capa_wanclub_pqO gaúcho Wander Wildner é reconhecidamente excêntrico, adjetivo que influi diretamente nas composições do artista, que estará lançando “Wanclub“, seu novo álbum, no próximo sábado (18), em Brasília, no palco do Amsterdam Street 211.

Wanclub” é um disco gravado por intermédio de financiamento coletivo, e traz as canções escolhidas pelos fãs com arranjos inéditos. Wander Wildner fez do punk rock sua vibe usual, e em “Wanclub” conseguiu um upgrade no gênero, fazendo com que um disco de estúdio soasse como se fosse ao vivo, não apenas por incorporar às canções sua experiência nos palcos, mas por ter a canalizado a energia de sua banda — Os Comancheros —, durante as gravações. O álbum eleva a experiência da verve punk de Wildner, e durante a audição temos a impressão de que os fãs estavam no estúdio, curtindo uma festa punk.

Wander Wildner - foto © Fernanda Chemale

Wander Wildner – foto © Fernanda Chemale

Alê Capone, produtora do evento, aproveita para dar um recado: “É com muita honra que recebo meu irmão Wander Wildner em Brasília para o lançamento do seu novo CD WANCLUB. Como muitos sabem, Wander foi um grande “brother” do meu irmão Tom Capone e do saudoso Mauro Manzolli, seus “comancheros” nos CD Baladas Sangrentas e Paraquedas de Coração. Dessa forma, reviver essas canções repaginadas é como reviver um pouco dessa história que tem tudo a ver com Brasília. Na verdade é que todo dia ele faz tudo igual. Só que consegue fazer tudo sempre diferente. Porque seus fãs merecem.”

Evento no facebook, clique aqui.

SERVIÇO:
Wander Wildner lançando Wanclub em Brasília
Abertura:
Cadibode
Dia e horário: 18/06 (sábado) às 22h
Local: Amsterdam Street 211
Ingresso 1º lote:  R$20
Pontos de venda: Amsterdam Street 211 e Alternative Records – Conic

Apoio Cultural: Cult 22, Rádio Cultura, Na Rota do Rock, Midia Ninja e Um Nome Comunicação.

Abaixo, saiba mais sobre o artista e seu novo álbum lendo o release oficial:

Wander Wildner lança WANCLUB

O novo disco, gravado por meio de financiamento coletivo, traz as canções escolhidas pelos fãs com arranjos inéditos

Verbete obrigatório da enciclopédia virtual do rock gaúcho desde que era cantor dos Replicantes – de hits como “Surfista Calhorda”, “Nicotina” e “Festa Punk”-, nos anos 80, Wander Wildner é um eterno mutante que todo dia faz tudo sempre igual. Só que não! A prova disso é que o artista se reinventa a cada trabalho, mudando estilo, postura, figurinos, perfil das composições e tudo mais que houver para mudar. Neste Wanclub, por exemplo, o mais universal dos roqueiros gaúchos e um dos músicos independentes brasileiros que melhor compreendeu como se mover nos novos tempos, regravou as músicas mais pedidas do seu repertório. Só que Wander concedeu às canções de sempre, escolhidas pelos fãs em proposta de financiamento coletivo (crowdfunding), um caráter de ineditismo que só os artistas mais ousados conseguiriam. E a ousadia é uma de suas características mais marcantes, tanto quanto a crença no punk rock como música e como filosofia de vida (ninguém é tão do it yourself quanto ele), o romantismo visceral, a busca pelas referências, a reverência aos mestres, a perspectiva histórica. Todas essas características e outras mais (e sempre tem algo a mais quando se trata de Wander) surgem na medida em que a audição flui.

Wander Wildner faz punk rock sempre igual, mas em Wanclub conseguiu fazer um disco de estúdio como se fosse ao vivo, e não apenas porque incorporou às versões algumas palavras e andamentos que tem usado nos shows, mas porque a energia imprimida por sua banda, Os Comancheros, sugere que os fãs estavam do outro lado do estúdio, curtindo uma festa punk (e, por hora, brega).

WANCLUB – o disco

Punk rock por excelência, “Astronauta” abre os trabalhos na mesma vibração do que quando foi lançada, em 1987, em Histórias de Sexo & Violência, segundo álbum dos Replicantes, que tinha vocais de Wander.

