Correria, correria, correria, como postar num blog se você não me alivia? Mas vamos em frente nadando contra a maré, afinal, o meu leitor é que não pode ficar prejudicado. No último dia 14 estive em Paulínia (interior de SP) para curtir a 2ª edição do festival SWU. Os shows que me propus a acompanhar foram lindos, também não poderia ser diferente. As bandas Primus, Stone Temple Pilots, Megadeth, Alice in Chains e Faith no More ruleiam. \,,/

Em relação ao assunto estrutura, a organização do Starts With You ainda vai ter que rebolar muito para achar um formato adequado, claro que já evoluiu em relação a primeira edição e isso é um ponto grandioso a favor. Não curti as grandes distâncias a serem caminhadas de um ponto a outro e o festival de lama. O bem da verdade, é que lama era a única coisa realmente sustentável por lá, sempre dava um jeitinho de se multiplicar e estar em todo lugar, sustentando-se como coadjuvante ingrata.

A ideia de ter os palcos um de frente para o outro não me agrada. Prefiro um ao lado do outro para facilitar a locomoção. O que vocês acham?

A chuva foi outra coisa que tirou o tesão de muita gente, o RSWU – Rain Starts With You ou SWUIR – Stars With You In Rain como você queira chamar, deixou a galera molhadinha, e não foi molhada da melhor forma possível. Seria legal a produção manter contato com a previsão do tempo e realiza-lo em uma época menos úmida. #FicaaDica A rádio corredor na cidade e no local do evento disse que tem mais quatro anos de festival acertado para acontecer por lá, então seria bacana se organizar e torna-lo referência. Esse lance de querer ser filho do Woodstock já era, hoje em dia ninguém mais quer passar ‘perrengue’.

Paulínia é uma elegante cidade do interior, e por isso, difícil achar qualquer lugar para comer ou atender outras necessidades. O shopping ficou hiper lotado, convenhamos, é um complexo de lojas para atender aos locais e não múltiplos turistas do roquenrol. Para nossa sorte, conseguimos encontrar uma excelente e não tão cara churrascaria no centro da cidade que aliviou nossa fome com deliciosos cortes de carne. Nossa alimentação espetacular seria considerada um insulto para a maioria dos “…” – complete a sentença com o que lhe convir – que frequentaram a praça de alimentação vegetariana do festival.

No quesito shows, não vi a apresentação do Down em sua totalidade. Mas foi bom saber que o Phil Anselmo continua vivo e arregaçando, pena que não seja mais no Pantera. O 311 resolvi ignorar e pelo jeito foi uma decisão acertada, até agora não encontrei um sujeito sequer que tenha falado bem.

Infelizmente pela segunda vez tive o desprazer de ver em ação o tal do Sonic Youth, ave mary, que grupinho de som pseudo moderninho hoje enjoado para cara*** até os dias de hoje.

O Primus abriu os trabalhos com um show perfeito, foram apenas 11 canções, mesclando no setlist antiguidades com Green Naugahyde, seu último. Para deleite dos fãs, “Jerry Was A Race Car Driver”, “My Name Is Mud” e “John the Fisherman”, seus maiores hits foram executados ao final da apresentação. Valeu Les Claypool, o super baixista que eu sempre tive vontade de ver ao vivo.

Era a vez do Megadeth. Com o Dave Mustaine, líder da banda, a parada é a seguinte: eficiência sempre. Foram também 11 músicas com direito a duas do recém-lançado intitulado TH1RT3EN. Foram elas “Public Enemy No. 1” e “Whose Life (Is It Anyways?)” que se misturaram as clássicas “A Tout Le Monde”, “Sweating Bullets”, “Symphony of Destruction”, “Peace Sells” e “Holy Wars”. Ser eficiente nem sempre é o suficiente, porque falta alguma surpresa para sacudir o publico, nesta sexta vez que os vi ao vivo, admito que sempre foi assim, ame ou deixe-os. Ok, assumo que os amo e reconheço que o Dave anda melhorando, deve estar aprendendo com sua banda mestre, o Metallica. Afinal, é preciso ser um sujeito melhor para o showbusiness e ninguém melhor que o nobre Hetfield para inspirá-lo. 🙂

Muita gente confunde parte técnica com show ruim, e foi assim com o Stone Temple Pilots. Prejudicados pelo péssimo som, a banda foi julgada de forma errada. Com um setlist arrasador, estilo greatest hits, conseguiu balançar o povo, principalmente quando executaram o hino “Plush” acompanhado em uníssono pela galera. #SimplesAssim e ótimo de se ver.

