Como elogiar um filme sem soar redundante? Para mim, esta é uma das grandes dificuldades ao discorrer sobre a produção “Eduardo e Mônica”, que é dirigida por René Sampaio e protagonizada por Alice Braga e Gabriel Leone, — que indiscutivelmente demonstraram talento em suas carreiras, mas que indubitavelmente nasceram para fazer este trabalho. Ao fim da projeção, achei maravilhoso, pois mexeu comigo em altos níveis de satisfação, tive até dificuldade em escrever essa resenha, talvez esse texto funcionasse melhor como um artigo e como vocês me conhecem bem, durante a leitura não oferecerei spoiler algum, até porque, quem já escutou a canção sabe do que se trata.

O longa-metragem “Eduardo e Mônica” é uma obra audiovisual do mais alto garbo e elegância, pois agrada aos fãs de uma boa história, de romances que aquecem o coração, de uma boa dupla de atores, da canção homônima, de uma trilha sonora empolgante e como não poderia ser diferente, de cinema. Além de ótimas atuações e do roteiro bem amarrado, que consegue promover uma linha do tempo preenchendo todos os gaps narrativos da música, criando um universo particular para a aventura dos protagonistas, em que podemos enaltecer também o trabalho de Sampaio e da sua equipe que fizeram tecnicamente uma obra maravilhosa. Os ótimos ângulos de câmera, a bela fotografia, a montagem eficaz e a assertiva direção de arte nos transportam para uma Brasília ímpar e lindamente eternizada.

Preciso dizer que “Eduardo e Mônica” é uma obra importante para quem acredita no amor. Mostrando versatilidade, Sampaio fugiu da violência e da ação de “Faroeste Caboclo”, seu longa anterior, para retratar um sentimento sublime, e o faz sem soar em momento algum piegas ou pasteurizado, é uma simples e autêntica história de amor contada da melhor forma possível, com sensibilidade.

O plot ainda tem uma sutil, mas pungente e necessária crítica política, e como não poderia ser contrário ao material que lhe inspirou, a arte explode na tela em vários momentos, celebrando não tão somente a música, mas é claro que esta preenche os sentidos do espectador em múltiplos momentos, e sem spoiler digo mais, se em Total Eclipse of the Heart, de Bonnie Tyler, caso não se emocione, sinto-lhe dizer: você já está morto, não há mais simbiose entre seu coração e mente!

Como citei previamente, em 2013, o diretor René Sampaio estreou nos cinemas com uma versão live action para Faroeste Caboclo, a canção mítica da banda Legião Urbana, que ao ser elogiada e bem recebida abriu caminho para mais uma produção, desta vez a igualmente mítica Eduardo e Mônica, e como o sucesso mais uma vez será confirmado teremos um terceiro longa-metragem, igualmente idealizado e dirigido por Sampaio, para mais uma canção da Legião, em que o título é mantido a sete chaves pelo diretor.

Um crítico por aí deu a entender que “Eduardo e Mônica” serve apenas aos fãs e a sentimentos nostálgicos, se por acaso, fosse apenas isso, o longa-metragem de René Sampaio já teria acertado em cheio, mas é uma obra maior que qualquer mal querência crítica. É um retrato para inspirar não só o passado, mas o presente e o futuro de gerações com bons exemplos de como e para que serve a felicidade.

Enfim, confira “Eduardo e Mônica” em uma das 500 salas de cinema em que estará em cartaz a partir desta quinta, 20/01. Recomendo!

Confira a seguir vasto material do filme: tem nossas entrevistas com René Sampaio e Gabriel Leone; uma playlist da trilha sonora que compilamos no Spotify; e o trailer da produção.