Às vezes me pergunto: quanto tempo ainda durará esta era de adaptações cinematográficas do mundo dos quadrinhos? Calma, não estou reclamando, pelo contrário, adoro este nicho geek de mercado. A bola da vez é “SHAZAM!“, personagem que faz parte do cast da editora DC Comics e estreia em todo mundo com pompa e circunstância.
Conhecido originalmente por Capitão Marvel – dá para entender a mudança de nome –, SHAZAM criado em 1939 por Bill Parker (roteirista) e C. C. Beck (desenhista) chega aos cinemas após alguns desencontros e alterações estratégicas, com o desafio de sedimentar uma nova linha nas produções da DC, a do sucesso, principalmente ao suceder nas telas títulos como “Mulher Maravilha” (2017) e “Aquaman” (2018), elogiados por público e crítica, que além de tudo foram muito lucrativos.
“SHAZAM!” tem muitas qualidades, tais como: um bom conjunto de atores, direção segura, história ‘redondinha’ e a fidelidade ao retratar a origem e o universo de mais um herói, mas também não podemos deixar de citar pequenos defeitos, tal qual o CGI ‘sem vergonha’, as criaturas nada críveis e um vilão ‘meia boca’, o Dr. Silvana, vivido por Mark Strong.
Uma das escolhas mais acertadas do diretor David F. Sandberg foi a de escalar dois atores para dividir o protagonismo. O ator Zachary Levi encarnou SHAZAM e Asher Angel a identidade secreta do herói conhecida por Billy Batson. A estratégia de Sandberg evitou que a transformação de criança para adulto ficasse tosca e obrigasse o estúdio a investir em mais efeitos especiais. Ah, Jack Dylan Grazer também merece destaque ao interpretar Freddy Freeman, uma espécie de mentor e/ou consultor para o Shazam.
É impressionante o quanto Levi se deu bem na construção do papel principal. Todo o besteirol necessário para retratar “SHAZAM!” foi cumprido com carisma, maestria e leveza, afinal, é preciso lembrar que o heroico protagonista apesar da aparência madura, nada mais é que uma criança, sendo assim, preservar a mente infantil no corpo adulto é um dos motes do filme.
A produção tem algumas particularidades, por exemplo, este é o mais infantil e/ou infanto-juvenil dentre todos os outros filmes de herói realizados até hoje, seja da Marvel ou da DC. O fato de mirar um publico mais ‘novo’ não significa que os espectadores mais maduros não irão se identificar e se divertir, pelo contrário. Acredito que pelas características do roteiro que explora as aventuras do gênero ‘família’, “SHAZAM!” não estreou na época do Natal em razão da produtora e distribuidora Warner Bros não ostentar a intenção em ter dois live action oriundos dos quadrinhos no mesmo semestre, já que “Coringa” chega aos cinemas no dia 3 de outubro de 2019.
“SHAZAM!” é altamente nostálgico, tem o espírito divertido dos filmes oitentistas, chegando inclusive a homenagear o clássico “Quero Ser Grande” (1988), estrelado à época por uma criança chamada Tom Hanks.
Vale reforçar, “SHAZAM!” é diversão para toda a família. Pleno e veloz em sua rota atribuo a nota 7.7.
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