O nosso amigo Abel Teixeira nos enviou um ótimo artigo sobre a divulgação da música hoje pela ótica de programas televisivos. Um texto forte que é finalizado por uma lista de bandas de rock nacional que mereceu destaque nos últimos 15 anos, corroborado a opinião do autor.

10275494_287588748076283_960551596386600415_oNão há nada mais frustrante que conviver com a ignorância. Digo isso, logo de cara, por estar estupefato com o público que acompanha os programas como o Super Star. Como podem ser tão pobres de opinião? Essa atração nada mais é que um estúdio montado e organizado, bem como é uma gravadora. O papel é o mesmo: formar “talentos” e enfiar goela abaixo do público. É desnecessário ter talento real e qualidade musical. O grande lance do programa é expor na vitrine seu produto bonitinho, e vender para os primeiros que passam: o telespectador desavisado.

Quem aqui não se lembra do Cassino do Chacrinha? Um apresentador competente e carismático que abria espaço para todas os artistas dos anos 80, qual fosse o estilo. E por favor, me respondam: qual gênero predominou nessa década? O Rock ‘N’ Roll! Era a aposta dos preciosos anos citados. A mídia se interessou nesse produto porque vendia, e o público estava disposto a comprar. A grande dúvida que fica é: será que existia qualidade? Poucos sobrevivem até hoje pela perversidade da própria mídia. Ela te lança alto, mas não vai te amaciar na queda.

Os anos 90 encurtaram o caminho do sucesso para o Rock Nacional com o destaque dado ao Sertanejo, que transformou a música caipira de raiz, em mero drama de corno. Duplas da pior qualidade gritando asneiras, atrás de suas grandes produções. Ainda, há de se falar dos diversos grupos de Axé e Pagode, que infestavam as FM’s do país; e o maldito Funk, que resolveu virar sua atenção para as belas bundas dos fins de semana.

Há uma nítida manipulação da mídia em geral em certos gêneros. Parece que seu público é composto de fantoches, sem capacidade de agir e pensar sobre o que tem chegado aos seus ouvidos. E vejo, de forma catastrófica, a repetição disso tudo. Felizmente, a morte agora é do Sertanejo Universitário.

O programa supra citado teve alguns destaques, mas estes apresentaram um “mais do mesmo” para nós, que acompanhamos o Rock em sua mais excêntrica beleza. Faltou mais a questão de “garagem”, algo mais sujo. O momento seria bom para gritos de guerra e liberdade, não essa suavidade toda. Como diria o Lobão, “faltou paudurecência” nesses produtos. E por favor: Malta, Jamz e Suricato beiram o ridículo, me desculpem. Se você que está lendo esse texto, e se identificou com uma dessas atrações, sinto lhe informar: Vossa Senhoria tem uma preguiça incrível de pensar, e faz jus ao título do texto.

Por fim, gostaria de deixar algumas dicas de bandas autorais, diga-se de passagem, que andam fazendo um grande som nos últimos 15 anos. Isso, pra vocês perceberem que o Rock nunca esteve em baixa. Bastava apenas uma oportunidade! Cabe a você, e a nós… Apresentar para esse monstro mercenário, a cena roqueira que nos interessa. Nós precisamos dessa oportunidade. Segue minha lista:

– Vivendo do Ócio
– Código B
– Vespas Mandarinas
– MopTop
– Rancore
– Apanhador Só
– Tianastácia
– Gurus
– Colômbia Coffe
– Sabonetes
– Los Porongas
– O Terno
– Reação Em Cadeia
– Cascadura
– Cachorro Grande
– Crase
– Medulla
– Lampirônicos
– Móveis Coloniais De Acaju
– Maglore
– Black Drawing Chalks

Bom som pra vocês! 🙂

Abel Teixeira

Texto de responsabilidade do autor.