Depois de reverenciar o passado de crooner de banda, Wander emenda uma trilogia emblemática de sua carreira solo, mais ligada ao punk brega: se “Eu Tenho Uma Camiseta Escrita eu te Amo” vem na linha rock é rock mesmo, “Bebendo Vinho”, também do álbum Baladas Sangrentas, de 1996, ganha uma espetacular e bem-vinda versão ska punk. Já “Eu não Consigo ser Alegre o Tempo Inteiro”, do álbum Paraquedas do Coração, de 2004, surge mais sofisticada, com solo de sax para emoldurar a sinceridade de versos como “você me quer só a metade / mas pra mim você está em toda parte”.

A primeira porção best of do rock gaúcho vem em dupla, com “Um Lugar do Caralho”, do herói Júpiter Maçã, regravada por Wander em Baladas Sangrentas (sinal dos tempos, a letra traz “cerveja artesanal” no lugar de “cerveja barata”), e “Surfista Calhorda”, hit absoluto do compacto duplo de estreia dos Replicantes,  regravada com a devida reverência.

Os trabalhos prosseguem com outra dupla de hits, agora da carreira solo, em faixas que contêm versos que dão nomes a outros dois álbuns de Wander: “Mantra das Possibilidades”, de Eu Sou Feio…mas Sou Bonito!, de 2001; e “Rodando el Mundo”, de Paraquedas, produzida pelo comanchero Arthur de Faria, mais uma brilhante versão ska punk, desta vez com mais malemolência e efeitos dub, o que concede ainda mais astral na viagem de Maverick pelas praias e montanhas da América profunda que a letra propõe, de carona com Hermes Aquino e com os ouvidos nos soundsystems de Kingston.

A segunda trilogia da obra, novamente dedicada ao best of do rock gaúcho, se inicia com a belíssima “Sandina”, escrita pelo velho e bom parceiro de crime de Wander, Jimi Joe, e originalmente registrada pelo Replicantes em Histórias de Sexo & Violência. O próprio Jimi divide os vocais com Wander, que em seguida apresenta mais uma inspirada desconstrução produzida também por Arthur `sin perder la ternura jamás´. “Amigo Punk”, da Graforreia , gravada por Wander em 2008, no disco La Canción Inesperada, tem introdução funk, cai na balada milongueira e desemboca no hardcore. Outro som originalmente gravado por Wander como vocalista do Replicantes, “Hippie Punk Rajneesh”, fecha mais um bloco de Wanclub, que prossegue com duas releituras excepcionais.

Craque em identificar novos artistas e em covers personalíssimas, Wander regravou “Quase um Alcoólatra”, da banda gaúcha Chulé de Coturno, com um ar de cabaré, e “Eu Queria Morar em Beverly Hills”, da banda punk pernambucana Paulo Francis vai pro Céu, agora com um clima de reggae no refrão. Ambos foram registradas em seu segundo álbum de estúdio, Buenos Dias (1999).

A positiva “Boas Notícias”, de Camiñando e Cantando (disco de 2010), fecha o disco no climão de festa baile, pra todo mundo sair assobiando de felicidade, afinal é uma obra dedicada e montada pelos fieis seguidores da Igreja Wanderiana. Só que não fecha! (afinal, é um trabalho de Wander Wildner): além das 14 músicas do disco físico, outras seis estão à venda virtualmente – mas quem comprar o CD poderá baixá-las gratuitamente. Encontre no encarte os caminhos!

Os bônus track são a inédita e atualíssima “Colonos em Chamas”, com pegada de bailão regionalista; “Empregada”, um clássico do punk brega; “Festa Punk” (do Replicantes), e “Jesus Voltará!” (do Sangue Sujo), emblemáticos hinos para pogoboys & pogogirls, agora com pitadas psicodélicas; “Mares de Cerveja”, uma grande canção bêbada, em releitura crua; e “Um Bom Motivo”, que traz os mais lindos versos desse baladeiro profissional, peregrino-trovador-de-violão-em-punho-e-mochila-nas-costas.

Wander Wildner todo dia faz tudo sempre igual. Só que ele consegue fazer tudo sempre diferente. Porque seus fãs merecem.

Video: https://youtu.be/Nt-FvM0X1H0

Mais informações: www.wanderwildner.com.br