Enfim, chegamos ao fim da cobertura da 12ª edição do Porão. As resenhas publicadas referem-se aos que foram devidamente acompanhados. Leia aqui um apanhado geral.
Plebe Rude (DF)
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Uma banda relaxada, longe de olhares curiosos, holofotes e câmeras, completamente diferente da que estava registrando um DVD ao vivo na semana passada (12/09). A Plebe subiu ao palco e liberou toda a sua fúria e energia, deixando os Plebeus enlouquecidos com uma apresentação surreal e empolgante. Philippe Seabra e Clemente não paravam um minuto sequer, apoiados em um setlist que dá a dimensão da importância do grupo na história do rock nacional, por compor o primeiro escalão no boom de bandas da cidade. A dupla aproveitou para alfinetar os fãs de axé, Ivete Sangalo e a alienação. Afinal, Rock também é política!
Antes de tocarem Até Quando Esperar, Philippe repetiu que não é possível esta música estar atual até os dias de hoje, aproveitando para xingar em uníssono alguns políticos do nosso país. O vocalista também alfinetou uma banda gaúcha que tocou sábado, responsável por um ataque de estrelismo, tachando-a como um grupo com os dias contados.
A ausência de André X no baixo foi resolvida com a escalação de Pedro Ivo, que não fez feio em nenhum momento. Com a Plebe é assim, a fúria do punk e a contestação do rock estão vivas e prontas para detonar.
Esta não seria única vez que veríamos Philippe no palco do Porão naquela noite.
Na coletiva de imprensa, Philippe “critica a urgência das bandas em buscar o sucesso, tudo tem que ser trabalhado, não concebe por exemplo ver os Titãs no programa da loira que tem um papagaio falante, ou em um programa da Xuxa”. Em relação ao Clemente, relembra “quando foram a São Paulo, tocar pela primeira vez e o conheceram, o primeiro punk de verdade, ficaram impressionados com o cara da banda Inocentes. Quando a banda voltou sem o Jander, pintou um convite para tocar no Circo Voador (RJ), ele virou para o André e perguntou o que você acha do Clemente? E o André respondeu: Não acho nada, minha praia é mulher”. risos A imprensa caiu na gargalhada. “Philippe continua dizendo que ligaram para o Clemente e o convidaram. O guitarrista perguntou se havia cachê, com a afirmativa topou. Recebeu um cd da Plebe e em duas semanas estava no palco com a banda tocando sem terem realizado um ensaio sequer. Essa é a formação definitiva da Plebe, estamos muito felizes com o resultado.”
O vocalista ainda lembrou “que a banda sofreu para divulgar, não existia a facilidade da internet como nos dias de hoje. Contou a história de quando participaram do programa do Raul Gil, naquele quadro: o Raul perguntou, você não acertou. A Plebe perdeu para o Dominó. Um vexame” novos risos. Aproveita para comunicar que “o catálogo da Plebe estará livre para lançamento, regravação e o que der na telha, já que a EMI que é atual detentora não tem planos a obra do grupo, o DVD que sairá em um prazo de três meses é o primeiro passo. É um absurdo que um disco como O Concreto Já Rachou, que está em várias listas de melhores álbuns nacionais de todos os tempos não tenha uma edição vigente nas lojas.”
Philippe ainda teve tempo de alfinetar as bandas de hoje “que gostam de reclamar dos espaços, dos festivais e de panelinha. Ninguém sai a luta para buscar aonde tocar e ser ouvido, simplesmente sentam e vão reclamar da vida. Imagine se o Ray Charles que é cego, pobre e negro, tivesse ficado reclamando da sua condição e não tivesse ido a luta? Não estaria sendo tocado e homenageado até hoje!” Concordo, isso é uma verdade.
Clemente disse que está “muito feliz com a Plebe, pretende seguir e frente mesmo sem ganhar dinheiro, porque está se divertindo muito” Acredito que realmente ele esteja se divertindo, basta acompanhar sua performance no palco.
Setlist: O Que Se Faz // Censura // Brasília // Medo // A Ida // Minha Renda // Este Ano // Johnny Vai a Guerra // Sexo e Caratê // Dançando no Vazio // Proteção (incidental: Pátria Amada dos Inocentes) // Até Quando Esperar.
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Os Paralamas do Sucesso (RJ)
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Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone são monstros do rock nacional. O repertório com 20 músicas da banda fluminense, que tem os dois pés no rock de Brasília, foi preparado de forma cuidadosa, três canções do disco novo Brasil Afora (Sem Mais Adeus, Meu Sonho e A Lhe Esperar), um cover clássico dos Titãs (Sonifera Ilha) e 16 que privilegiaram todas as fases do grupo, deixando os fãs pululantes.
Os Paralamas sempre foram uma banda do público, o que eles produzem no palco é o resultado de uma matemática simples: banda excelente + canções clássicas = platéia satisfeita. Em grande número, a platéia cantou e vibrou com uma apresentação colorida e dançante, atestando o porque do grupo ser respeitado e um dos maiores de todos os tempos no cenário do pop rock nacional.
Não seria esta a última vez que veríamos a banda no palco do Porão.
