Dramas baseados na luta pela sobrevivência atraem público por vários fatores, alguns querem ver o povo se ferrando, enquanto outros preferem testemunhar uma reviravolta. Para quem curte qualquer um dos dois momentos, a produção “Vidas à Deriva”, o novo longa do diretor Baltasar Kormákur agradará em cheio.

Baseado na vivência de Tami Oldham Ashcraft, a produção não romantiza e nem banaliza a fatídica e incrível história que se sucedeu em 1983, apenas busca apoiado na linguagem cinematográfica dar um rumo fidedigno ao perrengue.

O filme tem credibilidade por vários fatores: a participação da própria Ashcraft como roteirista; pelo esforço de Shailene Woodley (como Tami Ashcraft) inclusive assinando a produção; como também pela direção de Baltasar Kormákur, que tem a experiência necessária para retratar desastres em que a natureza faz o papel de vilã. Antes de “Vidas à Deriva”, o diretor tinha em seu portfólio 12 filmes, sendo que dois deles (Sobrevivente – 2012 e Evereste – 2015) retrataram dramas envolvendo perrengues do homem x meio ambiente, um know-how que lhe conferiu pontos importantes ao assumir esse projeto.

Quando conferi os trailers, assumo que me preocupei com a dupla de protagonistas. Falta a Shailene Woodley e Sam Claflin um bela dose de sal, ô povo desenxabido! Mas o sal da água do mar conseguiu fazer a reposição ideal do mineral para atestar o protagonismo. Ao fim da projeção ambos foram aprovados.

A produção acerta em todos os níveis ao retratar a aventura romântica em alto mar, que sofre um trágico revés quando o veleiro é atingido por uma terrível tempestade. O checklist direção de arte, maquiagem, efeitos especiais e fotografia entregam um filme crível, bonito e agoniante em várias etapas.

A quem se interessar em saber mais sobre a história, existe também um livro escrito por Ashcraft. Fica uma pergunta: Só eu acho o mar lindo e aterrorizante ao mesmo tempo? Essas desventuras em série nunca aconteceriam comigo, é ruim que eu entraria em veleiro rumo ao alto mar.

“Vidas à Deriva” trafega, navega e entrega uma trágica e bela história de superação, confiro-lhe nota 7.0.

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TRAILER