Chega aquele momento em que você pensa: Cara, 20 anos de Porão do Rock, realmente estou ficando velho!

Felizmente, o rock é um dos gêneros da música que mais nos rejuvenesce, prova disso é a empolgação dos rockers da cidade para curtir a 21ª edição do festival Porão do Rock, que será realizada neste final de semana, sábado (29) e domingo (30), a partir das 16h, no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha (Eixo Monumental). Os ingressos à venda no site Sympla custam R$ 20 (meia-entrada social), por dia, para todos que doarem um 1kg de alimento não perecível, que serão entregues para o programa Mesa Brasil, do SESC. Ah, vá de bike e pague a bagatela de R$ 15.

Realizado desde 1998, o Porão do Rock tem números fantásticos que passam pelos resultados em ações sociais, em que dezenas de toneladas de alimentos foram doadas; quantidade de público, tendo sido assistido por mais de 1,1 milhão de pessoas; e como não poderia ser diferente, traduzido também na variedade e diversidade de atrações, ao todo foram 458 bandas/artistas diferentes, sendo 237 somente do Distrito Federal e Entorno, 186 de 17 estados brasileiros – Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Bahia, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe, Pará e Rondônia – e 35 nomes internacionais de oito países (Estados Unidos, Inglaterra, Argentina, Uruguai, Espanha, França, Portugal e Finlândia). Estes números podem ser ainda mais impressionantes, chegando a um total de 697 bandas/artistas diferentes se somarmos outros projetos ligados ao Porão, como as seletivas (no Distrito Federal, Goiânia e Rio de Janeiro); as Pílulas, edições extras do festival (em Buenos Aires, São Paulo e Goiânia); shows da Rádio Porão do Rock; e as Noites PDR (realizadas semanalmente em Brasília de outubro de 2011 a outubro de 2013).

Para celebrar as duas décadas do festival, a produção cercou-se de várias iniciativas comemorativas, tais como:

Estampas comemorativas
Além do belíssimo copo, a produção do festival colocará à venda na lojinha posters e camisetas que norteiam a identidade visual desta 21ª edição. As artes incríveis foram criadas pelo ilustradores/designers: Paulo Rocker (baixista do trio Gramofocas), Tiago Palma (baterista das bandas Etno e Horta Project), Fábio “Marreco” Cota (guitarrista do quarteto Totem), Márcio Paixão Jr. (vocalista da banda goiana Mechanics), o tatuador Marcelo Araújo e os quadrinistas Gabriel Góes e Gabi Lovelove6. Vale dizer que o “robô” criado por Paulo Rocker, poderá ser admirado no festival, ficou curioso?

Livro
Aos que curtem narrativas biográficas e curiosidades sobre a produção de um festival e seus artistas, recomendo o livro “Histórias do Porão”, escrito pelo jornalista niteroiense Pedro de Luna.

Em 1998, aos 23 anos, o jornalista mancebo Pedro de Luna cobriria a primeira edição do Porão do Rock. Encantado por toda a aura do festival, passaria a acompanhar de perto a evolução do evento, sem sonhar que duas décadas depois assinaria um livro com essas histórias.

A convite do produtor Gustavo Sá, a empreitada assumida por Luna foi concluída em três meses. O jornalista entregou uma obra com narrativa fluida, elencando fatos históricos e curiosidades que ajudam a definir a construção e a manutenção de um dos festivais independentes do país, quiçá da América do Sul.

Luna lembra que, “a minha principal dificuldade foi o prazo apertado. Foram três meses para a entrega do livro escrito, revisado e diagramado. Inicialmente, a ideia era contar a história do Ceará ‘Gustavo Sá’, que tornou-se um grande produtor meio que por acaso. Mas durante as entrevistas percebi que o desafio era muio maior, pois o Porão do Rock é riquíssimo em história”.

