Nada melhor do que encerrar um hiato de quase uma semana sem posts com uma boa notícia, o Faith No More está de volta!
Sim, você leu corretamente, a banda liderada pelo maluquete Mike Patton anunciou nesta semana carnavalesca de 2009, o seu retorno através de nota oficial, publicada no rascunho de site oficial da banda, felizmente atestando os boatos que preencheram o mês de fevereiro acerca deste fabuloso e esperado "reunion". Desde o fim do FNM em abril de 1998, me sentia meio que órfão musicalmente, principalmente se levarmos em consideração a boa teoria do nosso amigo Daniel Farinha de que 95% do que é bom e criativo na música já foi feito, agora só existem cópias e muita coisa ruim. Em minha opinião o Faith faz parte desses 95% e torço por um novo álbum, bom de preferência, ajudando a preencher os 5% restantes.
A banda que teve seu embrião em São Francisco, Califórnia/EUA no ano de 1982, conheceu a fama após Mike Patton assumir os vocais em 1988, no lugar do limitado "rasta" Chuck Moseley. Após lançarem dois discos We Care a Lot (1985) e Introduce Yourself (1987) com Chuck, o FNM só conheceu o sucesso com The Real Thing (1989), começava a era Patton, o disco instantaneamente catapultou a banda às paradas de sucesso com Epic, deste disco ainda se consagraram Falling To Pieces e From Out Of Nowhere, depois vieram mais 3 álbuns, Angel Dust (1992), King for a Day…Fool for a Lifetime (1995) e Album of the Year (1997), até que o desgaste interno acarretou no fim do grupo.
Da fase Patton até o do fim do FNM, banda e Brasil viveram um caso de amor a parte, ao desembarcarem em 1991 para os shows no Rock In Rio, acabaram voltando alguns meses depois para uma mini turnê pelo país, felizmente Brasília teve a "graça" de receber uma delas. Em Setembro daquele ano com o Mané Garrincha como palco, o público "polgou" e cantou junto com o grupo, em uma das maiores performances que tivemos o prazer de assistir. O show já quase em seu fim, foi abreviado por um Patton empolgado que desceu do palco, pulou sobre a cobertura de acrílico do banco de reservas e acabou espatifado no chão. Uma curiosidade, a banda de abertura era do vocalista Robby Rosa, ex-Menudo, ô coitado, pense em umas criaturas querendo fazer rock e só levando sacos de mijo no palco, dedos em riste e outras "cositas" a mais, como xingamentos a mil!
Conheci o Faith No More por volta de 1990 em uma boate extinta do Lago Sul, fui lá com Fábio Souza "in memorian", enquanto "rolávamos" pelo local e prestávamos atenção nas gatinhas, enquanto o videoclip de Epic era exibido no telão. Gostei muito, mas não tinha noção que a partir daquele contato e ao comprar o LP de The Real Thing eu viraria fã!
O Faith No More voltaria ao Brasil mais algumas vezes, em 2/9/95 tive a oportunidade de vê-los pela segunda e última vez, pelo menos até agora. O evento era o famoso Monsters Of Rock, além do FNM ainda tinha atrações como Ozzy Osbourne, Alice Cooper e Megadeth.
O Heavy, Rock, Rap, Funk e outros gêneros englobados na música do grupo deu a eles juntos com o Red Hot a paternidade de novas vertentes e bandas que foram surgindo, eram a inspiração por exemplo para o New-Metal ou Nu-Metal e seus maiores representantes como Slipknot, System Of a Down, Korn, Linkin Park e etc.
Algumas considerações:
* É injusto atribuir o sucesso do grupo apenas a Mike Patton, com certeza não podemos negar que o carisma, as entrevistas polêmicas, os gostos esquisitos sobre sexo e todos os projetos sempre o mantiveram na vitrine. Mas a banda tem suas qualidades.
* O guitarrista Jim Martin não assina o comunicado oficial do "reunion" porque foi banido pelos integrantes do FNM, que preferiram manter o último guitarrista que deu certo na formação, Jon Hudson.
* A história dos caras é muito maior, dei uma resumida básica, e não, não foi só o álbum The Real Thing que deu autonomia ao FNM. Os outros discos possuem canções excelentes e indispensáveis na carreira como Midlife Crisis, A Small Victory, Caffeine, Easy, Digging The Grave, Evidence e outras. O cd que eu mais gosto é o King for a Day, pretendo fazer uma matéria Discoteca Básica sobre, mas concordo que TRT é o mais importante na vida do Faith.
* A banda é muito respeitada por todas as outras do universo rock, inclusive de gêneros e estilos diferentes.
* Conheça um tributo brasileiro ao FNM, o Brazilian Sabor. A Pitty participa desse projeto com uma ótima versão de Digging The Grave. Clique aqui para conhecer o Brazilian e fazer o download dos dois cds.
* Existe um DVD duplo chamado Faith No More – Live at the Brixton Academy London – You Fat B**tards/Who Cares A Lot: The Greatest Videos que nada mais é que o histórico show em Brixton e a coleção de clips dos caras. Fenomenal. Depois postarei um review.
* Leia aqui em inglês o comunicado oficial. E aqui a ótima tradução feita por Marcelo Sant’Anna da comunidade Faith No More – Brasil no Orkut.
* O boato é que os shows irão rolar apenas na Europa, mas não acredito, para mim o FNM está de volta e para ficar, mesmo que seja por tempo suficiente para matar a saudade.
Abaixo um vídeo de Epic ao vivo no Chile (1991).
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