A icônica franquia Alien, que versa sobre alienígenas com características mortais e singulares (xenomorfos), exibe nos cinemas, a partir de hoje, sua nona produção com uma excelente notícia: “Alien: Romulus” (2024) figura seguramente entre os três melhores filmes da série.
Dirigido por Fede Álvarez, responsável por ótimos e marcantes longas-metragens, como o original “O Homem nas Trevas” (2016), ou o reboot “A Morte do Demônio” (2013), “Alien: Romulus” invade o Espaço, subvertendo os cânones da ficção científica em uma obra de horror.
Ao apresentar jovens sonhadores, precisamente seis deles, que em busca de melhores oportunidades na vida decidem explorar uma nave espacial aparentemente abandonada, Álvarez arma uma armadilha para o espectador, que se envolve em uma ambiência claustrofóbica, tensa e violenta.
Todo o terror psicológico que cerca os personagens é compartilhado com o público, graças à habilidade e segurança de Álvarez em criar mundos imersíveis, somados à contribuição do diretor de arte, Naaman Marshall, e do diretor de fotografia, Galo Olivares, garantindo um visual impactante.
Além de Ridley Scott, criador da franquia e diretor de “Alien, O Oitavo Passageiro” (1979), estar envolvido na nova produção, esta ainda contou com a consultoria de James Cameron, a mente que concebeu e dirigiu “Aliens, O Resgate” (1986), simplesmente os dois melhores filmes da série, até agora, que acabam de receber a companhia de “Alien: Romulus”, estabelecendo um novo momento canônico.
Podemos elencar outros pontos positivos, tal como o bom roteiro escrito em parceria, entre Álvarez e Rodo Sayagues – profícuo parceiro do diretor –; e para criar imagens mais críveis, a escolha em priorizar efeitos especiais práticos, abdicando de ilusões geradas por computador. Vale informar que os efeitos foram elaborados por profissionais que trabalharam no clássico “Aliens, O Resgate”.
O elenco conta com Cailee Spaeny (Guerra Civil), Archie Renaux (Sombra e Ossos), Isabela Merced (The Last of Us), David Jonsson, Spike Fearn e Aileen Wu. Posso cravar que a jovem Spaeny será uma grande estrela, e caso a franquia continue, brilhará, assim como Sigourney Weaver o fez, mas trilhando um caminho próprio, sem a necessidade de comparações.
A produção “Alien: Romulus” leva a plateia à reflexão ao mostrar o quanto somos triturados diariamente por um sistema que nos escraviza, apoiado no verniz mentiroso das oportunidades. Infelizmente a verdade é que sempre seremos uma engrenagem, enganados eternamente pelo preceito da meritocracia.
Cronologicamente, a produção se encaixa 20 anos depois de “Alien, O Oitavo Passageiro” e 37 antes de “Aliens, O Resgate”. Os pontos que unem os filmes são equilibrados e em momento algum soam forçados, inclusive quando se rendem ao fan service.
Para finalizar, só me resta indicar que vá ao cinema o mais rápido possível para saborear “Alien: Romulus”, seguramente um dos melhores filmes de 2024. Uma curiosidade para atestar a minha indicação e elogios, inicialmente a produção foi concebida para estrear diretamente nos serviços de streaming da Disney, mas a qualidade fez com que os engravatados da empresa mudassem de ideia.