Agora era administrar as emoções, Alice in Chains e o Faith no More fizeram as duas melhores apresentações da noite, que completariam a trinca perfeita iniciada com o Primus.

Down in a Rain

Durante 1h30 foi impossível não se emocionar com a banda de Jerry Cantrell e cia, executando um clássico atrás do outro dentro de um set com 18 canções. O vocalista William DuVall que sucedeu Layne Staley mandou muito bem, com timbre de voz muito parecido e ótima presença de palco. Tanto o vocalista Layne quanto o baixista Mike Star, ambos falecidos e membros fundadores do Alice in Chains foram lembrados no show com a música “Nutshell” dedicada a eles.

O show foi inebriante, e hits como “Then Bones”, “Again”, “Got Me Wrong”, “Down in a Hole”, “Angry Chair”, “Man in the Box”, “Rooster” e “Would?” garantiram a nostalgia fabulosa que tomou conta do SWU. Perfeito!

Po**@ C@**lho!!!

Para finalizar o evento com chave de ouro, o Faith no More surpreende como sempre o faz, agradando a uns e desagradando a outros. Ainda bem que o número de agradados é sempre muito maior, eu mesmo vi pela quarta vez e gostaria de vê-los mais vezes.

Desta vez o grupo se apresentou com todos os integrantes vestindo branco, em um palco todo branco e com oferendas de rosas. O tecladista Roddy Bottum compunha seu visual com vários colares, chamados de “guias” por espíritas e o vocalista Mike Patton encarnou a entidade conhecida como ‘Zé Pilintra’. Tudo isso fazendo referência a religiões africanas espiritas muito praticadas no país, como a umbanda e/ou candomblé.

O grupo é apresentado pelo poeta pernambucano Cacau Gomes, um maluco que naturalmente deve ser amigo do amalucado Patton. A partir daí o pau comeu com poucos hits, mas com muita animação, mesmo na falta de canções carimbadas, a maioria do publico tinha as executadas na ponta da língua.

Excêntrico como sempre, Mike Patton alucinou, pulou na plateia, caiu no chão ao tentar pilotar uma câmera na grua, gritou várias vezes: Po**@ C@**lho!!! E percebendo o cansaço da galera ensopada perguntou fazendo coro contra a chuva: “E aí? Tudo bem? Não? Ah, esse tempo de merda”. Achei sensacional!

Após uma hora e meia, setlist com 17 canções composto por maravilhas como “Woodpecker From Mars”, “From Out of Nowhere”, “Easy”, “Surprise! You’re Dead!”, “Ashes to Ashes”, “Just a Man” ( com a participação do coral de crianças de Heliópolis) e as alucinantes e aguardadas “Epic”, “Midlife Crisis” e “Digging the Grave”, o SWU se encerrou com fogos e gostinho de quero mais.

Para rivalizar com o Rock in Rio, o SWU precisa ser mais ousado, e acredito que está no caminho certo, estou apostando. Para facilitar na busca pelo festival perfeito, basta os organizadores comerem direitinho, algo com ‘sustança’, evitando comer só folhas, afinal isso não dá ânimo para ninguém. #FicaaDica²

Crédito das fotos:

Foto 1 (abre o post) – Midiorama (Facebook)

Fotos 2, 4, 5, 6 e 7 (Down, Megadeth, Stone Temple Pilots, Alice in Chains e Faith no More) – SWU Brasil (Flickr)

Foto 3 (Primus) – André Bittencourt (Multishow)