Com o lançamento de “Thor: Amor e Trovão” exclusivamente nos cinemas, a Marvel Studios apresenta o 29º filme do Universo Cinematográfico Marvel (UCM), que atualmente está na quarta fase.

Encabeçado pelo neozelandês Taika Waititi, que assina roteiro, direção e ainda faz uma participação como ator no papel de Korg, a nova aventura do Deus do Trovão divide opiniões assim como seu antecessor, “Thor: Ragnarok” (2017), o fez. O excesso de piadas proporcionadas por Waititi promove discussões de que o personagem deveria ter um tom mais sério, principalmente por ter completado recentemente 60 anos ou pelo ‘peso emocional’ que “Thor: Amor e Trovão” carrega graças à revista em quadrinhos que inspirou esta adaptação.

A nova aventura de Thor, em um tom quase filosófico, discute o luto e a consequente dor da perda, o papel da religião na sociedade, limites, virtudes e o crescimento psicológico do indivíduo. Em alguns momentos, temas tão pesados não combinam com os gracejos em abundância. A produção vai da comédia ao drama de forma tão rápida quanto o velocímetro de um carro esportivo.

É impossível não rir e/ou se divertir, existem bons momentos: como a participação de nomes consagrados como Matt Damon, Sam Neill e Melissa McCarthy; o sensacional berro dos bodes; e o comportamento inconsequente de Thor (Chris Hemsworth), que de tão estúpido lembra o sétimo episódio, da primeira temporada da série “What If”, da Disney.

Mas é preciso afirmar que a crítica gratuita à produção é totalmente descabida, pois quem acompanha a filmografia de Waititi sabe exatamente o que esperar do trabalho desenvolvido pelo talentoso profissional que geralmente acumula cargos. Caso não curta “Thor: Ragnarok” ou as galhofas de Waititi, naturalmente é melhor não passar sequer em frente à sala de cinema.

O trio protagonista — Hemsworth, Natalie Portman e Christian Bale — segura o interesse durante toda a projeção, principalmente, Bale no papel do vilão Gorr – O Carniceiro dos Deuses, um ator que não cansa de apresentar boas performances nas telas.

Como não poderia ser diferente, tecnicamente “Thor: Amor e Trovão” é um desbunde. Apesar de pop e colorido, beirando o espalhafatoso, o longa tem um maravilhoso desenho de produção, ótimos efeitos especiais e uma fotografia espetacular, por exemplo, é impossível ficar indiferente ao visual ‘sem cor’ no mundo da escuridão. Os takes nas batalhas também são de fazer cair o queixo.

Bem condensado, as duas horas de exibição passam rapidamente, apenas no meio do filme senti algum tédio, mas a obra se recupera e vai em uma crescente para entregar um maravilhoso ato final.

Atualmente a Marvel vive em uma gangorra, pois ao buscar conectar universos e estabelecer personagens no intuito de fazer links para a quinta fase, tem sofrido muitas críticas, que às vezes até soam desproporcionais.

Claro que gostar de uma obra audiovisual depende do estado de fruição de cada um, afinal, o gosto é inerente a cada indivíduo. Mas sem dúvida, percebe-se que as opiniões contrárias à Marvel são oriundas de manifestações daqueles que aprenderam na internet que o natural é amar o ódio.

Aproveitando, li muita gente criticando a utilização de canções do Guns N’ Roses, em “Thor: Amor e Trovão”, assim como também vi vários esbravejando contra a série “Stranger Things” pela escalação de uma composição do Metallica. Enfim, tentar ser feliz na internet está a cada dia mais difícil.
Finalizando, escrevi essa resenha ao som de Guns N’ Roses, enquanto lembrava o quanto Waititi buscou entregar em “Thor: Amor e Trovão”, uma obra que luta justamente para concatenar bons sentimentos. Enfim, vá ao cinema e divirta-se, ou não!

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