Todo evento tem suas dificuldades, tropeços e acertos, com o Porão do Rock não poderia ser diferente. Luna destaca algumas passagens interessantes, como a volta da Plebe Rude em 1999, após um hiato de cinco anos que ninguém apostaria que os plebeus retornariam aos palcos; o último show do guitarrista Netinho do Detonautas Roque Clube em 2006, que morreu naquele mesmo ano; em 2016, o Planet Hemp faria seu primeiro show na cidade após a prisão em 1997; a aposta do festival na Pitty, em 2003, época em que a baiana buscava seu lugar ao sol; a apresentação do Sepultura no dia do pentacampeonato do Brasil na Copa do Mundo de 2002; e a marcante homenagem à Legião Urbana em 2009, em uma edição na Esplanada dos Ministérios que comemorava o rock de Brasília; algumas entre tantas outras lembranças marcantes que podem ser encontradas no livro.

Para o produtor Gustavo Sá, o nome de Pedro de Luna foi uma escolha natural. “Eu necessitava de um livro escrito por alguém que entendesse de rock, o festival estava completando 20 anos e precisávamos de uma obra para documentar essa história, o Pedro é um escritor consolidado na cena carioca, vi que ele estava fazendo um livro sobre o Planet Hemp, fomos conversando e rolou”.

Além do ótimo texto, a obra “Histórias do Porão” é valorizada também por uma rica galeria de imagens que vão mexendo com a imaginação do leitor, inclusive muitos deles irão se reconhecer nestas histórias por ter participado de várias edições do festival.

Enfim, no ano em que completa duas décadas e a 21ª edição, o festival Porão do Rock foi imortalizado com uma obra que conta sobre bastidores, cenas inesquecíveis e os desafios enfrentados ao longo desses 20 anos. São 228 páginas coloridas e ricamente ilustradas. Gustavo Sá, único que trabalhou em todas as 20 edições do Porão, garante que o livro não será chapa branca: “Nossa única preocupação foi com a verdade, expondo a visão de quem trabalha nos bastidores para que aconteça todo ano e com sucesso. O Porão do Rock revelou muitas bandas, afirmou outras e continua sendo uma vitrine importantíssima no país”.

O livro “Histórias do Porão” pode ser adquirido no evento pelo valor de 50 temeres.

As atrações

Neste ano, o festival volta ao tradicional dois dias de programação ao invés de três, contando com 46 atrações que irão se apresentar em três palcos (sendo um deles, o tradicional palco “Pesado”). Entre os destaques estão Barão Vermelho (RJ), Braza (RJ), Cordel do Fogo Encantado (PE), CPM 22 (SP), Devotos (PE), Francisco El Hombre (SP), Gangrena Gasosa (RJ), Korzus (SP), Krisiun (RS), Letrux (RJ), Matanza (RJ), Orquestra Brasileira de Música Jamaicana – OBMJ (SP), Pavilhão 9 (SP), Plebe Rude (DF) e Project 46 (SP).

Um dos shows mais aguardados é a dobradinha Nação Zumbi/Bnegão, a apresentação cruzada terá em seu repertório petardos tanto do grupo pernambucano quanto do rapper carioca, além de algumas surpresas. O inedistismo nos palcos da cidade – e em muitos outros do Brasil –, fruto da amizade entre os músicos está deixando muita gente ansiosa.

O adeus da banda carioca Matanza, após 22 anos de atividade, está mexendo com os fãs. Este fenômeno do rock nacional, capitaneado pelo vocalista Jimmy London, que mescla hardcore, country music e metal vai deixar os entusiastas chorosos e nostálgicos.

Enquanto uns chegam ao fim, outros sedimentam o seu retorno, os celebrados pernambucanos da Cordel do Fogo Encantando apresentam no Porão 2018 seu mais recente trabalho “Viagem ao coração do Sol”, lançado em abril, um álbum com canções novas e antigas versões outras ficaram engavetadas nos últimos oito anos.

Podemos destacar também a junção do velho com o novo, o Barão Vermelho tem a missão de escrever no palco do Porão mais um capítulo em sua história de três décadas e muitos hits. A apresentação do elogiado Rodrigo Suricato, terceiro vocalista na trajetória do grupo, substituindo Frejat – que acabou pulando do barco –, gera uma expectativa diferente e especial para este show no festival.

