Salve, salve meus amigos plebeus!
Quem não foi ao Espaço Brasil Telecom nesta última quinta-feira (23/10), perdeu um show antológico da Plebe, principalmente pela pequena freqüência que se apresentam em Brasília (última apresentação que presenciei foi aquela do aniversário do Lago Norte).
Palavras de André X sobre a apresentação: “este foi o melhor show da Plebe neste ano”.
Realmente o show foi muito acima da média da Plebe (que já é bem alta). Antes de falar do show um pequeno relato do local.
Não conhecia o hotel do titio Paulo Octávio. Até que o lugar é bonitinho, arrumadinho, organizadinho, mas logo no dia em que estou presente, algo sai errado. Os computadores do local não estavam imprimindo os ingressos, o que fez o show atrasar em 45 minutos (era para começar impreterivelmente as 21h00min).
Ingresso na mão, Ok. E lá vamos nós. Antes de o show começar o público se acomodou nas cadeiras acolchoadas próprias p/um espetáculo de música clássica, uma peca de teatro, um show do Tom Jobim e Vinícius, um padrão aristocrático, incomum para um show da Plebe.
Isto me incomodava, aquela cadeira estava me dando urticária, todo aquele povo sentadinho. E mais, ainda tinha uma propaganda institucional da BRT onde mostrava seus “projetos sociais no interior de Goiás”. Só faltou Daniel Dantas (aquele amiguinho do Gilmar Mendes) aparecer agradecendo por todos os clientes estarem em dia com suas contas de telefone. Se vocês não sabem ele é acionista majoritário da BRT. Ah, hoje eu quero é rock menino!!
Mas foi só a Plebe entrar com os acordes de Censura (que eles raramente tocam) que a galera foi p/ a frente do palco. Até o Phillipe gesticulou p/ os plebeus presentes levantarem das cadeiras e irem p/ frente do palco. Em seguida tocaram R ao contrário (música que a senhora Ramone não gosta), O que se faz (com aquela introdução de música gaélica). Depois da terceira música, com toda a empolgação de um adolescente e memória de um idoso, não me lembrava mais da ordem das músicas.
Soltaram os petardos (as músicas não foram tocadas nesta ordem): Códigos (umas das minhas preferidas), Bravo mundo novo (o que faz lembrar o Jander com seu timbre característico p/esta música), Medo (da banda Cólera), Luzes (regravação da Escola de escândalos), a música mais conhecida (depois de Até quando esperar) pelo público não plebeu. Tivemos também Jhonny vai a guerra, Brasília e Sexo e karatê (na qual apareceu um troglodita de suspensório e coturno na minha frente que se exaltou tanto que transpirava mais que garoto propaganda do novo Axe e bufava mais que touro em dia de rodeio).
Tivemos dois momentos entre as canções que ficarão marcadas na minha memória.
A primeira foi a fala de Phillipe Seabra sobre a importância de ser cidadão consciente, votando corretamente. Falou que votou em Barack Obama. E o Clemente falou: O Phillipe votou no Obama Bin Laden. Ah, Ah…
O melhor foi logo antes deles tocarem Este ano. O público pedia Pressão social, Pressão social, Pressão social. Enquanto pediam, André X afinava seu baixo. Veio o silêncio. Foi quando gritei: toca Nova era techo porra!!!
Não é que o Phillipe começou a tocar! Gritou p/ o Clemente: “É em Ré”. E soltou os primeiros versos:
“ Seu micro, não sei pra que te apresentar
Ele fará tudo por você
No seu lugar..”
E parou. Falou em seguida: “Ah, tem mais de vinte anos que eu não toco isso. Nem lembro mais a letra”. Seguiu o show. Sensacional.
Antes de Até quando esperar ainda soltaram A ida, Proteção (que nunca pode faltar), Discórdia e Dançando no vazio (do álbum R ao contrário).
Tocaram até uma música que é de autoria da Plebe, mas que foi gravada pelo Detrito federal, de Alex Podrão. As novidades foram por conta do bis duplo (não é o chocolate).
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Até quando esperar. Até aí nada de novo, já que todo show deve ser fechado por uma das obras primas do rock nacional (letra sempre atual). O legal foi durante o tradicional baixo e bateria da Plebe. Enquanto Txotxa tocava, André, Clemente e Phillipe foram até a bateria, pegaram baquetas e começaram a “tocar”, parecido com a criançada que pega as panelas da mãe para brincar. Mas foi divertido.
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O segundo bis é que foi surpreendente. Voltaram para tocar não Pressão social e sim The Clash, com I fought the law, com todo mundo cantando.
Um dos melhores shows da Plebe Rude, com aparato técnico perfeito e com uma informação que, se concretizada, será uma ótima noticia para todos os fãs.
Este show foi o último da turnê do R ao contrário, mas uma fonte segura falou que é bastante provavelmente que a Plebe se apresente na Ceilândia no dia 22 de novembro. Nada oficial, mas não custa esperar e torcer, até porque dizia o saudoso coveiro e clone de jogador Amaral do Palmeiras: a esperança é a única que morre. Ainda bem que a música da Plebe é para, no mínimo, até a próxima encarnação.
Salve, salve plebeus. Até a próxima.
Danilo Duff
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