Simplicidade, quando se fala em produções cinematográficas, esta é uma das qualidades mais sensacionais. A partir desta observação, podemos dizer que “Um Lugar Silencioso” (2018) é quase perfeito!

Em 2016 quando estreou o “Homem nas Trevas“, eu, Cristiano Porfírio como um bom fã de suspense e terror fiquei em estado de euforia. Claro, não estranhe, também adoro a boa e velha pirotecnia, mas quando uma história exemplar de medo desenvolve-se calcada em um bom roteiro e em personagens factíveis, isto é um bálsamo, ou melhor, na linguagem do internetês: É para glorificar de pé, igreja!

Imagino que em 2015, o ator John Krasinski aproveitou-se de um bom momento com o diretor Michael Bay – em “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi” (2016) –, para apresentar o projeto de “Um Lugar Silencioso“. Uma produção com excelente roteiro e relativamente barata para os parâmetros financeiros atuais que custou a bagatela de US$ 17 milhões.

Vale lembrar que o diretor Mr. Bay, além de conhecido pela franquia Transformers, notadamente por explosões homéricas e o uso exagerado da fotografia amarelada, também é fã do gênero terror e suspense. Desde 2003, Bay já produziu nove longas, como o remake de filmes clássicos, tais como “O Massacre da Serra Eletrica“, “Horror em Amityville“, “Sexta-feira 13“, e produções originais, a exemplo de “Um Lugar Silencioso“.

O Silêncio
Quando você busca relaxar, o silêncio é uma pedida natural, mas durante um filme de terror e suspense com a temática de “Um Lugar Silencioso“, você não imagina o quanto a ausência de som é opressora e desconfortável.

A produção apresenta a luta pela sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico, devastado por criaturas monstruosas que se guiam por ruídos para caçar. Nesse interim, o patriarca da família desenvolve uma série de truques para criar caminhos seguros, como também, mecanismos de alerta. Além de aterrorizante, a simplicidade gera belíssimas cenas, graças à direção e fotografia competentes.

Dos três arcos que compõem a narrativa, apenas o terceiro, dependendo da perspectiva, decepciona um pouco, mas continuo frisando: atualmente não existem mais filmes perfeitos. Aceite e divirta-se!

Estreando de forma competente na direção, o jovem Krasinski consegue apresentar momentos tensos e sufocantes, aqui e acolá você trepidará em sua cadeira, não se preocupe, comportamento normal para quem está vivo e torcendo para que outros não morram.

Além de assumir a direção, Krasinski protagoniza a produção ao lado da talentosa Emily Blunt. O elenco infanto-juvenil também é ótimo, o que contribui para criar o ambiente de angústia. Impossível não criar empatia e ter medo durante a atuação do pequeno Noah Jupe, que já havia aparecido com destaque em “Extraordinário” (2017).

Um Lugar Silencioso” fica quase sempre na rota, trafegando em estrada perfeitamente pavimentada. Confiro-lhe nota 8.5!

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