby Dee). Na Rota, darei um 8,5 por que deveria ser um pouco menor.

LINKANDO: Eu ia falar sobre o divertido A Lenda do Tesouro 2, mas vou abrir espaço para você ler sobre o mesmo no blog Roteiro, Script e Crítica que tem impressões muito parecidas com as minhas.