O Rio de Janeiro amanheceu pintado de preto após o arrasador “dia do metal” (25/9) no Rock in Rio.

Fiquei devendo este texto, achei que seria o ideal publicá-lo as vésperas do show do System of a Down, pois espero que quando a Serj e sua galera finalizarem sua apresentação, o sentimento seja o mesmo abaixo: <<FOTOS SÓ QUANDO CHEGAR EM BRASÍLIA>>

A cidade do Rio, durante toda a segunda feira (26/9) viveu um dia de futebol, sem que qualquer decisão esportiva tenha acontecido na véspera. Um número ímpar de roqueiros invadiu a cidade e em locais como esquinas, paradas de ônibus, hotéis, bares e restaurantes eles podiam ser vistos. E como não poderia ser diferente, a maioria dessas camisetas estampava o Metallica.

 

O CAMPO

A majestosa arena da Cidade do Rock estava tomada por torcedores e suas camisetas pretas de seus times suas bandas preferidas. Como é um publico mais educado, tivemos menos problemas que no dia 25, as filas existiam e sempre vão existir. Mas a convivência foi a melhor de todas, inclusive à noite com menos ocorrências no festival e a estatística deve continuar assim.

 

OS TIMES

Ainda não “dei” as caras de forma a contento nos palcos digamos assim, alternativos. Sobram-me as escalações do principal, intitulado Mundo. Neste dia 25 ignorei por completo Glória e Coheed and Cambria. Então vamos aos esquadrões que bateram um bolão.

 

MOTORHEAD

Nem toda equipe tem um ícone como Lemmy, assim, o velho Motorhead jogou rápido e animou a galera que os esperava. Baseado na tática cerveja e rock avançou durante uma hora e se deu bem durante 13 canções com direito as clássicas “Iron Fist”, “Going to Brazil”, “Ace of Spades” e “Overkill”.

 

SLIPKNOT

O futebol não aceita máscaras, mas com o Slipknot a coisa é diferente, ser mascarado é uma qualidade. O vocalista que já havia deixado a todos extasiados com a “novidade” Stone Sour no dia 24/09, ao se juntar nesta noite ao seu antigo grupo, tomou conta da Cidade do Rock com maestria e simplesmente goleou com os clássicos instantâneos “Wait And Bleed”, “Before I Forget”, “Duality”, “People = Shit” e “Spit It Out” convidando a todos a um salto coletivo, sem a tradicional Ola, neste campo a coisa funciona diferente. Fodástico!!!

 

METALLICA

O que dizer do Metallica? Uma das maiores bandas do mundo! Escalado com James Hetfield (vocal e guitarra base), Lars Ulrich (bateria), Kirk Hammett (guitarra solo) e Robert Trujillo (baixo), o ‘Tallica fez o que quis, comandando os fãs torcedores de forma hipnótica. A cada canção executada o delírio era o mesmo que testemunhar gols de bicicleta, voleio e outros. O show praticamente fora o mesmo da turnê The Big Four (metallica+megadeth+slayer+anthrax), exibido ao vivo para todo o mundo via cinemas no festival Sonisphere (Sofia/Bulgaria). O setlist, o encore de James com o publico e a empolgação forma muito parecidos.

Emoção ímpar estar lá para fazer parte da história cantada em uníssono em canções como “Creeping Death”, “For Whom the Bell Tools”, “Fuel”, “Cyanide”, “One” e “Enter Sandman”, só para citar algumas, ilustrando o perfeito entrosamento entre banda e plateia. Simbiose pura de estádio, quando um time é campeão com méritos e até a torcida adversária aplaude. Simples assim! Inesquecível assim!

O ineditismo era um sentimento replicado aquele dia na Cidade do Rock, ele pertencia às pessoas que nunca haviam ido a um grandioso festival e principalmente aos que nunca tiveram a oportunidade de ver ao vivo Slipknot e Metallica. A produção do festival com pequenas alterações permitiu a esse publico uma estadia com melhor infraestrutura e as bandas citadas levaram seus respectivos fãs ao êxtase.

 

Considerações finais

O que os outros gêneros musicais precisam entender é que no roquenrol todos são vencedores, e se estamos ali é porque somos merecedores de todo esse respeito, claro, porque também respeitamos. A música para nós não é uma “coisa” sazonal guiada pelo movimento da bunda. O rock não fora construído apenas com contestação, mas também com muita inteligência e repito respeito. Então, não venha querer criticar o que vocês não entendem, pois nessa cabecinha musicalmente obtusa dificilmente irá entender. Tenho dito!

E que no próximo Rock in Rio, por mais capitalista que seja, tenha mais Rock, pois a galera do Rock é fiel e dá show em qualquer circunstancia.