A produção “A Morte do Demônio: A Ascensão” (2023), quinto filme da franquia iniciada por Sam Raimi, em 1981, chega aos cinemas em todo país.
Dirigido e escrito por Lee Cronin, “A Morte do Demônio: A Ascensão” transpõe a saga demoníaca para outras possibilidades, desta vez em área urbana, os anteriores se passavam em locais inóspitos, isolados no ‘meio’ do mato. A solução empregada para que o livro dos mortos tenha sido encontrado em uma cidade é plenamente satisfatória.
O longa-metragem aproveita-se dos ‘atuais’ tempos ‘modernos’ em que uma grandiosa fatia da sociedade sofre com problemas emocionais e econômicos. Ao cooptar o espectador e fazê-lo sentir empatia por temas inerentes à sociedade, Cronin faz bom uso do mote para em seguida envolve-lo em um mar de sangue.
Bem executado e busca uma assinatura própria, “A Morte do Demônio: A Ascensão” valoriza o que fora realizado nos outros filmes e o maximiza em eventos com uma bela quantidade de sangue e agonia.
O respeito e amor de Cronin pela franquia criada por Raimi – que assina a produção – ficam evidentes do início ao fim da projeção, em cada detalhe, principalmente no fanservice que salta aos olhos com vários easter eggs, preste atenção no nome da pizzaria quando mostra a caixa da pizza.
Não busque em “A Morte do Demônio: A Ascensão” a sofisticação de produções da A24, tais como “Hereditário” (2018), “Midsommar: O Mal Não Espera a Noite” (2019) e “A Bruxa” (2015), ou a insistência do gênero do terror em investir em obras ruins repletas de sustos fáceis na maioria das vezes. O que temos aqui é um meio termo, transitando entre os exemplos listados para oferecer simplicidade e vigor impressionantes, buscando apresentar uma maldade que pareça crível.
O livro dos mortos nunca pareceu tão ‘bonito’, a direção de arte criou um ótimo trabalho visual para as imagens assustadoras. Outro cuidado técnico primoroso está na edição de som, onde cada ruído e/ou sussurro demoníaco mexem com o emocional do espectador.
Como frisei sobre o sangue, provavelmente você já tem ideia do quanto à produção se esmerou para entregar o ‘melhor’ da sanguinolência e do gore, atingindo a tela quase ao ponto de passar a impressão que irá ‘sujar’ o espectador. Uma pena que “A Morte do Demônio: A Ascensão” não seja em 3D, sem dúvida, James Cameron teria contribuído para um resultado magnífico, sendo assim, fica a dica para um próximo capítulo da franquia.
Desconhecido, o elenco é bem aproveitado e na maioria das vezes cumpre bem o seu papel. Inclusive faço elogios às atrizes Alyssa Sutherland e Nell Fisher, que respectivamente interpretam Ellie (mãe) e Kassie (filha), enquanto a primeira perfaz uma possuída excelente, a outra tem o carisma que toda criança precisa ter em tela.
Em relação aos os elogios para “A Morte do Demônio: A Ascensão“, todos são corroborados pelo resultado de sessões teste. O filme fora produzido para estrear diretamente em streaming, com a função apenas de compor o catálogo da HBO Max, mas após os elogios em exibição prévia, acabou atraindo atenção e investimentos, e esse upgrade é o que testemunhamos hoje em tela.
No gênero terror, dificilmente teremos em 2023 uma obra como “A Morte do Demônio: A Ascensão” que possui apelo para atrair público, sem aliviar em momento algum no sangue, drama, horror e lágrimas. Não indicado para pessoas sensíveis, “A Morte do Demônio: A Ascensão” exibe um vigor incrível e pavimenta a estrada para novas produções. Já estou ansioso, que venham mais!
Sites indicam cena pós-crédito, não caiam nessa, trata-se de fake news, ao fim da projeção vá para casa sabendo que a única coisa que temos de derradeiro é o ruído de moscas.