Quem testemunhou a visceral e empolgante apresentação da Plebe Rude no último festival Todos os Sons – realizado este ano –, sabe que estamos falando de uma banda furiosa, competente e com repertório equilibrado. Apresentando a turnê do álbum “Primórdios”, que revisita um baú de canções surgidas entre 1981 e 1983, a Plebe mais uma vez empolgará os fãs do grupo e da boa história do rock, tanto no âmbito de Brasília, quanto no nacional.

Em 2017, em razão do dilúvio que cancelou alguns shows do festival, a produção convidou uma das bandas que o público mais sentiu falta, os gaúchos do Krisiun. O som brutal e conhecido mundialmente, aliado ao recém-lançado álbum “Scourge of the enthroned” agradará em cheio os fãs do palco pesado.

Para curtir tudo o que Porão do Rock tem a oferecer, abaixo algumas dicas, programação completa, incluindo os horários e o mapa da arena. Vamos lá!

  • O festival vai oferecer nesta edição o Baú do Porão: ônibus gratuito que fará o trajeto Rodoviária – Porão do Rock – Rodoviária. O transfer estará disponível das 14h às 3h, nos dois dias de evento.
  • Os 50 primeiros carros, vans e/ou micro-ônibus com quatro ou mais pessoas que chegarem à arena (em cada dia de evento) têm acesso ao estacionamento VIP.

Para encarar essa maratona musical faça uma alimentação leve e carregue uma mochila com alguns itens essenciais: protetor solar, boné, canga ou toalha para sentar no chão, um agasalho leve e capa de chuva, afinal, São Pedro adora trollar roqueiros. Também recomenda-se usar tênis confortáveis para encarar as várias horas assistindo shows.

PROGRAMAÇÃO PORÃO DO ROCK 2018

29 de setembro

Palco 1:
16h: Ursa (DF)
17h: Clausem Vitrola Sound (DF)
18h20: Froid (DF)
19h55: Deb & The Mentals (SP)
21h30: O Tarot (DF)
23h05: Braza (RJ)
0h55: CPM 22 (SP)

Palco 2:
16h30: Matamoros (DF)
17h40: Drenna (RJ)
19h15: Monstros do Ula Ula (RJ)
20h35: Orquestra Brasileira de Música Jamaicana – OBMJ (SP)
22h10: Pavilhão 9 (SP)
00h15: Nuggetz (DF)
02h05: Nação Zumbi & Bnegão (PE/RJ)

Palco 3:
16h15: Desonra (DF)
16h55: Seconds of Noise (DF)
17h45: Deaf Kids (RJ)
18h35: Fallen Angel (DF)
19h25: La Raza (SP)
20h35: Cadibode (DF)
21h25: Project 46 (SP)
22h45: Agressivo Pau Pôdi (DF)
23h35: Gangrena Gasosa (RJ)
00h40: Deceivers (DF)
02h: Krisiun (RS)

30 de setembro

Palco 1:
16h: Ellefante (DF)
17h: Centropia (DF)
18h20: Lupa (DF)
19h55: Cordel do Fogo Encantado (PE)
22h15: Letrux (RJ)
00h30: Matanza (RJ)

Palco 2:
16h30: O Plantae (DF)
17h40: Molho Negro (PA)
19h: Francisco El Hombre (SP)
21h05: Plebe Rude (DF)
23h10: Barão Vermelho (DF)

Palco 3
16h15: Never Look Back (DF)
16h55: Damn Youth (CE)
17h45: P.U.S. (DF)
18h35: Bruto (DF)
19h25: Totem (DF)
20h15: Devotos (PE)
21h35: Device (DF)
22h25: Pense (MG)
23h25: DFC (DF)
00h25: Korzus (SP)

Mais informações:
www.poraodorock.com.br
facebook.com/festivalporaodorock

Enfim, a edição 2018 do Porão do Rock tem atrações e novidades para todos os gostos, nos vemos por lá! Combinado?