Questão que já vem sendo debatida há bastante tempo em fóruns de discussão e em sites de música especializada deixam bem claro o porquê dos shows internacionais de médio e grande porte perderem força aqui no Brasil. Os motivos são vários e vão direto ao ponto para quem está desinformado dentro do que acontece nos bastidores do mundo da música. Então, vamos a eles.

Com a atual crise econômica em que o país se encontra, devido à falta de recursos financeiros, culminante com o aumento do dólar nesses últimos meses, ocasionada por uma severa política de austeridade e contenção de despesas, os shows internacionais no Brasil vão deixando de se tornar uma certeza. Com isso, países como Chile e Argentina, ganham mais força na disputa e vão conseguindo shows que no Brasil aconteceria com uma certa margem de tranquilidade. Um exemplo são os shows de bandas alternativas, como a de Indie Rock/ Rock Psicodélico Warpaint, os Ingleses do Blur e os Suecos do Cardigans que foram oferecidos ao Brasil recentemente, mas o país recusou alegando que o cachê cobrado pelas bandas era maior que o de mercado, ou seja, não adianta tentar barganhar no jeito amigo ou oferecer a modalidade leilão em quem paga menos leva, já que as bandas são bem claras quanto a isso: pagou, levou.

No entanto, o público não entende e os produtores aqui no Brasil fingem não compreender. Acontece que para se realizar um show internacional em qualquer parte do mundo, é preciso entender o passo a passo dentro de uma produtora responsável por trazer aquele artista tão esperado pelo público. Dependendo da banda, de grande, médio ou pequeno porte, cobra-se o lugar do evento, as passagens de avião, nem sempre tão baratas para um destino como a América do Sul, os custos de transporte da banda, alimentação, os integrantes da banda e os seguranças responsáveis pela proteção do evento. Enfim, para um artista mais conhecido como o Pearl Jam, por exemplo, dá até para enxugar os integrantes da equipe e fazer um preço mais acessível, mas que será cobrado por um preço salgado de retorno no valor dos ingressos, incluindo também a famosa taxa de (in) conveniência. Por outro lado, quem sofre com todo esse custo são as bandas/artistas underground, que não suportarão a pressão com as bandas mais caras, o que acarretaria um sério prejuízo se, por exemplo, Blur fosse tocar numa cidade como Brasília, em que uma casa para 5000 pessoas, só traria 900 pessoas, no máximo.

Dessa forma, vemos bandas como Rolling Stones e AC/DC demorarem a fechar uma turnê pelo Brasil por causa de detalhes aqui citados no texto. O Brasil começa a perder a quebra de braço principalmente pela desvalorização de sua moeda, que acarreta o baixo poder de compra para trazer artistas internacionais. Assim, esqueça aquele artista que nunca veio ao Brasil, como The Who, Tool ou Blondie ou junte dinheiro, planeje-se e vá para Chile, Argentina, Estados Unidos ou Europa ver a sua banda/artista predileto, já que a tendência é que fiquemos num limbo sem previsão de melhora.