Setlist: Sem Mais Adeus // Pólvora // O Beco // Ela Disse Adeus // Cuide Bem do Seu Amor // Bora Bora // Perplexo // Meu Sonho // A Lhe Esperar // Calibre (incidental: Voodoo Child do Jimi Hendrix) // Meu Erro // Lanterna dos Afogados // Caleidoscópio // A Novidade // Loirinha Bombril // Alagados // Uma Brasilieira. BIS: Sonífera Ilha (Titãs) // Ska // Vital e Sua Moto
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Atração Supresa: Legião Urbana (DF)
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É anunciado que começará o show surpresa. No telão um vídeo com momentos da Legião Urbana é exibido, a platéia vai ao delírio e a sensação é arrepiante e emocionante. Dado e Bonfá pisam no palco, e o público explode: Uh é Legião! Uh é Legião! Uh é Legião! Uh é Legião! Um brado que seria repetido em outros momentos.
Um microfone no centro do palco, com uma rosa branca, representa a presença espiritual de Renato Russo. Os instrumentos trabalham, e os acordes remetem a Tempo Perdido, com André Gonzales nos vocais (Móveis Coloniais de Acaju), a emoção está só no começo, na segunda canção, o uruguaio Sebastian Teysera (La Vela Puerca) faz sua interpretação de Quase Sem Querer. Desta vez, assume os vocais, Tony Platão (ex-Hojerizah), cantando a linda balada Eu Sei.
A banda ataca de Pais e Filhos com Bonfá nos vocais, Dado convida o público a cantar, que atende de bate pronto, em uma onda de energia positiva e emoção. Extasiada, a platéia vê subir ao palco Os Paralâmicos, Bi com seu famoso baixo vermelho, Barone com um pandeiro e o guitarrista Herbert, que assume os vocais de Ainda É Cedo. Dado faz justiça e relembra que a Legião Urbana gravou graças aos Paralamas.
Agora é a vez de Será, interpretada por outro uruguaio, desta vez Juan Casanova, no crescente do show, já podemos ver muitas pessoas com olhos marejados e outras entregues às lágrimas. Penúltima canção, é a vez de Geração Coca-Cola, com Philippe Seabra nos vocais, o público incendeia definitivamente. Seabra relembra o episódio de 82 em Patos de Minas (MG), quando as duas bandas Plebe e Legião foram presas em seu primeiro show fora de Brasília e complementa “Ali começava um novo capítulo na história da música popular brasileira”.
Chegamos ao fim, todos os participantes sobem ao palco, e também os inéditos até aquele periodo, que eram Loro Jones (ex-Capital Inicial) e PJ (Jota Quest), para tocar Que País É Este? Naquele momento, músicos e público estavam completamente sincronizados, a apoteótica festa, com oito canções, meia hora, vários músicos e 30.000 pessoas celebrava uma das maiores bandas brasileiras de todos os tempos.
Dado e Bonfá refutam a volta da Legião, apenas shows comemorativos, com o intuito de homenagear. Espero, assim, a chama da banda fica acessa e os milhares de fãs que nunca viram os Legionários ao vivo, matam um pouco desse gostinho.
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M. Roots (DF)
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Por questões técnicas ou pessoais, o Maskavo Roots, acabou sendo anunciada como M.Roots, o vocalista Marcelo Vourakis, anunciou que ali no palco estava o Maskavo Roots, com todas as letras, e a declaração era nada mais do que a verdade. A apresentação baseada no disco homônimo de 1994, foi repleta de energia e beleza, passando por canções como Chá Preto, Gravidade, Tempestade, Don Genaro, Far Away, Besta Mole, Sexta, Escotilha e D.D.P. 40 minutos de nostalgia e fica a torcida para um retorno oficial.
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Little Quail and Mad Birds (DF)
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Baseado no álbum clássico Lírou Quêil en de Méd Bãrds, o show do Little Quail de Gabriel Thomaz, Bacalhau e Zé Ovo, foi um espetáculo de diversão, aonde a saudade naquele momento era um sentimento não identificado. Fomos transportados ao início da década de 90, aonde o rock de Brasília, encontrava seu segundo boom de bandas que pudessem levar o estandarte de capital do rock a todo o país.
Após a verdadeira aula, nós o discipulos, dançamos e festejamos. O show só não foi nota 10, porque Zé Ovo exagerou na empolgação e conversa com o público. =P O ponto alto do show no encore ficou por conta de Gabriel Thomaz, ao soltar a pérola: "Agradecemos aos Paralamas do Sucesso, à Plebe Rude e à Legião Urbana por abrirem este show do Little Quail". Ok, também agradeço! =D
Setlist: 1,2,3,4 // Berma Is a Monster // Samba do Arnesto // Baby Now // Mamma Mia // Me Espera Um Pouco // Mau-Mau // A Alegria Está Contagiando o Meu Coração // O Sol Eu Não Sei // Família Que Briga Unida Permanece Unida // Essa Menina // Aquela // Dezesseis // Azarar na W3 // Umbabarauma (Jorge Ben Jor) // Galera do Fundão // Cigarrette
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Infelizmente chegou ao fim, com uma grande prévia da comemoração de 50 anos de Brasília e a celebração de 03 gerações do rock da cidade.
Até o ano que vem!
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