Longe dos cinemas desde 2020, o cineasta Christopher Nolan estreia nas salas de todo mundo com “Oppenheimer”, produção homônima que apresenta uma versão quase biográfica sobre o pai da bomba atômica.
Escrito por Nolan e Matthew Orton, o roteiro de “Oppenheimer” versa sobre a vida de J. Robert Oppenheimer, físico teórico que dirigiu um laboratório – que graças à grandiosidade leia-se cidade, – em Los Alamos, Novo México/EUA, liderando a iniciativa conhecida como o Projeto Manhattan, que buscava desenvolver pioneiramente a bomba atômica, durante o período da Segunda Guerra Mundial.
Baseado na biografia vencedora do prêmio Pulitzer, intitulada ‘Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer’ (2006), escrita por Kai Bird e Martin J. Sherwin, o longa-metragem “Oppenheimer” além de propósitos históricos na confecção da bomba, busca apresentar a redenção do físico homônimo vivido por Cillian Murphy, que fora acometido por uma caça às bruxas, primeiro por declarações antiatômicas ao se consternar com o sofrimento causado por sua criação, quando o governo americano arrasou as cidades Japonesas de Hiroshima e Nagasaki, e segundo ao ser perseguido injustamente por Lewis Strauss (Robert Downey Jr.), ex-secretário do Comércio dos Estados Unidos.
Tecnicamente perfeito, “Oppenheimer” prendeu a minha atenção em quase sua totalidade nas três horas de duração, mas não consegui me conectar ao terço final, achei esta hora demasiadamente maior que as duas exibidas, – talvez um físico consiga explicar o fenômeno, – pelo menos o encerramento vale a pena após a estafante espera.
O ator Cillian Murphy dá um show de interpretação, creio que deve figurar entre os indicados ao prêmio de melhor ator na próxima edição do Oscar e seus pares de tela estão igualmente confortáveis em seus papéis. Em uma produção que ostenta nomes incríveis como Emily Blunt, Matt Damon, Robert Downey Jr. e Florence Pugh é praticamente impossível que dê errado, principalmente dirigidos por um profissional competente e detalhista como o Nolan.
[#fofoca] Em 2020, Nolan quebrou o pau com a Warner Bros por entender que “Tenet” seria brilhante o suficiente para desafiar uma pandemia, e ao se chatear pela estreia não ser apenas nas salas de cinema, mas também em uma plataforma de streaming, desligou-se após duas décadas de sucesso na Warner, e mudou-se para a Universal Studios, o longa-metragem “Oppenheimer” é o pontapé inicial para uma nova jornada que deve ser bem sucedida.
Mas precisamos se atentar em um detalhe, o sucesso de Nolan e o seu “Oppenheimer” vão além da visão de um cineasta, infelizmente todos os filmes que estrearam nos últimos meses – independente da qualidade – performaram mal nas bilheterias e para piorar, este longa-metragem terá a concorrência de “Barbie”, que graças ao hype promete ser a maior bilheteria, quiçá dos últimos anos.
Vá ao cinema e curta uma boa aula de história!