Bastardos Inglórios
“Bastardos Inglórios” (2009) trata da vingança do mundo contra Adolf Hitler e seus asseclas alemães em território francês. A vindita tardia é imaginária, mas sem dúvida, deliciosa. Claro, é uma grande bobagem nos contentarmos com a desforra sobre um dos maiores genocidas de todos os tempos de forma tão simplista. Mas com o escritor e diretor Quentin Tarantino, é assim que a banda toca, sem mea culpa, apenas, ame-o ou deixe-o.
A década de 90 representa o nascimento do mito Tarantino. Um cineasta e sua fórmula peculiar para engendrar filmes violentos, sem medo de “desafiar” tabus, articulando diálogos imensos e inteligentes e redescobrindo astros como John Travolta, que saiu do ostracismo ao interpretar Vincent Vega em “Pulp Fiction” (1994), além desta obra, podemos facilmente destacar em sua “Cães de Aluguel” (1992) e “Kill Bill” – Volumes 1 (2003) e 2 (2004).
Ótima foto promocional com o diretor e o elenco.
O visceral de suas produções é um dos destaques de “Bastardos Inglórios”, a sequência inicial tem um nível de tensão incrível que chegar a tirar o fôlego. O roteiro bem cuidado que narra o imaginário grupo de extermínio, caçando nazistas sem dó nem piedade é valorizado por um grande e afinado elenco: Brad Pitt (Aldo Raine), Mélanie Laurent (Shosanna Dreyfus), Christoph Waltz (Col. Hans Landa), Eli Roth (Sgt. Donny Donowitz) e Diane Kruger (Bridget von Hammersmark).
Em sua segunda semana em cartaz, é uma boa pedida para aqueles dias em que o sarcasmo está à flor da pele. Bastardos é um daqueles passatempos que a gente ama, Tarantino não é um cineasta daqueles clássicos como Martin Scorsese ou Francis Ford Coppola, mas tem os seus valores e seu status cult garantido. Na Rota: nota 8.
Papel de parede super legal, clique na figura para baixá-lo.
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Distrito 9
Peça promocional: Alienígenas proibidos, denuncie aqui.
“Distrito 9” está sendo considerado uma das grandes obras primas de ficção científica de todos os tempos. Eu, myself e Cristiano, achamos um grande exagero. Mas tudo bem, opinião é opinião e cada um que argumente sobre a sua, dando-lhe a devida legitimidade. Se você me perguntar, o filme é ruim? Responderei com a maior tranquilidade: NÃO! Ele é foda, super legal, mas o hype em torno é completamente exagerado.
A produção primeiro chama atenção pela assinatura do produtor Peter Jackson, o “cara”, o neozelandês que fez fama com a fantástica saga “O Senhor dos Anéis”, e naturalmente lucraria com um documentário sobre homens que enxugam gelo na Etiópia ou com a história do corcunda manco que negocia brinquedos sem o selo do Inmetro, contrabandeados do Paraguai e vendidos no centro da cidade.
Outro fato incontestável é o destaque que a internet dá em cima de filmes com a estética documental, ou produzidos com câmera digital, tais como: “A Bruxa de Blair” (1999), “O Olho Que Tudo Vê” (2002), “Extermínio” (2002), “Mar Aberto” (2003), “Vôo United 93” (2006), “[REC]” (2007), seu remake americano “Quarentena” (2008) e “Cloverfield” (2008).
É um “Ó!!!” tão elogioso que às vezes dá no “saco”, um bom exemplo disso é o citado “A Bruxa de Blair”, um dos piores de toda minha vida, sou capaz listá-lo em um bottom 10 com naturalidade. Claro, “Extermínio”, “Vôo United 93”, “[REC]” e “Cloverfield” são exemplos clássicos de que a fórmula dá certo, assim como “Distrito 9”, o próximo desta lista tudo indica que será “Atividade Paranormal” (2009) que estreará nos próximos meses. Assista o ótimo trailer aqui.
Ok, voltando o foco para “Distrito 9”. A película escrita e dirigida por Neill Blomkamp, descreve o que aconteceria se alienígenas fossem obrigados a conviver com seres humanos. Inteligentemente Neill se afasta de abordagens batidas como a da convivência em “Missão Alien” (1988) ou de escondidos na terra de “Homens de Preto” (1997). O tema discorrido em o Distrito é o da segregação, o diretor revela essas polaroides tão comuns na sociedade, trocando personagens humanos pelos aliens. A história que se passa em Joanesburgo (África do Sul) joga no meio desses confrontos o recém promovido Wikus Van De Merwe, vivido pelo ator Sharlto Copley, em uma confusão que mudará a sua vida.
Diferente e com boas idéias, “Distrito 9” segue Na Rota e leva uma nota 8 com louvor, mesmo bebendo na fonte de filmes como “A Mosca” (1986) e “Robocop” (1987), afinal, todos nós sabemos que “nada se cria, tudo se copia”, até essa frase, que é uma adaptação da máxima de Antoine Lavoisier: "Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma".
P.S.: Uma prova de transformação é o filme “A Mosca”, que já era um remake de “A Mosca da Cabeça Branca” (1958), e agora, David Cronenberg, diretor desta versão de 1986, anunciou mês passado que irá refilmar, trocando em miúdos é o re-remake, se é que isso pode existir.
Beijos pras minas e abraços pros manos.
Cristiano Porfírio
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