O longa-metragem “Elementos”, nova animação do estúdio Pixar estreia hoje (22) nos cinemas.

Como é de praxe, um curta-metragem antecede a obra principal, desta vez temos o homônimo “Carl”, que mostra a vida do referido personagem após os acontecimentos em “UP: Altas Aventuras” (2009). Uma divertida, bela e emocionante história que trata sobre um contexto doloroso, como os idosos dão continuidade à vida, principalmente ao perder um ente amado.

Em seguida temos “Elementos”, uma história de amor, onde o sentimento mais nobre sofre com interferências graças à intolerância. Achei interessante o pano de fundo negociar com temas pesados, indo além de clichês familiares em que a animação aborda também sobre oportunidades, o êxodo e as mazelas que tem relação direta a eventos climáticos e/ou acidentais.

Ao utilizar da metáfora de água, fogo, terra e ar, o texto de “Elementos” conversa bem com todas as desavenças e conflitos que o mundo tem testemunhado diariamente, seja no seio familiar, de trabalho e etc. Creio que uma das ‘fraquezas’ na animação seja o de ‘inovar’ sem utilizar de um vilão, ao invés de se dedicar na construção de um ente maligno, o roteiro escrito a quatro mãos pelo diretor Peter Sohn, além de John Hoberg, Kat Likkel e Brenda Hsueh, opta por um processo que envolve diretamente vários pontos a serem resolvidos pelos protagonistas, reforçando a força da soma e uma consequente união para buscar soluções, um conselho valioso que infelizmente deve passar despercebido pela maioria da plateia ao redor do mundo.

Dirigido por Sohn, o mesmo de “O Bom Dinossauro” (2015), “Elementos” falha em pequenos detalhes, é notório afirmar que desde 1995, quando a Pixar inaugurou com “Toy Story” um mundo de pretensões cinematográficas fascinantes, de lá pra cá, as animações além de tecnicamente perfeitas, conseguiam unir a diversão infantil com recados, leia-se gatilhos, para jovens e adultos, talvez a ausência deste lado mais ‘adulto’ tenha negado a esta nova obra a chance de buscar a excelência.

Neste novo longa-metragem, a Pixar tem sofrido com críticas mistas, algumas até injustas, creio que seja prematuro questionar o que está acontecendo com o estúdio, caso você considere “Elementos” uma tragédia, reconsidere, afinal trata-se apenas de um erro no meio de tantos acertos e várias premiações. Preocupante seria se erros voltassem a acontecer. #FicaDica

Naturalmente estou passando pano, porque sem dúvidas, uma produtora que contando com a estreia de “Elementos”, ao ter em sua lista um total de 27 animações longas-metragens campeãs de bilheteria, sendo que 11 delas venceu o prêmio máximo da indústria cinematográfica: o Oscar, na categoria de animação, não descartada por uma obra que não serviu ao padrão de alguns e sim celebrada!

Posso afirmar que “Elementos” é o filme mais fraco deles, sim, mas isso significa que é ruim? Não! Em caso de desconfiança, confira a animação em um dia de promoção nos cinemas, pois a história que é bonitinha e OK tem um trunfo por ser visualmente muito bacana. Vale um ingresso! #recomendo

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